Fernando Ferreira é o destaque. Mas podiam ser outros!

Fernando Ferreira -4- é a nossa escolha para melhor do Académico no jogo de sábado. O seu golo é – foi – um verdadeiro hino ao futebol valendo bem os 6 € que gastei no bilhete mais os 250 km que fiz. É um golo só ao alcance de poucos e como alguém já disse só visto noutros campeonatos. Mas não foi só golo esteve sempre em grande rotação naquele meio campo sendo ele que mexia os cordelinhos do jogo tanto assim é que com a sua saída o Académico perdeu alguma da capacidade de incomodar a defensiva contrária. Que recupere rápido é o que se espera.
Augusto -4- Outra boa exibição. Inesperadamente estava a ter uma noite bem tranquila quando, após a saída de Fernando Ferreira, tira da cartola 3 defesas de nível superior que levaram o Académico para prolongamento. Mo melhor pano cai a nódoa e no segundo minutos do prolongamento larga uma bola para a sua frente e surge o golo vizelense. Foi pena. Aí está uma boa dor de cabeça. Paulo Freitas ou Augusto? Que venha o José Luís Borges e escolha.

Alexandre -4- Esteve intratável no flanco direito da defesa academista e até quando fechava ao centro mostrou a sua utilidade. Quando subiu pelo seu flanco causou perigo. Na segunda parte do prolongamento e quando poucos acreditavam no “milagre” ainda corria às bolas que saiam de campo para as devolver rapidamente ao jogo. Em grande!

Calico -4- Senhorial, soberbo, impecável! Com ele ninguém fez farinha, esteve sempre, ou quase sempre, no caminho certo, na hora exacta. A jogar assim é Calico e mais dez! Uma ou outra imperfeição no jogo aéreo não lhe tiram o brilho.

Rui Lage-4- Na posição de central foi o capitão o primeiro a mostrar ao que vinha o Académico com um corte arrojado logo nos primeiros minutos. Formou uma dupla segura com Calico e o que se pode dizer é que quem não os conhece ficou sem saber quem é o jovem e quem é o veterano. Uma ou outra imperfeição no jogo aéreo não lhe tira o brilho.

Leandro -4- Em todo o jogo só uma falha se lhe pode apontar quando se desentendeu com Augusto num cruzamento. De resto esteve intratável a defender. A subir pelo seu flanco esteve aquém das expectativas mas não esquecer que do outro lado estava uma equipa profissional. Bom jogo do lateral esquerdo.

Filipe -4- Que diferença entre o jogo de ontem e o jogo com a União de Lamas! Desta vez jogou no meio campo e esteve sempre no caminho da bola nunca dando uma por perdida. Saiu esgotado.

Casal -3- Começou o jogo muito bem mas o cartão amarelo que viu cortou-lhe o ímpeto. Talvez por isso, pelo cartão amarelo, tenha saído para entrar Lopes.

Luís Costa -3- A noite de sábado não estava para grandes “malabarismos” E Costa foi mais um lutador no meio campo academista. Deu nas vistas ao arrancar um remate do meio da rua que saiu rente ao ângulo da baliza vizelense.

Everson -3- Quando a bola lhe chega aos pés é difícil lhe a tirar. Tentou visar várias vezes a baliza vizelense e numa dessas ocasiões obrigou o guardião contrário a defesa arrojada. Parece reforço. A rever.

Zé Bastos -3- Não era fácil a sua tarefa mas “o Zé” nunca virou a cara à luta e até ajudou em tarefas defensivas. Três momentos a reter: uma excelente arrancada que só não deu golo porque a pontaria não foi a melhor e porque ninguém apareceu a dar ajuda; nova arrancada, que só foi travada em falta quando se aprestava por passar pelos centrais, falta que o árbitro fez que não viu e ainda lhe mostrou o amarelo por protestos; na segunda parte numa boa jogada de envolvimento surge na direita hesita entre o remate e o passe, para Everson, e que quando opta por este já era tarde. Exibição esforçada.

Álvaro -2- Entrou no lugar de Fernando Ferreira e destacou-se em dois remates do meio da rua, em conversar de livres, um deles saiu rente ao poste e o outro parou no guardião vizelense.

Lopes -1- Curiosamente, ou não, foi com a sua entrada que o Académico se voltou a ser uma equipa equilibrada. Apareceu sempre no espaço livre, não se esconde, mas quando lhe pedem o passe final ou o remate certeiro algo não lhe corre bem.

Rui Santos -1- Bem-vindo de volta Rui!

Ac. Viseu 1 – Vizela 2

O onze do Académico: Augusto; Alexandre, Calico, Rui Lage e Leandro; Casal, Filipe, Fernando Ferreira e Luís Costa; Zé Bastos e Everson.

Disse-o aqui, no primeiro jogo com o União de Lamas, que o Académico de Viseu havia perdido uma grande oportunidade de fidelizar os sócios e os adeptos à equipa e que dificilmente iriam ter uma tão boa casa como a da primeira jornada e a verdade é que as bancadas do Fontelo hoje apresentaram um aspecto desolador tendo em conta que na curta vida do AVFC esta foi a vez em que receberam uma equipa de campeonatos profissionais. Se é verdade que os adeptos após duas derrotas deixaram de acreditar na equipa o jogo de hoje mostrou que existe qualidade e que sobretudo existe vontade de se conseguir algo mais para o Académico de Viseu. Há que voltar a acreditar nesta equipa mas claro que a equipa também tem que dar esse sinal que passa claramente pela vitória frente ao Águeda na próxima jornada.

Vamos ao jogo. O Académico surgiu no relvado do Fontelo algo cauteloso – do outro lado estavam profissionais do mundo da bola – mas sem nunca se acantonar no seu meio campo. É certo que era o Vizela que mais bola tinha mas o Académico surpreendia pela tranquilidade que emprestava ao jogo nem parecendo ser um dos últimos classificados da Série C da III Divisão. Estava o jogo entretido quando Fernando Ferreira resolveu tirar da cartola algo que fez valer os 6 € que paguei, do meio da rua arranca um chapéu com conta peso e medida que só termina no fundo da baliza do atónito Murça, o Académico contra todas as expectativas estava na frente do marcador. Pena foi que no minuto seguinte – nem deu para saborear – o Vizela chegasse ao empate, houve muita cerimónia a tirar a bola da área academista e quando esta sobrou para um forasteiro ela só parou. A partir daqui estavam há espera de um Académico abalado? Eu pelo menos esperava mas não foi nada disso que sucedeu e pouco depois Zé Bastos numa arrancada fabulosa levou muito perigo à baliza contrária mas estava muito só. Até ao final da primeira parte destaque para dois lances arbitrais, o primeiro a anular um golo aos vizelenses – tenho as minhas dúvidas e para um erro de bradar aos céus quando Zé Bastos arranca decidido para a baliza vizelense e quando se apresta por passar pelos centrais é agarrado. Eu do outro lado do campo vi a camisola negra bem “esticada” o árbitro a um metro não viu nada. Bem viu os protestos do Zé e mostrou-lhe o amarelo. Ao intervalo o 1 a 1 era justo.

Na segunda parte entrou melhor o Vizela mas o Académico tratou logo de seguida de colocar em sentido os vizelenses com Zé Bastos, Filipe e Luís Costa a aparecerem na carreira de tiro mas não atinando com o alvo. Depois é o Vizela que volta a criar perigo para o Académico nas bolas enviadas para o coração da área onde uma deficitária marcação levava a que o perigo andasse demasiadas vezes perto da baliza de Augusto e só a falta de pontaria e a barra evitaram que o Vizela se adiantasse no marcador. Um pouco antes de Fernando Ferreira sair – lesionado – ainda colocou Everson em boa posição de visar a baliza contrária – defesa segura de Murça. Falo da saída de Fernando Ferreira porque foi aí que em todo o jogo o Académico de Viseu se desconcentrou e nos minutos seguintes surgiu um nome que estava a ser surpreendentemente um espectador, Augusto é o seu nome e com três defesas de nível superior fez com que o sonho academista perdurasse. Mas o Académico voltou à vida e já com Lopes em campo – entrou para o lugar de Casal – o Académico esteve perto de marcar por este mesmo jogador que não consegui dar a direcção certa a uma jogada de muito bom nível desenvolvida por Alexandre e Everson. Até ao fim tempo para um bom remate de Álvaro e para nova bola no ferro da baliza academista. Tempo também para mais uma extravagância arbitral: seis minutos de desconto!

O prolongamento foi um prémio merecido para todo o labor academista mas notava-se que as pernas dos homens de negro queriam eram descanso. Mais trinta minutos de sacrifício era o que se pedia mas o segundo minuto da primeira parte foi padrasto para o Académico de Viseu, Augusto a quem o Académico pode agradecer o prolongamento larga uma bola para a frente e quem aparece mais lesto a atirar para o fundo da baliza foi um vizelense. Era o 1-2. Aqui sim o Académico baixou animicamente e o Vizela pode descansar e só perto do fim o Académico incomodou para Lopes não conseguiu dar o melhor seguimento ao seu passe.

Vitória de uma equipa que faz parte do lote restrito dos 32 melhores do nosso país. O Académico caiu, mas caiu de pé. Este Académico merece um voto de confiança! Este é o meu Académico!

Melhor do Académico em campo: Fernando Ferreira (amanhã não perca a análise individual)

Sabia que…

… Académico de Viseu (CAF) e Vizela já se encontraram por uma vez na Taça de Portugal e que o Académico de Viseu venceu por 2-3? Foi na edição de 69/70!

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