Rui Lage: a entrevista.

Nome: Rui Jorge Barreto Lage
Data de nascimento: 20 de Março de 1973
Posição: Médio
Clubes representados: Académico de Viseu, Feirense e Nelas

O Rui Lage chega esta época, que agora se avizinha, ao Académico de Viseu Futebol Clube. É o regresso a um clube que bem conhece ou a um clube que tem apenas 3 anos?
Não sei bem como responder, talvez um regresso a um local bem conhecido para representar um clube que tudo está a fazer para que consiga alcançar e talvez melhorar os êxitos do extinto CAF.

Como sabemos que és sportinguista vamos utilizar este exemplo: Paulo Bento é agora treinador de jogadores que foram seus colegas. Contigo passa-se o contrário vais ser colega de alguém de quem já foste treinador. Falamos do Cabido e a pergunta é; jogou apenas um jogo na época passada, afinal o que vale Vítor Cabido como jogador?
Acima de tudo, é um excelente miúdo, muito humilde e com muita vontade de aprender. É um jovem que ainda esta em fase de aprendizagem, e com certeza que hoje já está mais evoluído com a aprendizagem que teve na ultima época. Como jogador, adapta-se bem a qualquer posição o que é bom, joga bem com os 2 pés e tem uma entrega muito boa ao jogo. Agora é preciso dar tempo para continuar a evoluir, mas não é com criticas que os jovens conseguem a sua evolução

O tempo não perdoa e já tens 35 anos. Não estás “velho” demais para continuar a jogar futebol? Paulo Freitas, Augusto, Saraiva, Alexandre, Sérgio, está o Académico a construir uma equipa de velhos?
Há alguma lei que diga que um jogador tem que terminar a carreira aos 35,36 ou 37 anos? Acho que não! Será que só em Viseu é que se passa isso? Se as pessoas contrataram estes jogadores é porque contam com eles para a próxima época. Felizmente que convites não faltaram, e se não fosse no Académico continuaria a jogar futebol em outro clube, sinto-me bem, fiz 52 jogos seguidos sem perder um minuto nas 2 ultimas épocas ao serviço do S L Nelas na 2ª divisão nacional e se tudo correr bem estou pronto para ajudar o Académico a conseguir atingir os objectivos.

O teu amor ao Académico, seja ele CAF ou AVFC, é público. Há, no entanto, uma facção de adeptos que diz que se gostasses assim tanto do Académico não o tinhas abandonado quando ele mais precisava de apoio. Tens algo a responder a esses adeptos?
Quando abandonei o CAF, senti que o clube mais dia, menos dia iria ter o seu fim, disse-o numa entrevista quando abandonei o CAF, nesse ano, entraram pessoas para o clube com outros interesses. Saí por 2 motivos, 1º porque não gosto de me sentir a mais, respeitando sempre as opções, mas eu como gosto de jogar, procurei um clube onde o pudesse fazer e 2º estava quase a ser pai e como o clube estava numa situação muito delicada em termos financeiros, achei por bem sair (o que me custou muito). O amor ao CAF infelizmente não me pagava as dívidas nem dava de comer ao meu filho e também não era eu que ia conseguir salvar o clube, por mais que tentasse!

Com o fim do CAF, ficaste a perder muito dinheiro? Por outras palavras quanto te ficou a dever monetariamente o Académico?
O Académico nada me ficou a dever.

O CAF acabou e a culpa parece que morreu solteira, no teu entender quem foram os grandes culpados? Podemos incluir nesse lote alguns jogadores?
A culpa foi da má gestão, do acumular de erros atrás de erros, do aproveitamento do clube por certas pessoas para se promoverem etc. Porquê culpar jogadores? Os jogadores foram contratados para jogar, não para gerir o clube.

Enquanto representaste o Académico em 2004/2005 – última época em que competiu o CAF – falava-se que no final da época poderia haver a extinção do clube? A opção tomada para voltar a colocar o nome Académico no mapa – a “criação” do AVFC – foi no teu entender a mais correcta? Seria essa também a tua opção?
Sinceramente penso que não foi a melhor opção, mas se as pessoas entenderam assim, vamos apoiar e esperar que dê os seus frutos. A cidade precisa urgentemente de um clube melhor colocado a nível nacional, com a ajuda e o apoio de todos, mas é preciso fazer as coisas bem feitas, sem cair nos erros do passado.

Uma das coisas que mais se lê no nosso blogue – quase sempre em comentários anónimos – é que o Académico está a formar uma equipa cheia de amigos do Monteiro. Sendo tu um dos visados a pergunta é, afinal o que é isso ser “amigo do Monteiro”?
Quem me conhece, sabe que eu não gosto de confusões, não tenho inimigos nem gosto de os ter. As pessoas por inveja ou por frustração, não tem coragem de dizer os que lhes vai na alma cara a cara, por isso escondem-se atrás do anonimato, para despejarem um pouco da raiva que sentem, mas digo que sim, sou amigo do Monteiro e de muita gente felizmente.

Agora lançamos-te o desafio de falares um pouco sobre os jogadores que agora ingressam no AVFC e que já foram teus colegas:
Augusto – Um dos melhores guarda-redes com quem joguei, excelente colega e amigo.
Paulo Freitas – Teve uma passagem feliz pelo CAF e por isso as portas ficaram abertas par o regresso.
Sérgio – Trabalha nos limites, gosta do que faz e tenta fazer tudo na perfeição, grande espírito de sacrifício. É um autêntico líder.
Saraiva – Muito parecido com o Sérgio.
Rui Santos – Sem dúvidas que é um jogador que merecia uma liga profissional, nada está perdido, ainda vai a tempo. Muito rápido com bola e desequilibrador no 1 para1, certamente que nos vai ajudar e muito.
Tiago Gonçalves – É um miúdo muito humilde, precisa de um pouco de sorte, para conseguir chegar lá cima, porque qualidade tem ele. Gosto muito de o ver jogar.

És, tal como nós, adepto do Sporting e sabemos que por vezes até vês o clube ao vivo. Alguém que fez e faz do jogar futebol o modo de vida sofre tanto nas bancadas como o “adepto comum”?
Claro que sim, sinceramente já sofri mais pelo Sporting, hoje gosto que o Sporting ganhe, mas acima de tudo gosto de ver bom futebol.

Num clube o mais importante é os adeptos. Queres deixar alguma mensagem para os academistas?
O apoio vindo da bancada é tão ou mais importante que uma vitória, todos juntos somos poucos para colocar o Académico num patamar superior. Sem a vossa ajuda de certeza que se torna mais difícil.

Em todas as entrevistas pedimos aos nossos entrevistados para nos dizerem de sua justiça o que acham do blogue A MAGIA DO FUTEBOL. Costumamos até dizer que essa é a oportunidade de se vingarem de nós das vezes que falamos mal deles. No teu caso ainda não tivemos tempo de falar mal mas o desafio fica também: dizer o que achas do blogue sendo certo que aceitámos todos os elogios e críticas também. Aceitas o desafio?
Já uma vez vos disse que gosto muito de visitar A MAGIA DO FUTEBOL, pela informação que transmitem tanto do Académico como do Sporting, é de louvar o vosso trabalho. Futuramente podem e devem “dizer mal”, porque as criticas devemos aceita-las para tirarmos ilações sobre elas.

Perguntas dos leitores:

O Rui Lage foi um dos jogadores que esteve presente nas últimas equipas que tiveram sucesso nos campeonatos nacionais. Regressa e será um dos jogadores que ainda transporta alguma mística para o clube sendo um dos mais antigos a integrar este plantel. Quais serão as grandes medidas que o clube precisa de adoptar para conseguir almejar a posição que realmente merece no futebol nacional (JRA)?
Penso que já respondi mais ou menos a esta pergunta, as medidas a tomar penso que é evitar cair nos erros do passado e conseguir trabalhar no sentido de criar bases para que num futuro próximo consiga estabelecer o clube nas ligas profissionais. Mas para isso é preciso muito trabalho em todos os aspectos a começar na área de formação.

Rui, em primeiro lugar, estamos todos muito contentes por o teu regresso ao nosso Académico. Visto o plantel estar praticamente encerrado e com varias caras novas, quais são as tuas perspectivas relativamente a época que se avizinha (João Monteiro e MP)?
Eu também estou contente e agradeço o apoio. Pelo que o Académico fez na época passada, pelo nome Académico, pelas contratações e pela cidade, só nos resta lutar pela subida de divisão, sabemos que será difícil por vários factores, mas temos de trabalhar para conseguir alcançar os objectivos.

Achas que o plantel para esta época pode dar mais regularidade que o anterior (MP)?
Penso que temos um plantel equilibrado, acho que vamos conseguir fazer um bom campeonato.

Como te sentes fisicamente? Sentes-te capaz de enfrentar uma época longa e dura época (MP)?
Não creio que a 3ª divisão seja mais exigente no nível físico que a 2ª divisão, mas penso que estarei apto fisicamente para conseguir enfrentar a época que aí vem.

Será a mistura da experiência e da juventude que também conhece muito bem a casa (Calico, Lopes, Álvaro, Tiago Gonçalves, Costa, Márcio) a fórmula de sucesso para a próxima época (MP)?
Vai ser muito importante a ajuda de todos, experiência, juventude, equipa técnica, direcção, departamento médico e sócios. Ninguém num desporto colectivo consegue obter resultados sozinho, por isso a ajuda de todos vai ser importante para conseguirmos a fórmula de sucesso.

Como comparas a moldura humana que rodeia o Nelas, Feirense e do AVFC?Qual é a mais exigente? Qual a que transmite mais confiança à equipa (MP)?
Ambas são exigentes, cada qual à sua maneira, todos querem ganhar. Como é normal no futebol, se as equipas ganham, naturalmente o apoio será maior.

Rui Lage, desde que o CAF acabou, a expectativa criada á volta do novo clube é subir todos os anos. Por vezes as pessoas esquecem-se que existem outros clubes, outras cidades, outros dinheiros… E por isso a pressão é grande. O que prevê o Rui no caso não subirem mais uma vez? Abandonar o clube? O futebol? Ou estaremos sempre no “pro ano é que é” (Pedro)?
A ambição deve fazer parte de nós, se temos condições e gostamos do que fazemos, porque não ambicionar sempre mais! Claro que tal como o Académico, provavelmente devem existir mais 5 ou 6 equipas que vão querer subir e também têm essas condições. Quanto a pressão, é bom existir, é sinal que temos de trabalhar mais que os outros.

Se fosse treinador, diga-nos 22 jogadores da região que gostaria de ter ao seu dispor para subir o Académico à II Divisão?

Sinceramente, ainda não me quero pôr no lugar de treinador, enquanto puder vou jogar porque ainda sinto que tenho condições para o fazer. Mas felizmente, penso que existem muitas soluções na região.

Rui, havendo jogadores como o Cabido que treinou e que viu jogar na equipa adversária, no caso dos juniores academistas, pensa que há valores na formação em Viseu para seguirem para o futebol profissional como acabou por ser o seu caso?
Sim, tive o prazer de trabalhar na formação do Repesenses e gostei muito de ver que existem muitos valores na formação em Viseu. É pena que no caso do Repesenses, os jovens jogadores acabam a formação e depois não existe o respectivo acompanhamento, visto que o clube não tem plantel sénior, muitos deixam de jogar porque ninguém acredita ou desconhecem as suas qualidades. Deixo aqui uma mensagem, não seria bom acabar com as rivalidades e os clubes se unirem e tentarem fazer mais pelo futebol em Viseu? No meu caso, tive a sorte que o Académico naquela altura tinha 1 clube satélite onde os jogadores vindo das camadas jovens pudessem continuar a jogar e a serem vistos pela equipa técnica do CAF e serem chamados a qualquer altura para a equipa principal, só que foi um projecto curto que só durou 2 anos. Porque não fazê-lo agora também? Penso que todos iriam ganhar com isso.

A entrevista de João Miguel

Nome: João Miguel Campos Henriques
Data de nascimento: 24 de Novembro de 1976
Naturalidade: S. Paulo (Brasil)
Posição: Defesa/médio
Clubes representados: Oliveira do Conde (iniciados), Fiais da Telha (juvenil), CAF (juvenil/junior), Fornos de Algodres, Nelas (10 épocas) e AVFC
Morada: Nelas
Profissão: Engenheiro Agro-Alimentar

Como surgiu o convite para ingressares no Académico de Viseu?
Através do contacto de um colega e de conversas com o José Monteiro e o Sr. Albino.

Defesa direito, defesa esquerdo, médio. Passaram-se duas épocas e a dúvida ficou: qual o local onde preferes jogar?
O meu lugar preferido é o de médio/extremo esquerdo, mas também sei que tenho grande rendimento actuando como lateral direito.

Falando da época 2006/2007. O Académico começou muito mal mas acabou como campeão. Em tua opinião o que é que foi determinante em tão boa recuperação?
O título de campeão deve-se, fundamentalmente, a um grupo de trabalho fenomenal. A nossa crença e abnegação foram fundamentais para a recuperação efectuada. Sem um grupo de jogadores como aquele seria impossível.

Como classificas a tua época (2007/2008) a nível individual?
A nível individual tenho pena de ter sido colocado fora das opções demasiadas vezes durante a época, até porque tenho a consciência de que sempre cumpri e justifiquei o direito a um lugar na equipa, mas quem toma as opções e decide é a equipa técnica.

Chegaram a acreditar que era possível consegui a subida à II Divisão?
Desde o início da época sempre pensei que iríamos subir de divisão, assim como quase todos os meus colegas.

Depois de dois anos no Académico de Viseu qual o balanço que fazes? Quais os momentos mais positivos e os mais negativos?
Momentos Positivos: Grupo de trabalho espectacular (jogadores); O título conseguido. Momentos Negativos: 2.º fase do último campeonato; Menor utilização esta época; Condições e organização do trabalho da equipa; Falta de algum apoio a nível directivo (os meios não são totalmente suficientes) e da cidade.

Se pudesses voltar atrás no tempo voltavas a tomar a decisão de ingressares no Académico de Viseu? Olhando para toda a tua carreira como jogador de futebol há algo de que te arrependas?
Sempre que me for possível ajudarei o Académico de Viseu, pois também participou na minha formação como homem. Em relação à minha carreira não me arrependo de nenhuma decisão que tenha tomado.

Segundo a direcção academista saíste do clube por opção tua. É mesmo assim?
Já o tinha dito no comentário que fiz no blog. Saí do AVFC porque não gosto de entrar num projecto em que não posso garantir empenho total. Se não posso estar a 100% prefiro não participar. A minha profissão não me permite comprometer com os objectivos a que o AVFC se propõe.

Agora o desafio que te lançamos é que escolhas um onze de ex colegas e que escolhas um treinador para os “treinar”.
G. R. – Manuel Fernandes; DEF: – Poças, Coimbra, Sérgio Fonseca, Jorge Costa; MED – Rui Lage, Chalana, Bruno (irmão Neca Ex-Belenenses); AV – Filipe Figueiredo, Fernando Barros (Brasil) e Osvaldo. Peço desculpa a todos os colegas com que convivi durante todas estas épocas, mas estes formariam uma grande equipa, principalmente se estivessem em boa forma simultaneamente. TREINADOR – Rui Manuel

Como deves saber nós em A MAGIA DO FUTEBOL costumamos eleger todos os meses aquele que consideramos o melhor jogador do Académico no período em questão. Tu foste o jogador do mês de Maio. Tem algum sabor essa distinção ou nada te diz?
Todo o jogador gosta de ser reconhecido pelo seu esforço. É pena que essa nomeação não tenha sido acompanhada por sucessos colectivos.

Em todas as entrevistas colocamos este desafio aos nossos entrevistados. Esta é também uma maneira de te poderes vingar de nós. O que pensas do nosso blogue (todas as críticas boas ou más são bem-vindas)?

É um espaço excelente e que eu visito regularmente. Tem bastante informação e permite o diálogo e exposição de opiniões sobre a vida de 2 clubes. É agradável ver a interacção que existe entre os intervenientes/adeptos que é indicativa da importância que o AVFC poderia ocupar na vida de todos os viseenses (e não só).

Uma palavra para os sócios e adeptos:
Todos devem acreditar, apoiar e gritar pela equipa, mas todos têm que saber sofrer e ter paciência. Deve-se dar tempo às pessoas que pegaram neste clube para o ressuscitar e que, devido a alguma inexperiência; não conseguiram fazer tudo da melhor forma. Os erros acontecem a todos e devemos dar força a estas pessoas que acreditam e continuam a trabalhar para vos dar alegrias. Vocês devem tentar colocar-se no nosso lugar (jogadores) e lembrar-se que não há ninguém que sofra mais que nós quando o resultado é negativo.
ACREDITEM / AJUDEM / APOIEM / CRITIQUEM

Perguntas dos leitores:

Quais as motivações que te levaram a trocar o Académico de Viseu pelo Canas de Senhorim, ou seja, a III Divisão pelo distrital?
Saí para o GDR Canas de Senhorim, porque posso cumprir como programa de trabalho e objectivos traçados pelo clube e também por não me ser possível cumprir com o projecto academista. Acho também interessante que este clube queira demonstrar que a época passada não foi fruto da sorte.

Qual a razão para uma quebra tão grande de comportamento na 2ª fase do campeonato onde as exibições foram de muito fraco nível (JRA)?
Não concordo que as exibições tenham sido todas de fraco nível. Devemos também atender que o número de jogadores escolhidos preferencialmente pela equipa técnica durante a época foi reduzido o que levou a algum desgaste físico. No 1.º jogo é verdade que as coisas não correram muito bem, mas o Sr. Pedro Sanhudo expulsou (injustamente) o Mégane e ajudou ao resultado verificado. No 2.º jogo em Milheirós fizemos um jogo espectacular, mas chegámos ao cúmulo quem nem arbitro nem auxiliares viam que a bola saía do rectângulo de jogo acabando por perder 2 pontos. No 3.º jogo conseguimos uma vitória difícil em Vale Cambra, com um empenho espectacular de todos os jogadores contra as adversidades que nos foram colocadas pela arbitragem e pelos adversários (com direito a prémio em caso de empate ou vitória). No 4.º jogo devo confessar que foi o maior roubo que assisti, desde as ameaças do juiz da partida até aos pedidos de desculpa por parte dos jogadores adversários pelo que se estava a passar e mesmo assim conseguimos não perder o jogo. O 5.º jogo foi, para mim, o jogo de viragem. Fizemos um bom jogo, controlámos o adversário na primeira parte ganhando superioridade. O guarda-redes adversário fez uma exibição de grande nível e nós tivemos um erro perto do final. Penso que o grupo sentiu em demasia este jogo, pois até aqui sabíamos contra o que lutávamos e neste jogo a arbitragem foi excelente e nós tivemos o azar de perder. As contrariedades que nos tinham dado força, e raiva, até este jogo deram lugar à frustração e não mais conseguimos reagir contribuindo para isso as dificuldades de trabalhar criadas pelo estágio da selecção em Viseu.

Em primeiro lugar, desejo-te as maiores felicidades nesse teu futuro, e o fica o agradecimento por toda a tua dedicação. Relativamente ao Académico (futuro), na tua opinião, achas que se está a criar uma boa raiz, para o clube voltar a ser o que era (João Monteiro)?
Este clube tem a necessidade de alcançar a II Divisão rapidamente, pois até lá os apoios não serão os ideais e a cidade dificilmente acompanhará o clube. A equipa que está a ser preparada é bastante experiente, mas terá que ser eficaz no alcance dos objectivos de subida. A criação de uma raiz terá que ser trabalhada a partir daí, porque não são muitos, neste momento, os jogadores com margem de progressão e com tempo de carreira pela frente.

Como foi trabalhar com o Prof. Idalino? Os boatos de que havia jogadores que não gostavam dos métodos do treinador tem algum fundamento?
Em nenhuma equipa todos os jogadores estão de acordo com os métodos do treinador. Se os métodos são correctos ou não também não tenho curso de treinador para os ajuizar. Não tenho problemas em afirmar que não foram métodos de trabalho que me agradassem, mas sempre trabalhei no sentido de cumprir as minhas funções e obrigações perante o clube.

João Miguel, nova vida com novo clube, qual é a sua opinião sobre aquilo que o Canas de Senhorim pode vir a fazer na divisão de honra Associação de Futebol de Viseu?
O Canas de Senhorim vai ter a difícil missão de demonstrar que o que fez na época passada não foi uma surpresa e terá também que contar com os maiores cuidados que os adversários iram ter na abordagem dos seus jogos ante o Canas de Senhorim.

Nota: A MAGIA DO FUTEBOL agradece todo o empenho e dedicação demonstrados pelo João Miguel ao nosso clube. Boa sorte e tudo de bom para ti e para o teu novo clube.

O regresso das entrevistas

Depois de, a brincar, termos anunciado o fim de A MAGIA DO FUTEBOL agora vem uma prova de que mantemos a vitalidade. Temos a honra de vos anunciar que o “nosso” Zé Bastos aceitou conceder-nos uma entrevista! Todos podemos participar nessa entrevista, para tal envie para o nosso mail as perguntas que quer ver colocadas ao avançado do Académico de Viseu.

Marcos em entrevista

Nome: Marcos José Ferreira Bastidas

Data de nascimento: 07 de Dezembro de 1977
Local de nascimento: Caracas – Venezuela
Morada: Campo – Viseu
Um clube português sem ser o Académico: F.C. Porto
Um clube na Venezuela: Dvo. Italchacao
Clube que sonhavas representar: Já foi tempo disso, mas sempre gostei do AC MilãoPosição: Defesa Central

Quais os clubes que já representas-te?
Ainda Júnior estive 6 meses em Portugal no Pedrouços na 3ª Divisão Serie B. Dez 1996 – 1997
Caracas F.C. (Equipa B). 1997 – 1998
Caracas F.C. 1999 – Dez 2001
Dvo. Galicia. Jan 2002 – Junho 2002
Dvo. Italchacao 2002 – 2003
G.D. Velense (Açores). Dez. 2003 – 2004
C. Académico F. 2004 – 2005
G.D. Trofense. 2005 – 2006
Rebordosa A.C. Ago 2006 – Dez 2006
Académico de Viseu F.C. – Jan 2007 – Actual

Qual o melhor momento da tua carreira até agora? E o Pior?
Graças a Deus passei bons momentos no futebol, é sempre bom ser campeão. Com o Caracas, Equipa B, fomos campeões da 2ª Divisão, na equipa principal fomos campeões de Liga e da Taça, depois a subida à 2ª Liga com o Trofense e como é lógico a subida o ano passado com o Académico. Mas não posso esquecer a minha primeira chamada a Selecção de Venezuela (Esperança – 1999).O pior momento é logicamente quando deixamos de jogar, se calhar o momento mais difícil foi no CAF com a rotura do ligamento, a situação do clube (economicamente) não foi boa e como profissional não consegui demonstrar as minhas qualidades. A minha sorte foi conhecer na altura a minha actual esposa que me ajudou e apoiou imenso.

Como vieste para Portugal, uma vez que nasceste na Venezuela?
O meu pai é Português, foi para a Venezuela com dois anos, fez a sua vida lá e conheceu a minha mãe. Como todos sabem a Venezuela, desde algum tempo atrás, vem atravessando um momento crítico para a sociedade. O meu irmão foi o primeiro a vir em 2000 (salvo erro), os meus pais vieram em 2001, e por fim eu em 2003. Na altura tive o convite de um empresário português para ir ao Nottingham Forest (Inglaterra), uma linda experiencia que não correu bem. Voltei a Portugal à espera de algum bom convite estive 6 meses parado até que decidi aceitar qualquer proposta e surgiu a ida para os Açores. E aqui estou.

Como surgiu o convite para ingressares no Académico de Viseu?A amizade que me liga ao Álvaro desde a minha passagem pelo CAF foi a chave. Para além de outros factores, tive algumas divergências com o técnico do Rebordosa e em Dezembro do ano passado preferi sair para não criar mau ambiente. Entretanto como ia casar e pretendia fazer vida em Viseu (já tinha comprado o lugar onde iria viver), optei por vir trabalhar para a cidade, e como disse anteriormente numa conversa com Álvaro acerca minha situação falei com os dirigentes do clube e acabei por aceitar a proposta.
Como é o teu entendimento em campo com o Negrete?
O Negrete é um excelente colega dentro e fora do campo, não é difícil uma pessoa conseguir entendimento com alguém assim. Já agora aproveito para dizer que não só o “Negra” como todo o plantel actual e do ano passado são excelentes jogadores e colegas. É pelo grupo e pelo trabalho que o clube está onde está.

Como é pertencer à família de uma das grandes glórias do Académico, João Basto?
Em termos futebolísticos tem sido bom. Muitas pessoas falam sobre ele comigo. Eu não tive a oportunidade de o ver jogar, mas as conversas em casa e com pessoas de fora todas dizem o mesmo, que ele foi um grande jogador. Em termos pessoais a minha nova família tem sido fenomenal, eles são excelentes pessoas e têm-me ajudado imenso. Já agora também aproveito para dar uns mimos para a minha família toda, a venezuelana, que sem eles não seria a pessoa que hoje sou. Para mim a família é o mais importante do mundo e é pelo convívio com a minha família que penso abandonar o futebol, já que estou a semana toda fora e depois ao domingo vou jogar, só fica o sábado, é difícil, e espero que todas as pessoas compreendam minha situação.

Fizeste parte do último plantel do CAF. Falava-se, na altura, do fim do clube?
Sim, quando estava a chegar o final do campeonato falou-se no assunto. Mas sou sincero na altura o clube não cumpria com os atletas, e instituições assim não podem existir. Infelizmente há muitas assim, perjudicando a vida de alguns colegas de profissão.

Uma vez que jogaste no clube como CAF e agora como AVFC, notas algumas diferenças entre as duas realidades?
Penso que só houve mudanças em termos estruturais, de resto penso que nada muda. O Académico tem de existir nesta cidade e espero que um dia pertença à elite nacional como outrora. Aproveito também para dar uma palavra aos actuais dirigentes, pelo sacrifício, e que continuem assim a cumprir com os atletas já que é meio caminho andado para o sucesso.

Como vais ser o teu futuro em termos futebolísticos?Uma pergunta que não gostava de responder. Uma pessoa nunca pensa em acabar a carreira. A realidade é que por enquanto vou ter mesmo que abandonar, estou casado de fresco e quero aproveitar os poucos momentos que tenho para compartir com a minha esposa. Não sei será já esta semana ou na outra. Já disse e volto a dizer para mim é ingrato estar longe chegar às sextas fazer um treino e jogar ao domingo independentemente do que eu possa treinar durante a semana. O grupo é um grupo e eu com esta situação penso que estou a prejudicá-lo.

Quem é o teu ídolo?
Hoje em dia há excelentes jogadores. Para todos os gostos, guarda-redes, defesas, meios, avançados, alas. Como já referi anteriormente o Milão foi um clube que marcou a minha infância e não poderia ser outro que Maldini.
O que gostarias de dizer neste momento aos sócios e adeptos?
Que às vezes tenham paciência. Com os jogadores, treinadores, dirigentes, nós somos sempre os primeiros interessados em que corra tudo bem e poder dar-lhes alguma alegria. Os adeptos de qualquer clube gostam de ver bom futebol, mas não podem esquecer que não estamos na 1ª Liga, mesmo estes clubes às vezes não dão um bom espectáculo. Agradeço a todos aos que assobiam que sempre me deram muita força para melhorar, e também àqueles que sempre me apoiaram pela confiança. Que todos apoiem o clube.

Este ano já marcaste dois golos decisivos. Qual o segredo?Um pouco de sorte, e as grandes assistências dos meus colegas que sem eles a bola não chega lá.

O que achas de A MAGIA DO FUTEBOL (podes falar mal à vontade)?
Penso que a MAGIA é o verdadeiro site academista. Sempre atento a tudo o que se passa no clube. O vosso trabalho é tentar transmitir aos leitores informação do clube e mostrar um pouco o que se passa durante cada jogo, por isso se acham que a equipa esteve mal ou bem, são vocês que julgam. Nós como atletas podemos aceitar ou não a vossa visão, mas penso que o mais importante é o seguimento que dá à equipa. Isso é bom para todos os que pertencem e gostam do Académico.

Nota-se mais apoio á equipa este ano do ou no ano passado?Penso que sim, mas é normal, quanto mais alto estiver a equipa mais pessoas irão a ver os jogos.

Abraço, e felicidades nesta nova etapa profissional.
Obrigado a vocês pela oportunidade. Continuem a fazer um bom trabalho. Um abraço.Já agora um beijinho com muitas saudades para a minha esposa, a qual amo muito! Obrigado.

Maldini a referência futebolística de Marcos

Lopes o reforço

Nome: Tiago Lopes dos Santos
Data de nascimento: 14 de Janeiro de 1985
Local de nascimento: Viseu
Morada: Viseu
Um clube português sem ser o Académico: Benfica
Posição: Médio-ala

Jogavas na segunda divisão e vens para a terceira. É um passo atrás na carreira?
Não penso que seja um passo atrás na minha carreira, aliás acho que vou fazer parte de um grande clube que reúne todas as condições para ingressar na Segunda Divisão.

Fizeste parte do último plantel do CAF. Falava-se, na altura, do fim do clube?
Enquanto fiz parte do último plantel do CAF nunca ouvi dizer que o clube iria acabar. Pelo que me apercebi todas as pessoas envolvidas nessa grande instituição sempre tentaram fazer o todo por tudo para evitar o fim do CAF.

O que sente um jogador que foi formado num clube ao saber que ele foi extinto?
Foi com grande tristeza que fiquei quando soube do fim do CAF, foi como que se arrancassem um pedaço de mim. O CAF era a minha segunda casa, lá cresci e posso dizer que tudo o que sei de futebol foi lá que aprendi.

Como foi ser treinado por Rui Bento um nome tão conhecido no futebol português?
Foi sem dúvida uma experiência única pois não é todos os dias que se pode ser treinado por uma individualidade como o Mister Rui Bento. Tive um prazer enorme em treinar sobe as suas orientações pois sem dúvida ajudaram-me imenso a crescer como jogador. É também de salientar que o Mister Rui mantinha uma relação muito forte com todo o plantel.

A época passada jogaste no Estádio do Bessa. Qual foi a sensação? Sonhas um dia pisar esses palcos todas as semanas?
Foi grande a emoção quando pisei o Estádio do Bessa. Posso dizer que nem estava em mim. Tudo aquilo me fascinava pois foi como se tivesse realizado um sonho. Acho que o sonho de qualquer jogador é pisar um palco desses todas as semanas e, como é óbvio, eu não fujo à regra mas, como a vida não é como nós queremos, há que continuar a trabalhar para que um dia talvez esse sonho se realize.

Como surgiu o convite para vir para o Académico?
O convite surgiu por parte do actual presidente (Sr. Albino) e de um colaborador do clube (Sr. José Monteiro).

Foi fácil a decisão de voltar ao Académico?
Em parte posso dizer que sim. Claro que não deixou de ser uma decisão um pouco ponderada mas vendo todas as circunstâncias em que eu estava envolvido penso que a melhor opção foi voltar ao Académico.

Sabendo que já jogaste com alguns dos actuais jogadores do plantel do Académico achas que te vais adaptar rapidamente a esta equipa?
Venho motivado para que tal aconteça. Tenho bons relacionamentos com a maior parte do plantel e acho que tal facto é crucial para que eu possa ter fácil integração com o resto do grupo.

Quais as tuas expectativas para esta época?
A subida da equipa à Segunda Divisão é a expectativa que tenho em mente para esta nova época pois temos de levar o Académico ao lugar que ele merece.

Qual o melhor e o pior momento da tua carreira?
Posso dizer que tive muitos melhores momentos do que piores. Infelizmente o pior momento foi sem dúvida a lesão grave que tive no joelho. Quanto aos melhores, foram vários mas sem dúvida dois momentos que me marcaram bastante e que guardo com carinho na minha memória foi a ida à Fase Final do Campeonato Nacional de Juniores (pelo CAF) e ingressar no plantel profissional do CAF.

Qual a posição em que jogas? Qual a posição onde preferes jogar?
A minha posição é Médio-Ala mas tenho preferência em jogar em Médio-Ala esquerdo.

Jogar no estrangeiro é um objectivo?
Nunca pensei num futuro fora de Portugal. Neste momento a minha vida não me permite pensar nessa hipótese.

Que repto gostaria de deixar aos sócios e adeptos?
Que se unam todos os esforços para levar o Académico ao patamar que bem merece.

Novidades do Académico de Viseu

Entrevista ao reforço Lopes: há muito prometida a entrevista a Tiago Lopes, reforço do Académico de Viseu para a época 2007/2008, será colocada no blogue amanhã de manhã.

José Pipo: ainda nos custa a acreditar, a nós MAGIA DO FUTEBOL, mas a verdade é que o treinador campeão de juniores – num percurso simplesmente invejável onde nem uma derrota sofreu – foi dispensado do Académico. Os membros deste blogue – José Ferreira, João Nunes e Jorge Sá – manifestam total e inequívoca solidariedade para com o Mister Pipo. A quem interessa esta dispensa? Ao Académico? Sinceramente não nos parece! Foi para isto que se mantiveram calados durante tanto tempo? É afastando símbolos do clube que querem angariar mais sócios?

23 de Julho de 2007: A MAGIA DO FUTEBOL sabe que será nesta data que arrancará a nova época academista agora na III Divisão Nacional. Chegou-nos aos ouvidos que o Diário Regional na sua edição de amanhã publicará algo sobre o Académico. Vamos aguardar para que ver o que nos vão contar

"Enquanto for presidente Idalino de Almeida será treinador"

António Albino, empresário, 60 anos, é o novo presidente do Académico de Viseu. Assume o clube com a vontade de o ver regressar à II Divisão, mas apostando numa gestão de rigor, sem “loucuras” nem “excessos” financeiros que possam hipotecar o futuro

O que o levou a avançar para a presidência do Académico de Viseu?

Quando vim para o Académico, ainda como antigo CAF, tentei evitar a sua falência, o que não foi possível devido às razões mais que conhecidas, nomeadamente o “caso Paulo Ricardo”. Como tal não foi possível, tivemos de enveredar por outros caminhos e o que nos pareceu mais viável e correcto foi fazer o protocolo com o Farminhão. Entendemos, então, que tínhamos de subir o mais rápido possível à III Divisão e, de seguida e porque não, à II Divisão B. É com essa missão que aqui estou, com espírito de sacrifício, e empenhado num orçamento de rigor.

Na actual conjuntura, a II Divisão B é um objectivo realista?
É. Foi na divisão em que “apanhei” o Académico e é onde gostaria de o deixar.

Quanto custa uma época do Académico de Viseu?
Estamos a fazer um orçamento de rigor, sem loucuras nem derrapagens. Estamos a tentar equilibrar as finanças para que cheguemos ao fim da época sem qualquer dívida. Não vamos gastar mais que aquilo que temos.

Onde vai o Académico buscar dinheiro, sabendo-se que tem apenas cerca de 400 sócios? De facto 400 sócios não chegam. Gostaríamos de atingir um número mais significativo entre os 1500 a 2000 sócios, o que seria o ideal para uma gestão equilibrada. A tarefa não é fácil mas também não é impossível.

Ou seja, sem dinheiro de quotas, são os subsídios da autarquia uma fonte importante de receita.
Na época passada, pouco apoio recebemos da câmara, mas também já sabíamos que havia mais três clubes na mesma divisão e que os apoios teriam que ser divididos. Em algumas conversas que mantive com o presidente da autarquia, Fernando Ruas, tive a garantia que na III divisão o apoio será maior.

Haverá já uma identificação dos viseenses com o clube que vos permita triplicar o número de sócios?
Penso que, com o tempo, as gentes de Viseu e das Beiras vão aderir a este projecto, que não tenho dúvidas, tem pernas para andar. É um clube sem dívidas, e assim é mais fácil pensar em futuro, em subidas de divisão e, quem sabe, chegar um dia à I Liga.

A gestão de rigor que defende ajudará a essa credibilidade?
Um clube sem dívidas é prioridade, daí defender a alteração dos estatutos que obrigue qualquer direcção a não deixar dívidas para as direcções seguintes. Isso parece-me fundamental, até para que o argumento das dívidas não impeça os academistas de integrar futuras direcções.

Idalino Almeida é o seu treinador?
Enquanto for presidente, Idalino de Almeida será treinador do Académico.

E do plantel para a nova época, o que está já definido quanto a reforços?
Quanto ao plantel, e ao contrário do que por vezes se diz e se escreve, não andamos, nem queremos, guerra com qualquer clube por causa de jogadores. Só fazemos as aquisições que estão ao nosso alcance e não equeremos jogadores à força. Quem vier para o Académico, virá de livre vontade. Quero manter uma boa relação com todos os clubes. Confirmados estão o Lopes e o Mégane, que estavam no Penalva. O caso do Rodrigo, da Desportiva de Sátão, foi uma falsa questão. Tirando uma simples abordagem, nunca houve nada de concreto. No que se refere a mais reforços, estamos em negociações avançadas com jogadores fora da região e, muito em breve, haverá mais novidades. Queremos três ou quatro jogadores que façam a diferença, e que sejam, de facto, reforços.

O Académico vai continuar a ter futebol, andebol e natação?
Na natação a professora Irene Frias tem feito um bom trabalho, assim como no andebol, o professor João José. São secções com gestão autónoma, mas sem derrapagens, porque a contabilidade passa sempre pelo clube.

No futebol, vai apostar na formação?
Na formação, três equipas subiram aos nacionais. Penso que há condições para voltar-mos a ser uma referência ao nível dos escalões de formação.

Entrevista publicada no Jornal do Centro, ed. 276, 29 de Junho de 2007

O capitão dos juniores em entrevista

NOME: Tiago Jorge Laires Fraga Morais de Pina
DATA DE NASCIMENTO: 22 de Junho de 1988
LOCAL NASCIMENTO: Viseu
MORADA: Mangualde
POSIÇÃO: Médio centro
UM CLUBE SEM SER O ACADÉMICO: Sport Lisboa e Benfica
CLUBE ESTRANGEIRO DE SONHO: não tenho

Há quanto tempo estás no Académico?
Completei este ano a 5ª época de Académico.

Conta-nos como tem sido a tua carreira até aqui:
Comecei a jogar no Grupo Desportivo de Mangualde quando tinha 9 anos de idade. Joguei neste clube durante 5 anos. Na passagem do 1º para o 2º ano de iniciados vim para o Académico pela mão do Mister Vasco. Fiz no Académico os restantes escalões de formação. De referir também o regresso ao Grupo Desportivo de Mangualde por empréstimo, que se concretizou devido à situação que o clube viveu há cerca de um ano e meio.

Qual o melhor momento da tua carreira até agora? E o Pior?
O pior penso que é previsível. A situação que vivemos há ano e meio foi má demais. Por tudo, mas essencialmente no que me tocou a mim, pelo grande grupo de bons amigos que tínhamos e que foi “obrigado” a desmembrar-se e a resignar-se à impossibilidade de lutar pelo objectivo que tínhamos em comum.
Como melhor momento, entre as duas épocas que mais me marcaram no Académico, que foram a primeira (2º ano de iniciados) e a última, elejo a última. A primeira foi uma época em que chegámos à 2ª fase do campeonato nacional de iniciados, apurando-nos em primeiro na nossa série que contava com equipas como a Académica de Coimbra, a União de Coimbra ou o Feirense e jogando na 2ª fase com o FC Porto, o Vitória de Guimarães e o Leixões. Marcou-me pela grandeza das equipas contra quem joguei, mas principalmente pela grande equipa que tínhamos onde jogavam jogadores que ainda agora, tal como eu, estão no clube como o Marcelo Pais, o Zé Luís, o Carlos Marques ou “Carlitos”, o Rafael, o Micael, o Joel ou o João Aguiar, e outros que já não estão no clube como o Fábio Santos ou o Alexandre.
A última foi a época que acabou agora. E são muitas e boas as razões para a considerar marcante. Apesar de não termos jogado com clubes de topo em Portugal, como o já tínhamos feito noutras alturas, considero que o nível de dificuldade associado à nossa missão esta época não fica abaixo, muito pelo contrário, do nível de dificuldade duma época como a minha primeira de Académico. É complicado conseguir reunir as condições necessárias para se poder, nas circunstâncias em que nos encontrámos, realizar uma época como a que realizámos. Não o digo em termos desportivos, porque aí nós conhecíamo-nos e sabíamos que éramos os mais fortes, como ficou mais que comprovado: fomos campeões, sem derrotas, com mais golos marcados e menos golos sofridos que qualquer outra equipa. A dificuldade de que eu falo é a de juntar um grupo com a qualidade do nosso num campeonato distrital, é a de fazê-lo entrar para cada jogo com a motivação de quem joga a final da Liga dos Campeões, é a de jogar contra equipas super-motivadas que faziam dos jogos contra o Académico os jogos das suas vidas (relembro jogos como o de Penalva ou o de Lamego), é a de gerir um grupo que tem elementos a estudar e a viver fora e que não puderam treinar com a equipa durante todo o ano (eu o Marcelo Pais e o Carlos Marques ou “Carlitos”). São dificuldades que não se encontram quando se joga a um nível mais alto e que só com a dedicação e competência do nosso grupo onde englobo jogadores, treinadores, directores e todos aqueles que estiveram por detrás do trabalho destes, a darem todo o apoio necessário, se conseguem ultrapassar. Não falo de ninguém em específico porque não faz sentido, uma vez que o objectivo dessas pessoas não foi o de serem reconhecidas, foi o de ajudarem e elas sabem que ajudaram. Assim evito esquecimentos escusados. Por tudo isto, como já disse, elejo a última época como o meu melhor “momento” de Académico.

Qual o treinador que mais te marcou até agora?
São os treinadores que me treinaram nas duas épocas para mim mais marcantes. Na primeira o mister Vasco, porque foi o treinador que me trouxe para o Académico e porque fiquei admirador da forma de treinar e de liderar. O mister Pipo e a restante equipa técnica, da qual fazem parte o mister Carlos Moreira e o mister Filipe Pipo, porque para além de ter sentido prazer em treinar sob as suas orientações, são técnicos que mantém uma relação fortíssima com o todo o grupo o que permitiu contornar algumas dificuldades que mencionei na resposta anterior.

Como foi viver por dentro o fim do CAF?
Foi mau demais como já disse. Penso que é fácil de perceber a frustração que invade um grupo que de um momento para o outro, por razões completamente alheias porque em nada contribuiu para o que aconteceu, deixa de poder fazer o que mais gosta. O ficarmos privados de defender o nosso grupo e o Académico em campo, o percebermos, mais do que o nosso sofrimento, o sofrimento do que está ao nosso lado, o constatarmos que as pessoas que sentem o Académico acabam da forma como acabaram sem culpa nenhuma, revolta.

CAF e AVFC são para ti a mesma coisa? Porquê?
Absolutamente. Para mim, o que era o Clube Académico de Futebol continua-o a ser o Académico de Viseu Futebol Clube. Pode-se dizer que o CAF morreu em corpo mas não em alma. A alma do CAF continua viva no AVFC. E isso deve-se àqueles que sempre estiveram no Académico de forma desinteressada. Falo de jogadores, treinadores, directores e adeptos que continuaram e fizeram renascer o CAF como AVFC.

Se fosses tu a escolher, optavas pela “fusão” do CAF com o Farminhão ou começavas do zero?
Não me compete a mim julgar esse tipo de decisão. Acredito que quem decidiu fê-lo considerando o melhor para o Académico e por isso fico descansado. No que a mim diz respeito nunca senti “fusão” nenhuma. Fui sempre jogador do Académico.

Na tua opinião que características deve ter um atleta para ser o capitão?
Acima de tudo penso que deve ter uma noção de grupo, de equipa, de colectivo muito e bem definida. Não se espera dum capitão que seja o melhor jogador da equipa, nem que marque mais golos. Espera-se que seja a cara do que o treinador pretende da equipa dentro de campo. Quando se está a jogar, é tão importante sentir a liderança do treinador como a de alguém que se encontra nas mesmas condições de quem está a jogar. Quem joga sente o jogo duma maneira, quem está fora sente doutra completamente diferente. A barreira que se pode estabelecer dentro da cabeça dum jogador entre aquilo que o treinador pretende e o que ele consegue fazer dentro de campo compete ao capitão ajudar a derrubar. Por isso é que digo que este tem de ter a perfeita noção daquilo que são os interesses da equipa, tem de ter a perfeita noção do que é o melhor para a equipa em cada momento e tem de estar preparado para em qualquer momento sacrificar o individual em prole do colectivo, seja esse individual o próprio ou outro elemento da equipa. Ao capitão compete a missão de transportar a racionalidade para cada momento, para cada situação do jogo e transmiti-la à equipa.
Penso ser isto o mais importante num capitão. Depois existem uns capitães mais efusivos do que outros. Não encontro, de forma descontextualizada, qualquer vantagem dum tipo em detrimento do outro. Penso antes que essa efusividade, essa emotividade deve ser definida pelas características dos elementos que compõem o grupo. Por exemplo na nossa equipa penso que o meu papel podia pôr um bocado de parte essa componente, graças ao papel que o Marcel desempenhava no grupo. É claro que em alguns momentos a equipa precisa de ouvir “berros” de vozes que não está costumada a ouvir para perceber que determinado comportamento ou situação é mesmo importante, mas isso são casos mais pontuais. Aí o capitão volta a ser preponderante.

Tens essas características?
Creio que reúno características que me tornam num possível capitão de equipa. Depois a decisão cabe ao treinador e àquilo que ele pretende que seja a equipa.

O capitão é apenas mais um ou deve dar o exemplo?
Não creio que as duas coisas sejam incompatíveis. Aliás, penso mesmo que é fundamental que as duas estejam reunidas no capitão. Se o capitão é a cara do que se quer que a equipa seja, ele tem que dar o exemplo sendo apenas mais um, porque é exactamente isso que se pretende para a equipa.

Como vais ser o teu futuro em termos futebolísticos?
Neste momento sei muito pouco a esse respeito. Terei de falar com as pessoas do Académico para decidir o que fazer. Estando a estudar fora há uma série de condições que se impõem. Essa questão será tratada na altura certa e com as pessoas certas. O que posso dizer é que a minha prioridade neste momento é o curso de Ciências do Desporto que frequento em Lisboa. Como gosto de jogar futebol pretendo conciliar uma coisa com a outra, mas isso, para além de ter que ser bem ponderado, não depende só de mim. Vou decidir o que seja melhor para mim.

Como se sente um jogador das camadas jovens do clube ao ver tantos jogadores nos seniores que passaram pelos escalões mais novos?
Sente-se motivado e encorajado a trabalhar para um dia atingir o que outros já conseguiram. Se a aposta em jogadores jovens no Académico não for apenas uma consequência da situação que se viveu e for para continuar, penso que o Académico está no caminho certo, até porque na minha opinião há gente competente à frente das camadas jovens. Políticas que privilegiam a contratação de jogadores de fora do clube em detrimento do aproveitamento dos recursos humanos que advém das camadas jovens são completamente descabidas, a meu ver. Principalmente quando o motivo mais vezes mencionado é a falta de qualidade. Se não existe qualidade nas camadas jovens de um clube é porque o trabalho a esse nível não está a ser bem feito. E se o trabalho não está a ser bem feito isso é uma falha do clube que tem de ser colmatada, não pela compra de jogadores caríssimos, mas pelo investimento nas camadas jovens, de forma a que o trabalho seja bem feito e dê frutos para que o clube possa ser auto-suficiente. Utopia? Sim, até alguém o conseguir fazer.

Tens algum jogador que possas considerar o teu ídolo?
Não conheço nenhum suficientemente bem para o considerar como ídolo mas creio que se conhecesse o Rui Costa não ficaria desiludido. De resto, como ídolo tenho o meu pai.

Próximas entrevistas na MAGIA DO FUTEBOL

Depois de acabar a época tínhamos algum receio que o blogue parasse por falta de informação para aqui colocar, no que ao Académico de Viseu diz respeito. No entanto graças a muita boa gente – eles sabem quem são, não é preciso referi-los -, as coisas por aqui não param. Sendo assim podemos anunciar que na próxima segunda-feira teremos aqui a entrevista ao Tiago Pina, capitão da equipa júnior que se sagrou campeã distrital. Garanto-vos que é uma entrevista bem interessante. Mas não vamos ficar por aqui, brevemente teremos também neste espaço uma entrevista ao novo jogador do clube… Lopes!
Lanço aqui o desafio: façam perguntas ao Lopes – deixem-nas nos comentários a esta postagem ou então enviem-nos um mail – e nós faremos chegar essas perguntas ao destinatário.

Os testemunhos…

A Magia do Futebol, pediu o testemunho de dois antigos juniores do Académico, que foram treinados pelo Mister Pipo, e que são actualmente atletas dos séniores. São dois bons exemplos do trabalho realizado pelos técnicos, directores e responsáveis pelas camadas jovens do clube. O futuro começa na formação, e o futuro é já amanhã.

O Mister Pipo é um treinador com grandes qualidades tanto humanas, como técnico-tácticas, é um treinador que consegue sempre formar boas equipas e que tem vindo a realizar um trabalho notável nas camadas jovens do nosso Académico. Se hoje temos 5 jogadores, na equipa sénior, formados recentemente no clube, ele tem a sua quota parte de responsabilidade. È um mister amigo, que sabe gerir um grupo e ter uma relação fantástica com os jogadores. Tive muito prazer em ser treinado por ele, e sei que cresci muito com a sua ajuda. Obrigado Mister, um grande abraço.”
Fábio Santiago ( Ex -Junior CAF/AVFC, atleta do AVFC)

“Mister, obrigassímo por tudo… consigo aprendi muito.. aprendi que cada lance é o ultimo das nossas vidas… que em campo são onze contra onze! Consigo passei grandes momentos como, a fase final do Campeonato Nacional de Juniores e um ano e meio na 1ª Divisão de Juniores, em que o “nosso” Académico estava no meio daqueles “tubarões”. Para além de um grande treinador é um grande amigalhaço, que me ajuda sempre que necessário. Parabéns pelo campeonato. Abraço enorme.”
Calico ( Ex -Junior CAF/AVFC, atleta do AVFC)

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