Fernando Ferreira é o destaque. Mas podiam ser outros!
Augusto -4- Outra boa exibição. Inesperadamente estava a ter uma noite bem tranquila quando, após a saída de Fernando Ferreira, tira da cartola 3 defesas de nível superior que levaram o Académico para prolongamento. Mo melhor pano cai a nódoa e no segundo minutos do prolongamento larga uma bola para a sua frente e surge o golo vizelense. Foi pena. Aí está uma boa dor de cabeça. Paulo Freitas ou Augusto? Que venha o José Luís Borges e escolha.
Alexandre -4- Esteve intratável no flanco direito da defesa academista e até quando fechava ao centro mostrou a sua utilidade. Quando subiu pelo seu flanco causou perigo. Na segunda parte do prolongamento e quando poucos acreditavam no “milagre” ainda corria às bolas que saiam de campo para as devolver rapidamente ao jogo. Em grande!
Calico -4- Senhorial, soberbo, impecável! Com ele ninguém fez farinha, esteve sempre, ou quase sempre, no caminho certo, na hora exacta. A jogar assim é Calico e mais dez! Uma ou outra imperfeição no jogo aéreo não lhe tiram o brilho.
Rui Lage-4- Na posição de central foi o capitão o primeiro a mostrar ao que vinha o Académico com um corte arrojado logo nos primeiros minutos. Formou uma dupla segura com Calico e o que se pode dizer é que quem não os conhece ficou sem saber quem é o jovem e quem é o veterano. Uma ou outra imperfeição no jogo aéreo não lhe tira o brilho.
Leandro -4- Em todo o jogo só uma falha se lhe pode apontar quando se desentendeu com Augusto num cruzamento. De resto esteve intratável a defender. A subir pelo seu flanco esteve aquém das expectativas mas não esquecer que do outro lado estava uma equipa profissional. Bom jogo do lateral esquerdo.
Filipe -4- Que diferença entre o jogo de ontem e o jogo com a União de Lamas! Desta vez jogou no meio campo e esteve sempre no caminho da bola nunca dando uma por perdida. Saiu esgotado.
Casal -3- Começou o jogo muito bem mas o cartão amarelo que viu cortou-lhe o ímpeto. Talvez por isso, pelo cartão amarelo, tenha saído para entrar Lopes.
Luís Costa -3- A noite de sábado não estava para grandes “malabarismos” E Costa foi mais um lutador no meio campo academista. Deu nas vistas ao arrancar um remate do meio da rua que saiu rente ao ângulo da baliza vizelense.
Everson -3- Quando a bola lhe chega aos pés é difícil lhe a tirar. Tentou visar várias vezes a baliza vizelense e numa dessas ocasiões obrigou o guardião contrário a defesa arrojada. Parece reforço. A rever.
Zé Bastos -3- Não era fácil a sua tarefa mas “o Zé” nunca virou a cara à luta e até ajudou em tarefas defensivas. Três momentos a reter: uma excelente arrancada que só não deu golo porque a pontaria não foi a melhor e porque ninguém apareceu a dar ajuda; nova arrancada, que só foi travada em falta quando se aprestava por passar pelos centrais, falta que o árbitro fez que não viu e ainda lhe mostrou o amarelo por protestos; na segunda parte numa boa jogada de envolvimento surge na direita hesita entre o remate e o passe, para Everson, e que quando opta por este já era tarde. Exibição esforçada.
Álvaro -2- Entrou no lugar de Fernando Ferreira e destacou-se em dois remates do meio da rua, em conversar de livres, um deles saiu rente ao poste e o outro parou no guardião vizelense.
Lopes -1- Curiosamente, ou não, foi com a sua entrada que o Académico se voltou a ser uma equipa equilibrada. Apareceu sempre no espaço livre, não se esconde, mas quando lhe pedem o passe final ou o remate certeiro algo não lhe corre bem.
Rui Santos -1- Bem-vindo de volta Rui!
Ac. Viseu 1 – Vizela 2
Disse-o aqui, no primeiro jogo com o União de Lamas, que o Académico de Viseu havia perdido uma grande oportunidade de fidelizar os sócios e os adeptos à equipa e que dificilmente iriam ter uma tão boa casa como a da primeira jornada e a verdade é que as bancadas do Fontelo hoje apresentaram um aspecto desolador tendo em conta que na curta vida do AVFC esta foi a vez em que receberam uma equipa de campeonatos profissionais. Se é verdade que os adeptos após duas derrotas deixaram de acreditar na equipa o jogo de hoje mostrou que existe qualidade e que sobretudo existe vontade de se conseguir algo mais para o Académico de Viseu. Há que voltar a acreditar nesta equipa mas claro que a equipa também tem que dar esse sinal que passa claramente pela vitória frente ao Águeda na próxima jornada.
Vamos ao jogo. O Académico surgiu no relvado do Fontelo algo cauteloso – do outro lado estavam profissionais do mundo da bola – mas sem nunca se acantonar no seu meio campo. É certo que era o Vizela que mais bola tinha mas o Académico surpreendia pela tranquilidade que emprestava ao jogo nem parecendo ser um dos últimos classificados da Série C da III Divisão. Estava o jogo entretido quando Fernando Ferreira resolveu tirar da cartola algo que fez valer os 6 € que paguei, do meio da rua arranca um chapéu com conta peso e medida que só termina no fundo da baliza do atónito Murça, o Académico contra todas as expectativas estava na frente do marcador. Pena foi que no minuto seguinte – nem deu para saborear – o Vizela chegasse ao empate, houve muita cerimónia a tirar a bola da área academista e quando esta sobrou para um forasteiro ela só parou. A partir daqui estavam há espera de um Académico abalado? Eu pelo menos esperava mas não foi nada disso que sucedeu e pouco depois Zé Bastos numa arrancada fabulosa levou muito perigo à baliza contrária mas estava muito só. Até ao final da primeira parte destaque para dois lances arbitrais, o primeiro a anular um golo aos vizelenses – tenho as minhas dúvidas e para um erro de bradar aos céus quando Zé Bastos arranca decidido para a baliza vizelense e quando se apresta por passar pelos centrais é agarrado. Eu do outro lado do campo vi a camisola negra bem “esticada” o árbitro a um metro não viu nada. Bem viu os protestos do Zé e mostrou-lhe o amarelo. Ao intervalo o 1 a 1 era justo.
Na segunda parte entrou melhor o Vizela mas o Académico tratou logo de seguida de colocar em sentido os vizelenses com Zé Bastos, Filipe e Luís Costa a aparecerem na carreira de tiro mas não atinando com o alvo. Depois é o Vizela que volta a criar perigo para o Académico nas bolas enviadas para o coração da área onde uma deficitária marcação levava a que o perigo andasse demasiadas vezes perto da baliza de Augusto e só a falta de pontaria e a barra evitaram que o Vizela se adiantasse no marcador. Um pouco antes de Fernando Ferreira sair – lesionado – ainda colocou Everson em boa posição de visar a baliza contrária – defesa segura de Murça. Falo da saída de Fernando Ferreira porque foi aí que em todo o jogo o Académico de Viseu se desconcentrou e nos minutos seguintes surgiu um nome que estava a ser surpreendentemente um espectador, Augusto é o seu nome e com três defesas de nível superior fez com que o sonho academista perdurasse. Mas o Académico voltou à vida e já com Lopes em campo – entrou para o lugar de Casal – o Académico esteve perto de marcar por este mesmo jogador que não consegui dar a direcção certa a uma jogada de muito bom nível desenvolvida por Alexandre e Everson. Até ao fim tempo para um bom remate de Álvaro e para nova bola no ferro da baliza academista. Tempo também para mais uma extravagância arbitral: seis minutos de desconto!
O prolongamento foi um prémio merecido para todo o labor academista mas notava-se que as pernas dos homens de negro queriam eram descanso. Mais trinta minutos de sacrifício era o que se pedia mas o segundo minuto da primeira parte foi padrasto para o Académico de Viseu, Augusto a quem o Académico pode agradecer o prolongamento larga uma bola para a frente e quem aparece mais lesto a atirar para o fundo da baliza foi um vizelense. Era o 1-2. Aqui sim o Académico baixou animicamente e o Vizela pode descansar e só perto do fim o Académico incomodou para Lopes não conseguiu dar o melhor seguimento ao seu passe.
Vitória de uma equipa que faz parte do lote restrito dos 32 melhores do nosso país. O Académico caiu, mas caiu de pé. Este Académico merece um voto de confiança! Este é o meu Académico!
Melhor do Académico em campo: Fernando Ferreira (amanhã não perca a análise individual)
Comentários Recentes