Recordar: Pipo

NOME COMPLETO
José Manuel Gomes Pipo
NOME
Pipo
DATA DE NASCIMENTO
18/04/1971
NATURALIDADE
Viseu
Posição
Médio
ESTREIA
Ac. Viseu 2-1 Sp. Covilhã (05/11/1989)
PRIMEIRO GOLO
Peniche 0-1 Ac. Viseu (02/06/1990)
JOGOS
6
GOLOS
1
ÉPOCAS
89/90


Hoje recordamos o nosso amigo Pipo!
Iniciou a sua carreira como iniciado no Viseu e Benfica. Daí saiu para o Repesenses onde na equipa de juvenis jogou ao lado de Paulo Sousa entre outros. Ingressou no CAF, nos juniores, e estreou-se pelos seniores na época 89/90, época essa em que, com Álvaro Carolino ao leme, o Académico alcançou um lugar na Divisão de Honra de 90/91, em virtude do 5º lugar final na II Divisão Zona Centro.
O primeiro jogo oficial ao serviço do CAF deu-se no dia 5 de Novembro de 1989 quando o nosso clube recebeu, e bateu, o Sporting da Covilhã por 2-1. Pipo entrou aos 74 minutos, substituindo Leça, a tempo ainda de ajudar o Académico a marcar o segundo golo, já que os covilhanenses adiantaram-se no marcador logo aos 30 minutos, Abel empatou aos 49 e Fanfali fez o golo no minuto 90. O golo que valeu a vitória.
Dos seis jogos em que actuou pelo CAF Pipo foi titular em dois. Foi titular, por exemplo, na última jornada de 89/90, em Peniche, e foi aí que marcou o único golo pelo Académico logo aos 8 minutos de um jogo que o CAF venceu por 0-3. Os outros golos dessa partida foram apontados por Jorginho e João Manuel.
Com a criação do Viseu Futebol Clube, como satélite do CAF, foi o capitão de equipa durante os dois anos em que o clube espalhou classe pelos relvados e pelados da III Divisão. Jogou também no Lusitano de Vildemoinhos.
Faz hoje 44 anos. Parabéns amigo!

Para não esquecer, nem repetir!

Foi a 5 de Janeiro de 2006 que o Tribunal Judicial de Viseu decretou o fim da actividade do Clube Académico de Futebol (CAF). Tal medida não afectava a equipa de futebol sénior, que entretanto já se havia ligado, em parceria, ao GD Farminhão, da então 1.ª Distrital, mas punha fim aos sonhos de centenas de jogadores

“Foi um dia muito triste”. É assim que José Pipo recorda, em curtas palavras, aquilo que, também para si, foi o fim de um ‘sonho’ no futebol. O técnico, agora a treinar a equipa de juvenis do Ac.Viseu FC, era então o treinador dos juniores do CAF, que militavam na 1.ª Divisão Nacional do escalão, junto à ‘elite’ do futebol nacional. Viveu como poucos o pesadelo da extinção do clube, ao nível das camadas jovens, apesar de saber que mais cedo ou mais tarde tal aconteceria, visto os seniores já terem ‘terminado’.
“Foi um dia muito complicado. Acabou ali o sonho de muitos miúdos. Foi um dia muito triste. A Direcção informou- -nos que não podíamos continuar a jogar e foi um choque muito grande para todos. Já temíamos que isso acontecesse, só não contávamos era que fosse a meio da época. Esperávamos terminar aquela temporada e depois haver uma mudança, como tinha sucedido com os seniores. Por isso considero essa decisão injusta por ser tomada a meio da época”.
José Pipo recorda os momentos difíceis aquando da comunicação aos jogadores de que o clube havia terminado.
“Foram todos reunidos no balneário e muitos choraram ao saber do fecho do Académico”.
O técnico, que lembra que a sua equipa estava ‘a recuperar pontos na classificação e com boas perspectivas de conseguir a manutenção’, está confiante que tal não volte a acontecer.
“Agora as coisas estão mais estáveis. O presidente tem feito um grande esforço para manter o clube financeiramente saudável”.

“Não se voltarão a cometer loucuras

O actual presidente do clube (que de certa forma ‘herdou’ o CAF), António Albino, acompanhou de perto o processo de insolvência que, primeiro, afectou o plantel sénior de futebol e, depois, as camadas jovens e outras modalidades.
O dirigente lembra que foi uma batalha “muito difícil”, e explica a dificuldade de evitar o desfecho.
“Sabíamos que aquilo poderia suceder às camadas jovens mas não tínhamos força para recorrer e tentar evitá-lo. As dívidas eram superiores a 1 milhão e isso afectou tudo que pertencia ao CAF, incluindo os escalões de formação. Foi muito difícil para mim, até porque fui eu que ajudei a inscrever as camadas jovens nessa época. Depois acabou tudo”.
Albino garante que ‘o Académico está preparado para que não se voltem a cometer loucuras’, evocando a alteração recente nos estatutos que obriga as diferentes direcções a ‘assumirem dívidas deixadas no clube’.

Fábio Santiago e Calico e o dia em que já não treinaram . Juniores recordam angústia

O fim do CAF foi sentido com enorme tristeza por todos quantos faziam parte do clube mas para os jogadores, que viveram o drama na primeira pessoa, o pesadelo teve outra dimensão. Fábio Santiago e Calico, capitão e sub-capitão, respectivamente, da equipa de juniores que alinhava na 1.ª Divisão Nacional da época 2005/2006, recordaram o penoso dia em que souberam do fim do clube.
Santiago, actualmente sem clube depois de sair do GD Parada, lembra ‘um dia complicado’.
“Foi um dia muito complicado. Cheguei ao Fontelo e vi as pessoas com cara de caso. Depois transmitiram-nos a notícia e lembro-me bem de ligar à minha mãe, a chorar, e dizer-lhe que o Académico tinha acabado. Fomos um bocado esquecidos nessa altura porque só queríamos jogar e evoluir”.
Também Calico, agora nos seniores do Académico de Viseu, recorda com tristeza o acontecimento.
“Na altura era um jovem que só queria jogar, e fazia-o por amor à camisola. Ver aquele sonho terminar a meio duma época, como se nos cortassem as pernas, foi muito difícil, foi um choque. Lembro-me que chegámos, numa terça-feira, para treinar e o treinador disse-nos para não nos equiparmos e explicaram-nos tudo. Sentíamos que não tínhamos culpa e foi muito doloroso. Muitos perderam-se e deixaram de jogar, felizmente eu tive a possibilidade de integrar os seniores e continuar a carreira, mas não esqueço aquele dia”.

Foto e texto do Diário Regional

"Aos academistas"

Para os meus atletas e verdadeiros academistas”
Neste momento, recordo-me de muitas coisas: dos atletas, dos seus familiares e dos grandes academistas que nunca desistiram de lutar e que muitos sacrifícios fizeram para dignificar e honrar o nosso Académico.
Não me posso esquecer das grandes “batalhas” que travámos e dos fantásticos resultados que obtivemos, entre os quais: Campeões de Escolas; Fase Final do Nacional de Juniores; Permanência na 1ª Divisão e, nesta ultima época, Campeões Distritais de Juniores. Momentos fantásticos….grandes equipas….que grandes balneários eu tive…éramos uma família!!
Nunca me vou esquecer, também, daquele triste dia em que tive de comunicar aos meus atletas que já não haveria jogo no sábado seguinte, porque tinha sido pedida a insolvência do clube e, consequentemente, iriam retirar-lhes o que eles mais gostavam de fazer, que é jogar futebol.
Foram momentos arrepiantes. Deparei com atletas de lágrimas nos olhos e com todo o plantel abraçado a confortar-se mutuamente. Mas foram esses momentos que nos espicaçaram e nos deram força para dar a volta por cima, com o objectivo de voltarmos aos nacionais já este ano.
Blindámos o nosso balneário contra tudo e todos, e com muito trabalho, sacrifício e profissionalismo conseguimos os nossos objectivos, pois eram muitos aqueles que, ao longo de toda a época, foram esperando de uma forma até doentia, pela notícia de uma derrota dos Juniores do Académico. É com orgulho que afirmo que não lhes foi consentida essa alegria e acabámos vitoriosos e invictos.
Para todos vós, grandes campeões, os meus sinceros e sentidos agradecimentos e muitas felicidades!!
Ao rever todo este percurso como treinador da formação do Académico, estou de consciência tranquila, já que trabalhei sempre com grande honestidade e dedicação, podendo, ao contrário de outros que por lá gravitam, dizer de alto e bom som, que nunca ganhei um euro com o clube, muito pelo contrário, dispus, muitas vezes, do tempo da minha vida profissional e familiar, sempre com o objectivo de honrar e levar mais além o nome do nosso Académico.
Não pensem que estou arrependido, antes pelo contrário, que grande orgulho me deu ter representado esta instituição que sempre respeitarei, ter partilhado e realizado grandes amizades durante todos estes anos, ainda que por vezes, tenha conhecido também algumas pessoas sem carácter, mas esses … enfim, que Deus os ajude a crescer como homens sérios e íntegros.
Admito que cometi dois grandes erros, e que se revelaram decisivos: um deles foi ter confiado nos que me deram a cobarde “facada nas costas”, e o outro prende-se com o facto de felizmente ter sempre conseguido resultados tão meritórios. Não tenho, pois, a menor dúvida que tais factos incomodaram muito boa gente.
Aproveito, também, para referir e deixar bem claro, que os motivos que precipitaram a minha saída do clube foram os que vou enunciar:
Em primeiro lugar, não aceitei treinar o escalão de iniciados, não por sentir que isso fosse uma despromoção, mas sim porque foi uma imposição, já que tenho uma enorme estima e consideração por todos aqueles que se encontram nesse escalão. Em segundo lugar, não aceito permanecer nesta estrutura uma vez que, falar neste sistema de rotatividade, muito honestamente, foi uma forma simpática de me convidarem a sair, e justifico esta afirmação porque entendo que os procedimentos e as alterações não deviam ter sido dadas através de recados, mas sim, convocando os interessados, apresentando aí os assuntos e propostas para estes serem posteriormente discutidos em sede própria sobre as vantagens e desvantagens desta reorganização estrutural de recursos humanos, bem como as suas implicações futuras, sempre na presença dos coordenadores do futebol formação e de todos os técnicos do clube.
Não concebo, também, qualquer tipo de reorganização estrutural sem previamente ser conhecido ou apresentado um projecto para o futebol de formação ou, pelo menos, haver a coragem de se apresentar o rosto desse projecto, ou será que há rostos que só aparecem quando se ganha!?
Neste momento, atrevo-me a perguntar, como academista que sou: Será que existe alguma linha orientadora para o arranque deste processo que tenha por base conteúdos bem programados? Existirá, de facto, um modelo de formação estruturado? Que critérios foram utilizados para definir as competências dos diferentes treinadores e a sua colocação nos diferentes escalões? Simpatia apenas…Amizade…Compadrio….enfim, quem decidiu que responda pelas suas decisões e apostas!
Não posso, também, deixar passar este momento, para afirmar de forma categórica, que ao contrário do que alguém disse, não pretendo nem nunca pretendi destabilizar a estrutura do clube.
Relativamente a este assunto, este será o meu último comentário, porque não faz parte da minha educação e do meu conceito de vida valorizar comentários infelizes de pessoas que considero limitadas, mal formadas, pouco sérias e sem idoneidade pessoal e profissional. Estou, pois, absolutamente convicto que o tempo se vai encarregar de repor a verdade.

Para finalizar, e porque foi este o principal motivo que me fez sentir na obrigação de escrever este texto, quero agradecer a todos aqueles que ficaram perplexos, e até indignados com a minha saída do clube e que comigo foram solidários neste momento particularmente difícil.
Para atletas, pais dos atletas, amigos, academistas, e muito especialmente à minha família o meu obrigado por tudo!!

Nota Final: O meu agradecimento especial para os autores/gestores dos Blogs, AVFC Camadas Jovens e Magia do Futebol que sempre nos acompanharam!”

José Pipo

Como reparam transcrevemos uma nota enviada pelo Mister Pipo de forma a acabar de vez com tudo o que a notícia da sua saída despoletou, esperando que o assunto fique encerrado e que os verdadeiros academistas se unam para os NOSSOS objectivos serem atingidos. Força ai campeões!

Contraditório

Finalmente é o que nos apraz dizer! O Diário Regional depois de nos dar a conhecer que uma equipa de bate chapas ganhara um torneio de Futsal em Cepões, e que o Restaurante Curral da Burra foi o vencedor do prémio fair-play, resolveu desta vez falar do Académico de Viseu e da saída de José Pipo. Vejamos o que dizem os intervenientes:
José Pipo: “eu fui dispensado do Académico pelo Prof. Idalino” ; “Devia ser o Prof. Idalino a comunicar a minha dispensa (nd.r. e não um elemento da direcção) porque é ele o coordenador do departamento de seniores e juniores” ; “Se ser campeão sem qualquer derrota não é ter capacidade técnica não sei o que será” ; “podem-me ter tirado da equipa júnior mas não me tiraram o meu academismo” ; “Depois de me terem dispensado convidaram-me para treinador dos iniciados mas não aceitei”.
Idalino de Almeida: “ surpreendido com toda esta questão” ; “revelou desconhecimento pela saída de Pipo e nada teve a ver com o sucedido” ; “lamenta a falta de consideração de José Pipo para com ele e está indignado com associação do seu nome a este caso”.
António Albino: “são mentiras de José Pipo” ; “Ninguém o mandou embora. Ninguém! Ele é que não quis acatar as ordens da direcção e saiu. Nós enquanto direcção estamos a levar a cabo uma política de rotatividade dos técnicos, que é normal em qualquer equipa com escalões de formação. Assim, este ano, como o Pipo já estava nos juniores, passaria a treinar os iniciados, tal como o João Gomes passou para os juvenis ou o Carlos Santos para os Infantis. O Pipo sabia dessas regras pois foi informado, mas não quis acatar e preferiu sair. Agora, ele que não se coloque a inventar mentiras porque só se prejudica a ele próprio. Ninguém da direcção lhe disse que não tinha qualidade técnica, muito pelo contrário, nós reconhecemos muito o excelente trabalho que o Pipo realizou, mas ele tinha que compreender a política de rotatividade do clube” ; “é completamente mentira que tenha sido o prof. Idalino a dispensar o Pipo. O prof. Idalino não tem competências para isso. Porque se o Académico tem um presidente é para estas situações que ele tem de trabalhar, não é o técnico dos seniores a ter de tratar do futuro dos escalões jovens”.
Leia tudo aqui.

Porquê Sr. Idalino?

Como todos já devem saber o nosso amigo e treinador Pipo saiu do Académico Viseu. Não que fosse essa a sua vontade mas sim porque foi empurrado por alguém que se sentiu ameaçado. Não percebo o porque deste vontade mas que ela foi real foi.
Se há dois culpados nesta saída, que a todos surpreendeu, uma é o Sr. Idalino (o principal mentor e pessoa desagradada com a presença do mister Pipo na hierarquia do clube) e depois o Sr. Albino, o presidente que não soube aguentar um treinador que “apenas” conseguiu fazer com que fossemos campeões e essencialmente trazer os Juniores de volta aos Nacionais, de onde saímos sem culpa nenhuma no cartório. Como se diz na gíria popular não os teve no sítio para defrontar alguém que lhe impôs esta sua decisão. Saberá o Sr Idalino ( ou no seu mundo, isto não aconteceu??) que foi este mesmo treinador que há uns anos conseguiu levar o nosso Académico à fase final dos Juniores vencendo colossos no futebol nacional de Juniores, entre eles Boavista, Porto. Ou isto não é ter valor???? Foi dito ao treinador Pipo que não tinha qualidade técnica e capacidade de orientar uma equipa de Juniores: palavras essas do Sr. Idalino mas que não soube ou teve sequer coragem de confrontar olhos nos olhos a pessoa que queria mandar embora! É fácil mandar embora alguém quando se tem o poder. Poder este dado por um presidente que parece não confrontar (ou pelos menos conseguir) o técnico dos SENIORES!! Falem com os jogadores, com técnicos, com adeptos e vejam o que eles dizem sobre este grande treinador que é o Pipo. Este homem sem coragem apenas está no clube há 10 meses, o Mister Pipo está há 8 ANOS! Depois de tanto sacrificio e dedicação ao nosso CLUBE, ao nosso ACADÉMICO vem este senhor com a moral que este presidente lhe dá e manda assim um Homem com esta qualidade embora. Enfim basta! Se o Sr Albino não tem coragem de confrontar o bicho-mau que é o Sr. Idalino saia pois não é assim que motiva os adeptos a ter amor a um clube recente mas que parece ter os males do antigo. Sei que nós queremos o bem do nosso clube e vocês querem o mesmo???
Falo agora em especial ao novo treinador Paulo Chaves. Quero que saiba que nada me move contra si e estarei sempre consigo naquilo que precisar para este ano. Sei que não tem nada haver com este processo e tal como qualquer profissional após um convite de comandar este navio que é o Académico claro que fez bem em aceitar. Senão fosse o Sr seria outro e se calhar desconhecido. Sei que vai fazer o melhor pelo NOSSO ACADÉMICO! Finalizando saibam que estou ENOJADO com todos estes meandros que envolvem um clube que todos queremos forte e que me parece que assim não se vai conseguir. E já agora Sr. Albino espero que saiba nem que seja apoiado pelo Sr. Idalino que foram 2 equipas da formação que subiram e não 3 como numa entrevista assim disse. Ponha-se ao corrente da formação para que o seu objectivo de sermos uma referência na formação seja atingida!
Para ti amigo Pipo, onde estiveres terás sempre aqui (um amigo) e tenho a certeza que o teu academismo nunca irá acabar. Obrigado por tudo amigo.

Novidades do Académico de Viseu

Entrevista ao reforço Lopes: há muito prometida a entrevista a Tiago Lopes, reforço do Académico de Viseu para a época 2007/2008, será colocada no blogue amanhã de manhã.

José Pipo: ainda nos custa a acreditar, a nós MAGIA DO FUTEBOL, mas a verdade é que o treinador campeão de juniores – num percurso simplesmente invejável onde nem uma derrota sofreu – foi dispensado do Académico. Os membros deste blogue – José Ferreira, João Nunes e Jorge Sá – manifestam total e inequívoca solidariedade para com o Mister Pipo. A quem interessa esta dispensa? Ao Académico? Sinceramente não nos parece! Foi para isto que se mantiveram calados durante tanto tempo? É afastando símbolos do clube que querem angariar mais sócios?

23 de Julho de 2007: A MAGIA DO FUTEBOL sabe que será nesta data que arrancará a nova época academista agora na III Divisão Nacional. Chegou-nos aos ouvidos que o Diário Regional na sua edição de amanhã publicará algo sobre o Académico. Vamos aguardar para que ver o que nos vão contar

Os testemunhos…

A Magia do Futebol, pediu o testemunho de dois antigos juniores do Académico, que foram treinados pelo Mister Pipo, e que são actualmente atletas dos séniores. São dois bons exemplos do trabalho realizado pelos técnicos, directores e responsáveis pelas camadas jovens do clube. O futuro começa na formação, e o futuro é já amanhã.

O Mister Pipo é um treinador com grandes qualidades tanto humanas, como técnico-tácticas, é um treinador que consegue sempre formar boas equipas e que tem vindo a realizar um trabalho notável nas camadas jovens do nosso Académico. Se hoje temos 5 jogadores, na equipa sénior, formados recentemente no clube, ele tem a sua quota parte de responsabilidade. È um mister amigo, que sabe gerir um grupo e ter uma relação fantástica com os jogadores. Tive muito prazer em ser treinado por ele, e sei que cresci muito com a sua ajuda. Obrigado Mister, um grande abraço.”
Fábio Santiago ( Ex -Junior CAF/AVFC, atleta do AVFC)

“Mister, obrigassímo por tudo… consigo aprendi muito.. aprendi que cada lance é o ultimo das nossas vidas… que em campo são onze contra onze! Consigo passei grandes momentos como, a fase final do Campeonato Nacional de Juniores e um ano e meio na 1ª Divisão de Juniores, em que o “nosso” Académico estava no meio daqueles “tubarões”. Para além de um grande treinador é um grande amigalhaço, que me ajuda sempre que necessário. Parabéns pelo campeonato. Abraço enorme.”
Calico ( Ex -Junior CAF/AVFC, atleta do AVFC)

Entrevista a José Pipo ( treinador de Juniores do AVFC )

Quando e como começou o futebol?
Comecei a jogar futebol aos 8 anos, nos Infantis dos Pupilos da Avenida, em torneios que a Câmara Municipal e a A.F.V. organizava. Na altura, fui recrutado pelo agora, meu amigo, Fausto Formoso que na altura era o treinador da equipa. Mais tarde, tornei-me jogador federado e o meu 1º clube foi o Viseu Benfica, em Iniciados.

Qual foi o momento desportivo mais importante da sua carreira futebolística? E o Pior?
O melhor foi, sem dúvida, a minha 1ª convocatória para seniores, na altura ainda na 1ª Divisão Nacional, em que fiz a minha estreia durante alguns minutos num jogo com o Portimonense. Vivi um ambiente fantástico com o estádio do Fontelo cheio. O pior foi, sem dúvida nenhuma, quando vivi a descida de divisão do Lusitano de Vildemoinhos, clube pelo qual joguei e sinto um carinho muito especial.

Fale-nos um pouco da sua carreira de jogador, quais os clubes por onde passou…
A minha carreira começou no distrital como iniciado no Viseu Benfica. Fui para o Repesenses, onde estive 2 anos no Nacional de juvenis e participei numa fase final fazendo parte de uma equipa fantástica com jogadores como Paulo Sousa, Rebelo (estes transferidos para o Benfica), Feijão, guarda-redes que ingressou a equipa do Sporting, o Coelho para a Académica, entre outros com muita qualidade.
Nos juniores, passei para a Académico de Viseu onde estive 6 anos. No meu último ano de júnior já era convocado e jogava com alguma regularidade nos Seniores, contribuindo na altura o CAF a subir à, então criada, Divisão de Honra. No ano seguinte, foi criado o Viseu Futebol Clube (equipa satélite do CAF). Fui Capitão de equipa nos 2 anos que o clube viveu, e nessa fase foi-me proposto um novo contrato que tive de recusar, visto ter que passar a treinar de manhã e de tarde, e isso era incompatível com o meu trabalho. Foi uma fase decisiva da minha vida futebolística, em que recebi inclusivamente várias propostas para sair de Viseu, pela mão do Saudoso Álvaro Carolino. Devo dizer que a minha cabeça falou mais alto do que o meu coração e, sob orientação dos meus pais, fiquei por aqui, optando por jogar no Lusitano de Vildemoinhos, que na altura disputava a 3ª Divisão.
Permaneci neste clube 7 fantásticos, tive o prazer de ser capitão de equipa 6 anos, fiz grandes amigos neste grande clube, com um treinador especial, Mister Joca, que foi a pessoa que me incutiu o gosto pelo treino, bem como a outros que estão a orientar equipas, como por exemplo, Silvério (Lusitano), Paulo Chaves (juniores do Viseu Benfica) Zé Chaves (Viseu Benfica) Santana (Lamelas), entre outros.

Fale-nos um pouco da sua carreira de Treinador, quais os clubes que já treinou?
A minha carreira de treinador começou nas Escolinhas do CAF, onde no 1º ano fomos Campeões Distritais. No 2º ano, acumulei os Juniores do Lusitano de Vildemoinhos com as Escolas do CAF. Foi um ano de loucos: aos sábados tinha jogo de Escolas e aos domingos os Juniores. Foi, no entanto, uma fase da minha vida que me deu muito prazer e proporcionou-me experiências a todos os níveis. No ano seguinte, recebi o convite para treinar os Juniores do CAF, que disputavam o Campeonato Nacional. É como se sabe um campeonato exigente, com um nível e qualidade de jogo fantásticos, mas conseguimos no 1º ano a manutenção a 2 jogos do fim. Depois veio uma época histórica para o clube, em que fomos à Fase Final com equipas como: o F. C. Porto, o Boavista, o S. C. Braga e o Leixões. No campeonato apenas perdemos um jogo e empatámos os dois jogos com o F. C. Porto: um em casa, no campo de Ranhados com o estádio a abarrotar, e o outro no Centro de Estágio de Gaia. Alcançámos 11 vitórias consecutivas e foi nesta fase que tive o prazer de ver convocados dois atletas para a Selecção Nacional, o Tiago Gonçalves e o Luís Costa, onde se tornaram internacionais pela 1ª vez.
No ano seguinte foi criada a 1ª liga de Juniores, onde só figuravam os melhores. Equipas como o F.C. Porto, o Boavista, o V. Guimarães, o SC. Braga, o Rio Ave, o Gil Vicente, o Leixões, a Académica, o Beira-mar, o Penafiel, Leiria entre outras grandes equipas. Nessa época tive o orgulho e a alegria de ver sair da minha equipa para o S. L. Benfica dois jovens jogadores, o Fábio Santos e o Filipe (ainda com idade de juvenis, embora fossem titulares nos juniores).
Na época 2004/2005, uma equipa inexperiente e muitos jogadores novos, começámos mal o campeonato e na penúltima jornada da 1ª volta éramos últimos, com apenas 8 pontos. Tivemos uma recuperação fantástica com 8 vitórias consecutivas, que nos projectou para o 7º lugar, tendo descido de divisão nessa época as equipas da U. Leiria, Penafiel, Beira-mar e Famalicão.
Na época seguinte, 2005/2006, veio a período dramático do clube, que culminou com o fim do CAF. Tínhamos uma boa equipa em construção mas aconteceu o pior…

Como foi viver por dentro o fim do CAF?
Foi o pior momento na minha curta carreira. Foi horrível, foi dramático o dia em que comunicámos aos atletas o fim do Clube. Vivi momentos difíceis, testemunhei a infelicidade e a angústia de mais de 100 crianças e jovens, que nada contribuíram para aquele triste desfecho, mas que se viam repentinamente impossibilitados de fazer aquilo que mais gostavam: jogar futebol e representar o clube do seu coração.
Devo realçar e acima de tudo agradecer a confiança que alguns jogadores manifestaram no novo projecto que é hoje este clube, na firmeza e até atrevimento ao desafiarem o “provável” fim do CAF e acreditarem no novo desafio que já se esboçava, mantendo-se de pedra e cal.
Quero, ainda referir jogadores que foram jogar noutros clubes até acabarem o campeonato e que na época seguinte regressaram ao clube: Marcelo Pais, Tiago Pina, assim como Zé Luís, Carlitos, Mika, Márcio entre outros, que esperaram que começasse o campeonato,

Com o fim do CAF porque é que aceitou abraçar o projecto AVFC?
Aceitei, acima de tudo, porque a estrutura e os jogadores das camadas jovens se mantiveram praticamente todas e assim poderíamos dar continuidade ao nosso trabalho. Embora competindo no Campeonato Distrital, foram-me dadas garantias, por parte da direcção, que a equipa seria preparada com as mesmas condições que tínhamos no Nacional.

Do que é que mais gosta na carreira de treinador? O que é que o motiva?
O que mais me dá prazer é de facto todos os anos construir praticamente uma equipa nova e ver no final a forma como os atletas evoluíram dentro da organização Táctica/Técnica, física e psicológica em equipa.

Treinar uma equipa sénior é um objectivo?
Ainda estamos a festejar o sucesso do nosso clube, para mim, como treinador e na afirmação do que quero ser. Para já, a minha grande opção para os próximos anos passa apenas por uma aposta clara e firme na formação. Quanto ao futuro… esse apenas a Deus pertence.

Como e onde é que descobriu os jogadores brasileiros que reforçaram o plantel júnior, já com a época a decorrer?
Esses dois atletas, depois de tentarem integrar outros planteis, viram as suas aspirações frustradas. Foram-me apresentados por um amigo. Treinaram com a equipa durante duas semanas, vimos o potencial que tinham e integrámo-los no plantel. Revelaram-se ao longo da época determinantes no sucesso da equipa júnior. O Marcel, inclusivamente, tornou-se bicampeão uma vez que também esteve praticamente em todos os jogos dos Seniores, marcando até um importante golo no jogo em Cinfães. São dois jogadores de qualidade, sei que o Professor Idalino gosta destes jovens e penso que estes, assim como outros atletas deste plantel, podem ser úteis num futuro próximo.

Depois de empatar em casa com o Vale de Açores passou-lhe pela cabeça não subir de divisão?
Penso que terá sido esse o jogo-chave para o nosso sucesso. Nesse jogo, os meus atletas perceberam e aprenderam que numa fase final nunca se deve facilitar e não pode haver margem para erro. É obvio que ficámos todos muito tristes e apreensivos, mas tornou-nos mais fortes e determinados, vencendo todos os jogos até ao final do campeonato, tendo alcançado, também, o melhor ataque e a melhor defesa.

Qual o segredo para não sofrer uma única derrota em toda a época?
Foi de facto um campeonato estupendo acabando sem derrotas, para isto não há segredo, é o resultado de muito trabalho desenvolvido por todos: atletas, directores, equipa técnica, massagistas e até pais de alguns jogadores. É óbvio que esse situação não nos estava a passar ao lado e a determinada altura passou a ser um objectivo a alcançar pela a equipa. Quero aqui agradecer ao meu “Adjunto e preparador físico” Prof. Carlos Moreira com o seu profissionalismo, competência, carácter e espírito de sacrifício. De facto, não é fácil morar em Fornos de Algodres, treinar 3 vezes por semana em Viseu, jogar aos Sábados, sem nunca ter faltado. Juntamente com o Filipe formamos uma equipa técnica que encara todos os treinos e jogos com muita seriedade, humildade e respeito pelo adversário.

Olhando para o plantel júnior acha que existem muitos jogadores que podem vingar nos seniores?
Sem qualquer duvida. Há jogadores que podem aparecer já na próxima época e outros que terão que rodar mais um ou dois anos para que possam estar preparados para a equipa sénior. Acredito, e viu-se nesta época, que um dos objectivos da direcção e da equipa técnica dos seniores, passa por apostar em jogadores da formação, que acima de tudo são jogadores que adoram o Clube.
Esperamos que este trabalho conjunto possa ter continuidade e que não se verifiquem erros cometidos no passado em que muitos dos nossos atletas foram dispensados e esquecidos, ficando por outros clubes adversários aqui tão próximos

Como é a sua relação profissional com a equipa técnica sénior?
Sempre foi uma relação normal, falei muitas vezes com o Prof. Idalino sobre os jogadores dos Juniores e sei que esteve atento ao nosso campeonato. O Prof. Idalino o Prof. Raposo assistiram a muitos jogos, o que certamente contribuiu para a convocatória de vários jogadores do plantel Júnior para alguns jogos da equipa sénior. Foram, por exemplo, convocados o Marcel, o Carlitos, o Celso e o Márcio, sendo motivo de grande satisfação e orgulho para todos nós, já que é para isso que trabalhamos todos os dias. Fiquei satisfeito por, no último jogo, o Prof. Raposo ter se dirigido ao balneário e ter dito que a equipa técnica, para a próxima época, contaria com todos os atletas que passariam a seniores, o que os deixou mais tranquilos e confiantes para o futuro.

Sentiu por parte dos dirigentes do Académico, todo o apoio necessário para cumprir os objectivos desportivos?
Nós, treinadores, queremos vitórias e sucesso nos jogos que disputamos, mas sabíamos que este seria um ano difícil, o chamado “ano zero” na formação. Tivemos diariamente o apoio do Sr. Nelson e do Sr. Neves que foram pessoas extraordinárias e, desde já, deixo aqui uma palavra de agradecimento aos dois.

Que podemos esperar da próxima época dos juniores?
Como é de conhecimento público, vão realizar-se eleições no Clube. Depois veremos o que a nova direcção quererá para o futuro. A equipa terá que ser composta com alguns jogadores recrutados a outros clubes para que possa ter um plantel mais equilibrado e possa fazer um campeonato Nacional tranquilo.

Como se sente ao ver jogadores que passaram pela formação serem tão importantes na subida do clube à III Divisão Nacional?
É de facto uma alegria, um orgulho e uma sensação de missão cumprida apercebermo-nos que o nosso trabalho deu frutos. Foi evidente o empenho e o interesse desta Direcção do clube e da equipa técnica dos Seniores na aposta nestes atletas, sabendo à partida que era um ano importante para o clube e que o objectivo a alcançar era a subida de divisão. Não cometeram os erros do passado, apostando em contratações de jogadores caros, mas com qualidade duvidosa, e esquecendo-se destes nossos jovens atletas que têm este Clube no coração e que são 100% profissionais. Foram sem dúvida importantes na subida e nos próximos anos poderão ser símbolos da equipa Sénior. Desde já, um grande e especial abraço ao Álvaro, ao Simões, ao Santiago, ao André e ao Calico.

Vamos lançar-lhe um desafio: elabore um onze de jogadores que “passaram pelas suas mãos”, e pelo CAF, e que agora são seniores.
Esta é sem duvida a pergunta mais difícil e acredito que possa ser injusto com alguns Atletas, em vez de um onze, vou elaborar um plantel:

Guarda Redes. – Batista e André
Defesas Direitos – Fabiano e Zé luís
Defesas Esquerdos – Bruno Gouveia e Fábio Santos
Defesas Centrais – Tiago Gonç. Simões, Santiago e Marcelo
Medios Defensivos – André Baixote, Calico e Miguel Ângelo
Médios – L. Costa, Bruno Madeira, Álvaro, Tiago Pina
Alas Direito – Ito, Márcio e Titá
Alas Esquerdo – Lopes, Carlitos
Pontas de Lança – Jardel (Parma), Caudio, Filipe, Marcel e Celso

Este seria um plantel de sonho e teria, com certeza, grandes dores de cabeça para fazer a equipa!!!

Qual é a sensação de ver os seus filhos entrar em campo com a camisola do Académico vestida?
A sensação é fantástica, o Gonçalo disputa o campeonato de Infantis e o João irá pela 1ª vez, na próxima época, disputar o campeonato de Escolas. São muito diferentes um do outro, futebolisticamente falando: o Gonçalo, no campo, é um jogador mais preocupado em fazer jogar a equipa, mais tecnicista e o João é um jogador mais agressivo e rápido. No entanto, neste momento da vida deles, a minha principal preocupação é fazer todos os possíveis para que eles se sintam bem no futebol, que pratiquem desporto e que se desenvolvam como atletas, independentemente do jeito que tenham ou não. O envolvimento dos meus filhos ajudou-me também a perceber melhor as reacções dos pais dos meus atletas, quando não concordam com as minhas opções.

Sabemos que é um leitor assíduo dos blogs que falam do futebol em Viseu, acha que estes são úteis no desenvolvimento do desporto do distrito?
É um meio de informação desportiva para todos, onde diariamente nos actualizamos e podemos dar a nossa opinião acerca de todas as informações que vocês nos proporcionam sobre o futebol nacional e distrital. Como todos nos sabemos, no nosso distrito, a informação desportiva não é muita, principalmente a escrita, assim, os blogs vieram colmatar essa falha.

Que acha do Blog A Magia do Futebol?
Sou um leitor assíduo da Magia, é um blog que acompanha os acontecimentos futebolísticos mais relevantes e dá preferência ao futebol do Académico de Viseu e do Sporting. Quero aqui dar-vos os parabéns pela qualidade do blog. Em relação ao Académico de Viseu têm tido um acompanhamento estupendo, quanto ao “outro Clube”, meus amigos, na vida nem tudo é perfeito!!! PARABÉNS e um Grande Abraço.

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