Claudio Carolino, a entrevista ao capitão.

NOME COMPLETO
Cláudio Rodrigo Siqueira Carolino
NOME
Cláudio
DATA DE NASCIMENTO
17/08/1977
NATURALIDADE
São Gonçalo (RJ)
POSIÇÃO
Defesa
ALTURA
182 cm
PESO
79 kg
JOGOS NA SEGUNDA LIGA
151
ANTERIOR CLUBE
Gil Vicente


Como e quando, começaste a jogar futebol?

Comecei a jogar, desde os meus 12 anos de idade. Jogava com os meus amigos de infância, onde fui criado, e depois incentivado pelo meu pai, comecei a pegar gosto pelo futebol, comecei a jogar  no América Futebol Clube ( Rio Janeiro ), com 12 anos.
Quais foram os clubes onde jogaste no Brasil?
Joguei no América 8 anos, toda a minha formação até ao 1º ano de sénior, e depois 3 meses no Tamoio F.C.

Chegaste a Portugal em 2000, como surgiu o convite para vires para o nosso país?
Foi através de um amigo, Artur, guarda-redes que já jogava aqui em Portugal no Penafiel. Indicou-me para um empresário, enviei uma cassete com o meu vídeo, e ele ficou interessado.  Vim para Portugal, onde assinei o meu 1º contato com a A.D.Ovarense(2º liga).
Estiveste 7 épocas ao serviço do Vizela, onde acabaste por fixar raízes, porque demoraste tanto tempo a chegar ao topo do futebol português?
Aqui em Portugal, alguns treinadores, julgam que os  jogadores que passam muito tempo em escalão inferior,  não têm capacidade para jogar na 1ª liga.
Acho que esse foi o meu caso. Na minha opinião, acho que independente da divisão onde se joga, só basta ter uma coisa, QUALIDADE, porque o resto é uma questão de oportunidade.

A 1ª época ao serviço do Gil Vicente, culminou numa fantástica subida de divisão, como foi chegar á 1ª Divisão?
Foi a realização de um sonho, sempre ambicionei, e tive a oportunidade, de concretizar. Nunca desisti, sempre acreditei que era possível.
No ano de estreia na 1ª Liga, melhor marcador do Gil Vicente, com 8 golos, alguns dos quais ao Porto e ao Sporting.  Foste escolhido para marcar os penáltis, escolha do Paulo Alves, ou foi a teu pedido?
Na verdade no total foram 11 golos. Eu sempre batia penáltis, na altura do Vizela, e nesse tempo já era o Paulo Alves o treinador. No Gil foi só a continuação.
Olhando para os minutos jogados e golos marcados, na tua segunda época na 1ª Liga, nada fazia prever a tua saída do Gil Vicente…
Também achei estranho, não esperava. Alguns meses antes o presidente, demonstrou interesse na minha permanência, falando até na presença de alguns profissionais do clube. Mas saí de cabeça erguida e dever cumprido. Fiz história naquele clube. A vida segue…
Há quem não compreenda, e questione, como foi possível o Gil Vicente, ter deixado sair um jogador do teu calibre, sem que tenha entrado ninguém de qualidade superior!
Fico contente pelo reconhecimento, são coisas que acontecem no futebol.
Como surgiu o convite para vires para o Académico de Viseu?
Surgiu através do Carlos Santos. Fui contactado através de um telefonema.
Aceitaste logo o convite, ou ponderaste bastante?
A verdade não aceitei logo. Assim que fiquei sabendo que não ficava no Gil, tudo indicava que iria para o exterior,  já estava quase tudo certo, mas depois com acerto de contrato não queriam cumprir com o que ficou acordado na primeira negociação, resolvi ficar em Portugal. Com isso fui rejeitando algumas propostas, porque já estava tudo certo para ir para fora. Mas nesse tempo sempre era contactado pelo Carlos Santos, e por ultimo o mister Filipe Moreira me ligou, e acabei conversando com com a direção e chegámos a um acordo.
Pediste informações acerca do clube a algum conhecido?
Só conversei com o Raul ( defesa esq. ), que como tinha jogado comigo no Vizela, e no inicio da época estava aqui.
Sobre o clube quem anda no futebol , sabe de tudo, e comigo não foi diferente.
  
Quando chegaste, o que achaste do clube?
Quando cheguei ainda estava aquela adaptação normal de clube quando sobe, de uma liga amadora para profissional, mas nada de assustador, porque já sabia mais ou menos o que poderia encontrar, porque passei por situação semelhante no ano que subi no Vizela.
E da cidade?
A cidade já conhecia de passagem, sem duvida uma boa cidade para se viver.
Como reagiste, ao chegares e ser-te logo entregue a braçadeira de capitão?
Fiquei muito contente, mas bastante tranquilo porque já tive essa função em alguns clubes que passei.
O campeonato não começou bem para o Académico, á passagem da 16ª jornada, estávamos em ultimo lugar com os mesmos 13 pontos do Feirense e do Trofense. Acreditavas nessa altura que conseguiriam dar a volta por cima?
É importante sabermos o porquê de não termos começado bem. No inicio tinha muita instabilidade com entrada e saída de jogadores, problemas em inscrição de jogadores, tudo influenciou, para um arranque não muito bom. È normal também com a maioria de jogadores contratados, não nos conhecermos muito bem e isso leva o seu tempo. Mas sabíamos que com o plantel que tínhamos, a colocação que ocupávamos, não condizia conosco. Mas ainda bem que passou, serviu de aprendizagem, e agora estamos muito melhores.
Como é ter um treinador, no teu caso, mais novo, com apenas 32 anos?
È fácil quando olho para o treinador, não olho para a idade. Olho para um profissional que eu sei que tenho de respeitar.

O que trouxe de novo ao clube, para além dos resultados que estão á vista?
Quando há mudança é normal que tenha aquela expectativa para ver o resultado que irá dar. Sem duvida que é um treinador muito novo mas, com um conhecimento e ambição fantástica, que está sabendo transmitir para nós jogadores

Costuma apelar á tua experiência, para partilharem ideias?
È normal que pelo que já passei, ter uma certa experiência, mas procuro passar nos momentos certos pensando sempre no melhor dos colegas e da equipa.
Achas que Viseu, e o Académico mereciam estar noutros patamares do Futebol em Portugal?
Acho que sim. Mas tudo tem o seu momento certo e as coisas tem que ser trabalhada nesse sentido. Uma subida de divisão para a 1ª liga tem de ser muito bem planeada, organizada e estruturada. Pode tirar como exemplo, alguns clubes de tradição no futebol português, que estão há anos trabalhando nesse sentido e não conseguem. Não basta só o querer.
Qual é a tua opinião acerca dos adeptos Academistas?
São pessoas que gostam de futebol e apoiam. Gosto de ver em dia de jogos, eles no estádio apoiando, sem duvida que para nós jogadores é mais empolgante.
 Já alguma vez viste fotos do Fontelo a “abarrotar pelas costuras”, com as bancadas cheias?
Já vi em algumas fotografias no clube.
Conheces muitos estádios do país, jogaste nos melhores palcos, o que achas do Estádio do Fontelo, e da sua zona envolvente?
Um estádio muito bem localizado, mas acho que falta um pouco mais de conforto para os espetadores, como por exemplo a nível de bancada, só tem uma bancada coberta. Em dias de chuva alguns adeptos ficam expostos á chuva.
Gostarias e achas possível que o Académico possa chegar á 1ª liga?
Gostaria sem duvida. Matematicamente tudo é possível mas temos de ser realistas, a margem de erro é mínima. É continuar a dar o nosso melhor, nos empenhando ao máximo, para os resultados continuarem nos favorecendo.
Um sonho concretizável enquanto jogador academista?
Meu sonho sempre como profissional em todo o clube que passei, foi sempre honrar meu profissionalismo, para quando chegar ao fim da época ter a consciência tranquila que dei o meu melhor, e acho que tenho feito por isso.
Na próxima época, vamos poder contar com a tua ajuda?
Com a minha ajuda podem contar sempre, vamos ver o que o futuro nos reserva.

Um dia, vais partir, levas o clube no coração?
Sem duvida que levo. Nos locais onde sou bem tratado, jamais esqueço.
Nessa altura, virás á “Magia do Futebol” para matar saudades, e acompanhares a actualidade do nosso clube?

Hoje em dia é bom por causa dessas facilidades de comunicação, sempre que puder vou me manter atualizado com as noticias da “ Magia do Futebol”. 

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Agradecemos a disponibilidade do Cláudio, que acedeu de pronto ao nosso convite para esta entrevista, e fomos tentar perceber o que acham alguns colegas, do Cláudio, enquanto homem, capitão, e colega de equipa.

Bruno Loureiro

Confesso que quando vi o nome dele apontado ao Académico fiquei entusiasmado pelo facto de ser uma referência do futebol português nos últimos anos, que me poderia ajudar a crescer como atleta e como profissional.
Isso aconteceu em todos os sentidos, é uma pessoa com quem posso partilhar qualquer situação da minha vida profissional e pessoal, um verdadeiro amigo.
Vejo nele uma referência a seguir na atitude e profissionalismo.
Como atleta não preciso de dizer nada pois está aos olhos de toda a gente.

Como capitão tem a vida facilitada pelo bom grupo de pessoas/atletas que se criou em torno do AVFC.



Luisinho

O Cláudio, como amigo é uma pessoa muito simples, pacata que gosta de dar conselhos não só sobre o futebol mas sobre a realidade da vida!
Tento tirar ao máximo aquilo que ele me transmite! Sem dúvida ele é um exemplo que eu quero seguir!
Depressa percebi que tanto eu como os meus colegas, podiam contar com ele, está sempre disponível a ajudar!
Uma coisa que eu admiro nele, é que a seguir ao jogos ele tem a preocupação de me ligar e quase sempre falamos e analisamos o jogo juntos, no que de bom fizemos e essencialmente no que podemos fazer melhor, e isso ajuda me imenso a tentar ser sempre melhor dia após dia!
O que tem de dizer diz na cara, mas sempre com a preocupação de ter uma palavra amiga, de conforto quando as coisas não correm tão bem como queríamos!
Mais coisa podia dizer dele, mas as palavras nestes momentos escapam-nos! Normalmente achamos sempre que quem jogou na 1a liga ou no estrangeiro, anda em bicos de pés, que tem vaidade, que sabem tudo, mas o Cláudio tanto como o João Alves, Cafu, etc vieram mostrar o contrário, são bastante humildes!
Diariamente aprendo com eles nos treinos, a levar umas “duras saudáveis”, mas neste caso mais com o Cláudio porque convivo mais com ele!
Como jogador, acho que não preciso dizer nada, está a vista de toda a gente! Demonstra em campo toda a sua experiência e serenidade de um verdadeiro capitão!
Não só ao domingo, mas diariamente nos treinos, os interesses do grupo para ele estão sempre á frente!

Thiago Pereira

Como jogador acredito que seja uma unanimidade tanto dentro como fora de campo,
Ótimo capitão sabe exercer liderança sem ser autoritário, respeita a todos e se faz respeitar
E pra mim é uma grande honra conviver com ele! Sou até suspeito para falar porque  acabei me tornando seu amigo
Passa muita confiança para todos
Converso muito todos os dias e tento absorver o máximo dele em todos os sentidos
Grande pessoa, jogador e companheiro
Me sinto muito a vontade em jogar ao seu lado.

Ibraíma So

O  Cláudio é um exemplo para mim como homem, profissional de futebol e emigrante!
É um privilégio partilhar hoje balneário com alguém que nos conquista não só pelo que representa em termos de carreira mas também pelo que é como pessoa que se revelou, é alguém por quem tenho grande estima, admiração e um modelo para a minha ambição profissional!
Aquilo que o caracteriza como homem é a capacidade de se integrar e fazer integrar os outros, a humildade da sua presença, atitude e valores, é um grande protagonista deste revitalizado e ambicioso Académico.

Ricardo Janota

Falar do Cláudio é falar de um atleta extremamente profissional, de um jogador que é sempre um dos primeiros a chegar ao balneário de um jogador que dá tudo tanto nos treinos como nos jogos que leva a sua profissão muito a sério, dai a explicação da sua boa carreira que tem tido até aqui e também o facto que com 36 anos se tem mantido em excelente forma na nossa equipa.
É um jogador que dentro do campo transmite com a sua experiência confiança e tranquilidade aos colegas, um líder. Como colega de equipa , o Cláudio é uma pessoa 5 estrelas , brincalhona e divertida o que contribui também para o nosso bom ambiente de balneário.
Em resumo, é um privilegio partilhar o balneário com um jogador/colega com estas qualidades profissionais e humanas, uma mais valia sem duvida para a nossa equipa .

Entrevista a Daniel Fortes Vieira ( Abel )

Abel como é conhecido no meio futebolístico, nasceu a 30 de Novembro de 1963, na Ilha de S. Vicente em Cabo Verde.
1987/88 – Ac. Viseu, 2ª divisão
1988/89 – Ac. Viseu, 1ª divisão, 30 jogos, 6 golos
1989/90 – Ac. Viseu, 2ª divisão, 25 jogos, 7 golos
1990/91 – Boavista ( lesionado), Maia, 6 jogos
1991/92 – Un. Leiria, 2ª honra, 33 jogos, 6 golos
1992/93 – Un. Leiria, 2ª honra, 25 jogos, 2 golos
1993/94 – Un. Leiria, 2ª honra, 31 jogos, 6 golos
1994/95 – Un. Leiria, 1ª divisão, 16 jogos, 5 golos
1995/96 – Un. Leiria, 1ª divisão, 3 jogos, 0 golos
1996/97 – Vila Real, 2ª divisãoB, 20 jogos, 7 golos
Como e onde começou a jogar á bola?
Comecei a jogar aqui em cabo verde, na ilha de São Vicente, aos 16 anos no Clube Desportivo Amarante.
Como e quando se deu a vinda para Portugal?

Foi no ano de 1987, o falecido Carlos Alhinho que na época anterior tinha treinado o Académico, fez-me o convide para ir para o Viseu.

Já era internacional Cabo-verdiano antes de vir para o Academico?
Sim, quando fui para o Académico já era internacional Cabo-verdiano. Comecei a ir para a selecção principal aos 17 anos.
Que recordações tem da sua passagem por Viseu?

As melhores, costumo dizer que é a minha segunda terra. Fui muito feliz em Viseu não só a nível desportivo, mas também pelas amizades que criei aí. Na altura tinhamos uma grande equipa.
Ainda tem amigos em Viseu?
Tenho sim, a familia Lage, a Dra. Maria José que desde o inicio que cheguei a Viseu me apoiaram. Claro também os colegas da equipa, o Leal, Cruz ,João Luis, Rui Fininho, e os Lages é claro.
Como era jogar naquela equipa que em 87-88 subiu de divisão?
Era uma maravilha. Na verdade tínhamos bons jogadores e um bom treinador. Também a massa associativa do Académico apoiava-nos muito.O campo do Fontelo estava sempre cheio na altura.
Como era Alhinho como treinador e como homem?
Como treinador, não era por ser da minha terra, mas foi um dos melhores com quem trabalhei. Como homem então era espectacular e muito amigo dos jogadores.
Alhinho foi acusado de trazer os “amigos” Cabo-verdianos… mas resultou em pleno.
Foi o único erro na altura, que cometeu. Pois veio jogadores que não se conseguiram adaptar
Vocês davam-se todos bem?
Sim, eu nunca tive problemas com nenhum deles.
Alexandre alhinho/Kappa/Nikita/Delgado, já actuavam em Portugal?
Na altura só o Alexandre Alhinho é que actuava em Portugal. Eu o Kappa, o Nikita e Delgado fomos juntos para Portugal.
Dizia-se que o Alhinho em casa só queria alinhar com o equipamento branco… ele era muito supersticioso?
È verdade era muito. Ganhando uma vez ele nunca queria mudar de equipamento.
Por esta altura havia muitos Academistas em Cabo Verde…
Por mais incrível que pareça, ainda há. Perguntam sempre quando é que o Académico vai voltar a ribalta.
Qual era a sensação de ver sempre o estádio do Fontelo cheio?
Era incrível. Lembro que no aquecimento eu ia sempre para o lado oposto da bancada e ficava a ver aquela moldura humana. Dizia para mim mesmo, hoje tenho que jogar bem.
Na época 87-88 o Académico ganhou todos os jogos em casa, no jogo da subida o golo apareceu mesmo ao cair do pano. Ainda se lembra?
Sim lembro-me que ganhamos todos os jogos em casa. Também fomos a equipa que marcou mais golos nos campeonatos. Penso que foi leal que marcou o golo.

A época seguinte na 1ª divisão não correu nada bem, o que mudou de uma ano para o outro?
Penso que o Académico, não reforçou bem, na altura. e com as mas escolhas que referi. Pois jogando na 2º não é o mesmo que a 1º divisão.
No fim da época 89/90, esteve a um passo do Sporting, Leal assinou mesmo pelo Sporting, o que falhou no seu caso?

No meu caso tive problemas na altura, por ter assinado um acordo com o Boavista, pois os dirigentes na altura, complicaram-me a vida. 
 

Mas assinou um pré-acordo com o Sporting, depois de ter renovado pelo Académico? Existe um recorte de jornal da época que fala nisso…

Eu era novo e enganaram-me, sim já tinha um pre acordo com o Sporting e o presidente do Académico na altura sabia. Mas ele levou-me a assinar outro com o Boavista. Dizendo na altura que o presidente do Sporting, não estava a cumprir, que era melhor assinar pelo Boavista, e eu caí.
Acabou por ir parar ao Boavista de Valentim Loureiro, mas não há registos que tenha feito jogos por aquele emblema. Foi emprestado ao Maia?

Pois não tinha experiência na altura, sim por cumulo de azar, no primeiro ano lesionei e fiquei quase ano todo sem jogar. Depois de estar o campeonato a acabar, fui fazer ums jogos, penso que 6 a Maia , fazendo parte de recuperação jogando.
Mais tarde em 94/95 e 95/96, ainda voltou a jogar na 1ª divisão pelo Leiria, mas aí já estava com 31 anos, o que não impediu de ainda fazer 16 jogos e marcar 5 golos.
Sim passei também bons tempos em Leiria. Joguei cinco épocas, 3 na Divisão de Honra onde subimos de divisão e mais duas épocas na 1º divisão.
Finda a sua carreira, decidiu voltar a Cabo Verde por opção pessoal, ou foi porque não surgiu oportunidade para continuar em Portugal?
Foi opção, pessoal. A minha mulher na altura tinha acabado o curso e queria vir para Cabo Verde, por isso decidimos vir.
Teve convites para ficar ligado ao futebol?
Tive convites, mas não queria ficar ligado ao futebol, por dentro.
Sei que entretanto fundou um clube na Ilha de S. Vicente em Cabo Verde.

Sim juntamente, com alguns amigos: Batuque Futebol Clube
Quando regressa para vir ver um jogo do nosso Académico?
Penso que para a próxima época.
Através do Facebook, tem agora oportunidade de comunicar com ex colegas… Tem aproveitado?
Sim e nem imaginas a alegria. Tenho encontrado alguns.
E com os adeptos? Ainda se lembram de si? Confesso que não me esquecerei da sua forma de jogar!
Não sei. Pois já foi muitos anos. Mas os que iam ao Fontelo, penso que não esqueceram.
Conhece o Blog da Magia do Futebol? Acha importante para quem está longe da cidade e do clube a existência do nosso blog?
Claro isso é importante, para ficarmos a saber sobre o nosso Academico.
Sábado o nosso clube tem um jogo importante para as nossas aspirações de subida de divisão. Quer deixar alguma mensagem aos jogadores, técnicos e adeptos do nosso clube? 

Muita força, e espírito de sacrifício. Que trabalhem de inicio ao fim, e que depois recebam a recompensa que é a vitória.Abraço a todos!
Uma ultima pergunta, de onde vem a “alcunha” Abel?
Foi aqui em Cabo Verde. Sinceramente não sei.Começaram a chamar-me desde miúdo e ficou.
A Magia do futebol, agradece ao Abel, por gentilmente se ter disponibilizado para dar esta entrevista, desde Cabo Verde acedeu a responder ás nossas questões e mostrou estar bem vivo na sua memória, os tempos passados no nosso clube. Bem Haja!

Entrevista João: "Viseu é a minha cidade"!

Chegaste ao CAF muito novo, com apenas 23 anos, como foi a tua carreira até chegares a Viseu?
Vinte e três anos para futebolista, já não é assim tão novo. Foi um percurso normal e igual a tantos outros atletas. Também com um início um pouco tardio (16 anos, 2º ano de Juvenil na altura) e a felicidade de jogar sempre em campeonatos nacionais. Penso que este percurso é natural.
Em 93/94, quando chegaste ao Académico de Viseu, não fizeste nenhum jogo pelo
Académico em toda a época. Como foi viver uma época assim?
Extremamente difícil, muito difícil. Cheguei ao ponto de pensar e desistir da aventura (o que eu ia perder!).
Curiosamente na época seguinte foste quase sempre titular. O que aconteceu para
haver uma mudança tão drástica?
Houve várias mudanças e não começa por mim. A minha postura, na época transata foi sempre a mesma, ou seja, atitude e seriedade. E, isso foi transportado para a época seguinte. Nessa época, que para mim “ou dava ou não dava”, tinha acontecido uma descida de divisão, mudança de treinador e também mudança estratégica da direção. Houve aposta em novos e mais novos jogadores e ainda a sorte do Augusto nessa época ter que cumprir o serviço militar(também é preciso um pouco de sorte).

Na tua segunda época no CAF o Académico alcançou a subida da II B para a Divisão de Honra. Que recordações te trás essa época?
Recordações fantásticas! Criou-se um grupo de jogadores e técnicos ambiciosos e um bom balneário, onde havia uma grande identificação entre todos nós. E, por norma, com esses condimentos conseguem-se sucessos e foi o que aconteceu. Felizmente para o Clube e para o Grupo de Trabalho.
No tempo que passaste no CAF tiveste como grande rival pela titularidade o Augusto
que ainda hoje faz parte do clube. Era saudável a concorrência entre vós?
Lógico que sim. O nosso objetivo era o mesmo, JOGAR. Cada um fazia por si e as opções eram da equipa técnica. Em dia de jogo, jogasse quem jogasse, havia sempre uma palavra amiga, solidária e de incentivo.

Na última época em Viseu o Académico desceu de divisão mas tu subiste à I Divisão.
No Salgueiros pouco jogaste. Que se passou?
Foi mais uma transição (esta bem mais longa). Foi uma chegada à 1ª divisão, a um Clube cheio de alma e de história e também de grandes jogadores. E apanhei um concorrente muito forte e em plena ascensão de carreira, onde foi chamado várias vezes à seleção nacional portuguesa. Penso que, teve as três melhores épocas da sua carreira desportiva. E, embora frustrado por não ter sido opção durante esse tempo, ao mesmo tempo feliz por ter ajudado e, porque não, responsável pelo sucesso do Jorge Silva

Depois veio o Moreirense e aí sim jogaste muitas vezes na I Divisão. A nível de clubes
foi no Moreirense que viveste os melhores anos da tua carreira?
Quando cheguei ao Moreirense, apanhei igualmente um grupo muito forte e que já trabalhava há uns anos juntos e vinham de uma subida. Tive a sorte (que talvez tenha faltado na passagem pelo Salgueiros), de encaixar e ser uma das apostas do Clube. Fomos Campeões Nacionais (Divisão de Honra), fizemos uma época de Excelência e os anos seguintes foram fabulosos.

Em 2006 jogaste o mundial da Alemanha! Conta-nos, como é jogar um mundial?
Indescritível. Toda a envolvência, festa, organização, público… e muita, muita motivação
Nasceste em Angola, cresceste em Portugal. Ao ouvires os dois hinos no mundial qual
foi aquele que mais te arrepiou?
(Heheheh) Angola sem dúvida.
Terminaste a carreira no campeonato angolano. Quais as diferenças entre os dois campeonatos?
O clima é difícil. A organização dos clubes não ajuda. A mentalidade da grande parte dos dirigentes não é fácil e a falta de infra estruturas.
Hoje em dia vives em Angola?
Sim.
Para terminar: e saudades de Viseu, tens? Tens “acompanhado” o Académico de
Viseu? Ainda tens amigos na cidade?
Passei quase 4 anos em Viseu, por isso é a minha Cidade! Confesso que não tenho acompanhado o Académico nos últimos anos. Estive aí em Novembro e revi logicamente alguns amigos e outros que não houve possibilidade falamos por telefone, mas realço o Rui Lage, Sérgio, Augusto, Santos, Monteiro, Mr João Cavaleiro e outros que não sendo jogadores nem dirigentes mas que merecem o meu apreço e respeito por todo o apoio que me deram, não só na minha passagem pelo Académico, como no restante percurso de atleta e até aos dias de hoje.
A todos vocês um grande Abraço
Vou abusar e deixar UM GRANDE ABRAÇO AO SR FORMOSO E A SRA MARÌLIA que foram uns segundos Pais para mim.
À Magia do Futebol o meu muito Obrigado e respeito pela iniciativa.
Até Sempre.

"Acreditámos sempre!"

Nome: Artur Filipe Coelho Simões
Data de nascimento: 01/12/1983
Local de nascimento: Alvaiázere
Posição: Defesa / Médio
Estreia pelo AVFC: Académico de Viseu 1 União de Lamas 2
Altura:1.80m
Peso: 76 Kg
Ídolo: Maldini
Clube de futebol: SLB e AAC
Morada: Coimbra

Conta-nos como foi o teu percurso até chegares ao Académico de Viseu.
Desde já muito obrigado pelo convite e pelo apoio que demonstraram durante toda a temporada! Iniciei a prática do futebol com 7 anos nas camadas jovens do Grupo Desportivo de Alvaiázere. Na época 2001/2002, em virtude de ir estudar para Coimbra, surgiu um convite para integrar o plantel júnior da Associação Académica de Coimbra (OAF). Tínhamos uma das melhores equipas dos últimos anos e asseguramos o acesso à segunda fase. Fiz uma boa época, assinei contrato e integrei a equipa B. Sendo assim, o meu percurso como sénior foi:
2002/2003- Associação Académica de Coimbra – Equipa B
2003/2004- Centro Desportivo de Fátima e Tourizense em Janeiro
2004/2005- União Desportiva da Tocha
2005/2007– Grupo Desportivo Sourense (2 anos)
2007/2008 – Anadia Futebol Clube e Grupo Desportivo de Alvaiázere
2008/2009– Académico de Viseu Futebol Clube

Como surgiu o convite para ingressares no Académico de Viseu?
Quando vim estudar para Viseu estava a jogar no Anadia Futebol Clube. Resultado da impossibilidade de continuar a jogar naquela zona o treinador Fernando Niza entrou em contacto com o Sr. Monteiro para averiguar se era possível integrar o plantel. Como já era Setembro/Outubro, o plantel já estava fechado e o Mister Idalino Almeida disse que não havia hipótese. No início desta época 2008/2009, entrei em contacto com o Mister Miguel Borges e ele propôs-me um período à experiência. Disse-me que não necessitava de um jogador para uma posição específica mas sim alguém polivalente que desempenhasse várias. Cumprido esse período, no final integrei o plantel.

Apesar de já cá estares há uma época continuas a ser desconhecido para a maioria dos academistas. Quem é o Filipe extra futebol?
Nada melhor que os meus colegas para o definirem! Sou amigo do meu amigo e procuro dar-me bem com toda a gente. Enquanto joguei em Coimbra, licenciei-me na área do Ambiente mas sempre quis uma profissão ligada à Saúde. Luto pelos meus objectivos e, desse modo, neste momento frequento o 2º ano do curso de Medicina Dentária da UCP. Estou em Viseu para completar a minha formação e continuo a tentar conciliar o futebol. Estudante e jogado, sinto-me feliz por isso.

Filipe, és um jogador caracterizado por uma garra e entrega ao jogo extraordinária fazendo vários lugares em campo. Neste sentido qual é a posição em campo onde te sentes mais tranquilo ou com a qual te identificas melhor?
Sempre fui visto como um médio defensivo, num esquema de um ou dois trincos. Contudo, sou opção como médio interior, defesa central, e claro, defesa direito.

Essa tua polivalência não pode ser prejudicadora para a tua evolução como futebolista?
A polivalência do jogador resulta também das opções dos treinadores! São eles que moldam o processo de evolução, colocando o jogador nesta ou naquela posição, consoante as suas características. Sempre fui um jogador polivalente, que durante as épocas executa várias posições. Tem o seu lado positivo e o seu lado negativo! Eu costumo dizer, e os meus colegas sabem disso, que com o facto de jogar a defesa direito, depois a central ou a médio, quem perde mais sou eu. De qualquer maneira, as minhas características permitem que isso aconteça e num plantel tem que haver sempre 1 ou 2 jogadores que o façam. Sinto-me bem com isso e tento fazê-lo da melhor maneira, dentro daquilo que me é pedido.

Foste por duas vezes considerado como o melhor academista em campo, por nós A MAGIA DO FUTEBOL, no jogo em casa frente ao Valecambrense (0-1) e na segunda fase em Fiães (1-1). Ainda te recordas desses confrontos? Queres destacar outros jogos onde aches que estiveste bem?
Sim, recordo-me bem. O primeiro fi-lo como defesa-esquerdo e era um jogo bastante importante para mim e para a equipa. Falhámos alguns golos e ainda hoje não percebo como não ganhámos. Eles fizeram um golo e o resto do jogo só defenderam. Relativamente ao jogo do Fiães, recordo-me que joguei como trinco e depois passei para defesa direito. Falhámos um golo logo no primeiro minuto de jogo. A história do jogo podia ter sido outra!
Em relação a outros jogos, penso que o jogo da Taça com o Vizela foi um dos jogos que mais prazer me deu jogar. Jogámos num sistema de dois trincos e a equipa esteve toda bem. Faltou-nos alguma frescura física. Que golo, o do Fernando!

Como convives com a crítica? Tens recebido mais elogios ou mais críticas?
No futebol, como na vida, não podemos agradar a toda a gente. Faz parte da minha evolução como jogador lidar com isso. Sempre fui mais elogiado que criticado. Respeito todas as opiniões. O Académico é um clube de repercussão nacional e encaro com naturalidade que tal aconteça. Porém, quem trabalha comigo diariamente sabe daquilo que sou capaz e naquilo que posso ser útil.

O Tiago Gonçalves, na entrevista que nos concedeu, disse que eras um jogador com uma disponibilidade incrível e que jogues onde jogues raramente comprometes. O que sentes ao ler isto? Como caracterizas o Tiago?
Fico satisfeito, é claro! É fácil jogar quando temos jogadores como o Tiago e o Sérgio ao nosso lado. Já disse, e torno a dizer, o Tiago faz-me lembrar o José Castro que está no Corunha. È um central de classe, não sabe jogar mal. Mantém a mesma postura quer em jogo quer em treino. Só tem que acreditar mais no seu valor e continuar a evoluir. A oportunidade vai chegar e em breve vai dar o salto. Acho que está no clube ideal para isso acontecer. Estarei cá para o apoiar!

Na tua opinião qual – ou quais – foi o jogador mais preponderante na subida de divisão?
Acho que é a minha e a de muitos. O Sérgio, Augusto e Lage! Sem querer tirar mérito ao Rui Santos por aquele golão! Ehh! De qualquer maneira, como já disse, o colectivo foi o segredo do sucesso.

A nível individual qual foi o melhor e o pior momento da época que terminou?
Penso que o pior foi mesmo as lesões. Principalmente a lesão no joelho. Agravei uma lesão que primariamente seria curável em duas semanas para uma ausência de 2 meses e meio. Nunca tinha estado afastado tanto tempo! Foi na pior altura, visto que estava a lutar por um lugar no meio. Tirou-me bastante confiança e foi complicada a reintegração no trabalho diário.
O melhor momento foi, sem dúvida, a subida de divisão. Quando muitos já não acreditavam, ganhámos por duas bolas de diferença e estamos na 2ª Divisão Nacional.

Define-nos os dois treinadores com que trabalhaste esta época:
Pergunta difícil mas em poucas palavras talvez:
José Miguel Borges – Metódico
Luís Almeida – Exigente

Qual a tua opinião sobre mudanças de equipa técnica a meio da época? O que mudou no Académico com a “chicotada psicológica”?
Essa decisão coube a quem de direito, à direcção. As mudanças foram grandes em termos de treino, esquema de jogo, entre outras.

A quem se deveu o sucesso da última época: técnicos, jogadores ou direcção?
Todos! Contudo, a união do grupo mesmo nos momentos mais complicados, quando muita gente já não acreditava, foi o que prevaleceu.

És da opinião que os jogadores mais experientes deviam ficar no plantel?
A minha opinião vale o que vale. Já estive em vários clubes e há sempre uma referência, ou porque é um grande jogador ou porque tem um papel na história do clube. O Académico não foge à regra e no primeiro dia que entrei no balneário facilmente identifiquei os jogadores que tinham este papel. Foi preponderante a postura com que se apresentaram em cada treino e em cada jogo. Eles, melhor que ninguém, transmitiram o que é vestir a camisola Academista, e é com muito orgulho que o faço.

Qual o principal problema e a principal virtude da época que agora terminou?
Como todos têm salientado até agora, o principal problema foi sem dúvida a irregularidade exibicional. Demos tiros nos pés desnecessários. Tínhamos noção que o nosso grupo era o mais forte e com mais soluções. A subida de divisão tinha que ser alcançada! Merecíamos isso pela forma como trabalhávamos e por todas as adversidades que nos eram colocadas. Todos os nossos adversários entravam dentro de campo com grande respeito mas também com uma vontade enorme de ganhar! Apesar dos sobressaltos conseguimos chegar à última jornada só a depender de nós.
A principal virtude, como já salientei, foi a união do grupo. O apoio da claque e de alguns adeptos e amigos também foi muito importante.

Como era o ambiente no balneário no fim do jogo com o Cinfães na segunda fase? Onde é que foram buscar forças para os dois últimos jogos da época?
O empate com o Cinfães não era um resultado que nos passava pela cabeça. Sabíamos que cada ponto perdido nos ia dificultando cada vez mais a tarefa. De qualquer maneira, cada jogo era uma final e partimos para a última com uma diferença de 3 pontos e dois golos. Tarefa difícil mas cumprida! Acreditámos sempre!

Estavam à espera de ver o Fontelo tão bem composto no jogo com o Anadia? Estavas em capo quando o Rui Santos fez o 2-0. Como foi viver aquele momento?
Sinceramente, estava à espera de mais público. Andavam uns rumores que vinham autocarros de Anadia para encher o Fontelo, o que não aconteceu. Quando entrámos dentro de campo e a massa associativa se levanta a gritar pelo clube, ficámos mais fortes e acreditamos que podia ser possível. Não foi fácil estar dentro de campo e saber, num momento, que o Tondela estava a perder 0-2 e que depois já tinha virado o resultado para 3-2! Nesse momento precisávamos de mais um golo! Foi um jogo muito desgastante, fisicamente e psicologicamente. O apoio dos adeptos foi extraordinário e são momentos como esse que tornam o futebol uma paixão.
O golo do Rui Santos, tenho dito, não é um golo! É um golão! Foi um momento único! O Rui teve algumas lesões durante a época mas apareceu quando tinha que aparecer. Está só ao alcance dos melhores. Desejo-lhe tudo de bom para a época que se inicia!

Quais os objectivos – individuais e colectivos – para a época 2009/2010?
Passam por ajudar o Académico a cumprir os seus objectivos e participar no maior número de jogos. Essencialmente, apresentar-me em melhor forma que na época transacta. Temos que entrar em todos os campos para ganhar!

Por fim deixa uma mensagem para os sócios e adeptos:
Obrigado por todo o apoio demonstrado até agora e que na época 2009/2010 apoiem mais o clube! Nas vitórias e nas derrotas. Precisamos de um clube mais forte, a todos os níveis, para enfrentar a 2ª Divisão. Mais sócios, mais adeptos, porque o Académico merece!

"6-6-09: um dia que jamais esquecerei!"

Nome: Carlos Manuel Almeida Almeida “Calico
Data de nascimento: 06/12/1987
Local de nascimento: Viseu
Posição: defesa/médio
Estreia pelo AVFC: Campia 0 Académico de Viseu 1 (05/06)
Altura: 1,80 m
Peso: 75 kg
Clube de futebol: SL Benfica
Ídolo: Nenhum em especial. Gosto do Katsouranis.
Morada: Mangualde

Com a saída do Filipe Figueiredo tornas-te, aos 21 anos, no jogador com mais tempo de Académico de Viseu Futebol Clube. Ainda te lembras do primeiro jogo como sénior? O facto de estares a caminho da 5ª época nos seniores leva-te a pensar na ideia de seres um dos capitães de equipa?
Com a extinção do CAF, eu, o Fábio Santiago, André Maló, Zé Filipe e o Carlitos, que jogávamos nos juniores, passámos a partir de Dezembro a representar o novo Académico de Viseu. O meu primeiro jogo foi em Campia em que vencemos por 1-0. Relativamente ao facto de poder vir a ser capitão, é algo com que não me preocupo. A minha maneira de ser, de treinar, o amor pelo clube e o desejo de ganhar não se altera pelo simples facto de ter “uma fita” no braço. No meu entender os capitães vêm-se pela postura e não pela braçadeira. No entanto se tal vier a acontecer será um enorme prazer.

Confirmada a saída do Sérgio quem achas que pode ser o capitão de equipa?
O Augusto e o Álvaro o ano passado eram os sub-capitães, como tal este ano poderão ser eles.

Depois de 4 épocas no AVFC diz-nos, o apoio à equipa tem subido de ano para ano?
Penso que esse facto é notório e muito bom para o clube e cidade. No entanto, é bem mais fácil ser hoje em dia adepto do Académico do que há 4 anos, já que agora toda a gente diz que gosta do Académico, que sempre apoiou o Académico, mas nós sabemos quem foram aqueles que quando estávamos na Distrital a 11 pontos do 1º lugar nos apoiaram e nos incentivaram. Esses sim são os verdadeiros Academistas.

Resume-nos em poucas palavras como era o ambiente nos diversos balneários:
2005/2006 – Nessa altura era ainda júnior e só a meio da época é que passei para os seniores. Nessa equipa estavam alguns colegas e amigos que tinham jogado comigo nas camadas jovens o que ajudou à integração.
2006/2007 – Como já tinha dito numa entrevista anterior, uma autêntica “Família”. Nós sabemos bem o que custou estar a 11 pontos do primeiro e conseguir subir. Sabemos bem o que custou ir a Lamego jogar um jogo de “vida ou morte” e ao intervalo estarmos a perder 2-0 e termos conseguido empatar. Um ano importante a nível desportivo e pelo facto de ter feito muitos amigos.
2007/2008 – Neste ano muitos jogadores que subiram de Divisão estavam no plantel, como tal o espírito foi igualmente fantástico. Fizemos um bom campeonato, tendo acabado a 1ª fase do campeonato em primeiro lugar. Na 2ª fase, as coisas não correram bem e todos nós sabemos porquê.
2008/2009 – Tenho que admitir que no inicio de época estava um bocado renitente, visto que muitos foram os jogadores e amigos que saíram, como tal a equipa era praticamente nova. Com o passar do tempo fomo-nos conhecendo e no final fizemos um grupo extremamente forte e unido do qual eu me orgulho de ter pertencido. Ao longo da época levámos muitos “murros no estômago” com derrotas pesadas e inesperadas, mas a força do grupo viu-se nos jogos a seguir e principalmente no último jogo. Foi um dia maravilhoso!

Na nossa primeira entrevista falamos-te da tua polivalência e disseste que o importante era estar dentro de campo a ajudar. Passaram dois anos e continuas sem uma posição definida no terreno. Ainda pensas da mesma maneira ou achas que tanta indefinição te tem estado a prejudicar a tua evolução como jogador?
Realmente é verdade, o facto de um jogo jogar numa posição e noutro a seguir jogar em outra não me beneficiou. No entanto, o mais importante é sempre o colectivo e ajudar a equipa a atingir os objectivos. A minha posição preferida e na qual me sinto melhor é a trinco ou a central, e penso que o meu rendimento é mais elevado nessas posições, mas como disse anteriormente o colectivo está acima de tudo daí se for necessário jogar a defesa direito ou esquerdo, como já aconteceu, estarei sempre disponível.

Na tua opinião qual – ou quais – foi o jogador mais preponderante na subida de divisão?
Na minha opinião não houve um jogador determinante, já que se um jogador jogasse sozinho de certeza que não iria conseguir subir. Todos foram importantes, os que jogaram mais os que jogaram menos, todos. O Académico é um plantel e não se pode resumir a 2 ou 3 jogadores. No entanto é obvio que houve jogadores que ao longo da época se destacaram mais que outros, mas para isso tiveram que ter um apoio dos colegas, senão vejamos, o Rui Santos não teria feito golo se a nossa equipa não recuperasse a bola e não lhe passasse a bola!

A nível individual qual foi o melhor e o pior momento da época que terminou?
Penso que tive uma fase muito boa no inicio de época a jogar a central e no final da 1ªfase /inicio da 2º fase a jogar a trinco antes de ter sido expulso injustamente em Tondela. O pior momento foi no 1º jogo do campeonato com o U. Lamas em que as coisas não me correram bem, mas penso que foi importante esse jogo para me amadurecer e para aprender com os erros. Lembro-me que na semana a seguir o Professor Borges falou muito comigo o que me ajudou a ultrapassar.

És um jogador que possui uma excelente capacidade de elevação contudo não apontas muitos golos. Que explicação encontras para tal?
Quando subimos de divisão em 2006/2007 fiz 2 golos; em 2007/2008 fiz 2 golos e em 2008/2009 não marquei nenhum. Curiosamente os golos que fiz foram todos com o pé, mas é um aspecto que tenho de melhorar e desenvolver o do jogo aéreo ofensivo.

Sendo tu “um produto” da formação academista o que achas do aproveitamento dessa mesma formação para alimentar os seniores? Que achas da formação academista?
Penso que é este o caminho que o Académico tem de percorrer, aproveitando os jogadores da formação senão vejamos os jogadores que este ano subiram de divisão e jogaram nas camadas jovens. Considero que a formação do académico está a poucos e poucos a recuperar o tempo perdido após a extinção do CAF. É muito importante que os juvenis e juniores subam aos nacionais, porque é ao defrontar os melhores jogadores que os nossos jovens academistas evoluem e aprendem.

Desde que te iniciaste nos seniores do Académico de Viseu já tiveste quatro treinadores. Fala-nos um pouco sobre eles:
Jorge Nunes –
Um treinador a quem tenho que agradecer, já que me permitiu com que não ficasse meio ano sem jogar, o que se verificou com alguns colegas meus, após a extinção do CAF.
Idalino de Almeida – Foi muito importante para mim, num ano sempre difícil para qualquer jovem, o da transição de júnior para sénior. Deu-me a possibilidade de ser o jogador mais utilizado da equipa e ainda com a cereja no topo do bolo, a subida de divisão.
José Miguel Borges – Gostei muito de trabalhar com o Mister Borges. Um treinador jovem e com métodos que me agradam. Com ele aprendi muito e foi muito importante para mim porque até a saída do mister era o jogador mas utilizado da equipa. Penso que o Prof. Borges, Prof. Raposo e o Mister Luís tiveram um papel importante na subida.
Luís Almeida – Que dizer de um treinador que sobe de divisão?! Tem uma maneira de trabalhar diferente, que foi igualmente preponderante para subirmos de divisão. Penso que juntamente com os capitães, teve um papel importante após o empate com o Cinfães em casa. Estimulou-nos muito a nunca desistir, que até ao último minuto do campeonato havia “jogo”, o que se veio a confirmar com aquele golo aos 89 minutos.

Qual a tua opinião sobre mudanças de equipa técnica a meio da época? O que mudou no Académico com a “chicotada psicológica”?
È um tema um pouco difícil de abordar e a que nós jogadores não nos diz respeito. O plantel tem que se limitar a jogar e a direcção a mandar.

A quem se deveu o sucesso da última época: técnicos, jogadores ou direcção?
A todos. Os treinadores não treinam se não tiverem jogadores; os jogadores não jogam se não tiverem alguém que os organize dentro de campo e a direcção não dirige se não tiver treinadores e jogadores para jogar. Como tal a subida é de todos e ainda daqueles adeptos que nos abraçaram quando perdemos em casa 5-1 com o Anadia e quando vencemos 2-0 ao Anadia, refiro-me aos verdadeiros academistas.

És da opinião que os jogadores mais experientes deviam ficar no plantel?
Como já referi anteriormente os jogadores são pagos para jogar, a direcção e equipa técnica trata do resto. No entanto quero referir, que o Sérgio e o Lage foram dois verdadeiros líderes, que nos incentivaram nas derrotas e nos pediram “calma” a quando das grandes vitórias. Com estes dois SENHORES, aprendi muito e serão sempre uma referência para mim e um símbolo do Académico de Viseu.

Qual o principal problema e a principal virtude da época que agora terminou?
A virtude da nossa equipa este ano foi o facto de quando algo corria mal, como nos jogos que perdemos por números exorbitantes os quais não se coadunavam com a qualidade da equipa, nós uníamo-nos e dávamos uma resposta no jogo a seguir. O problema foi aquele “8 ou 80” que tivemos numa determinada fase da época, mas que felizmente soubemos e conseguimos inverter.

Foste quase sempre titular mas a expulsão em Tondela mudou um pouco o estado das coisas. Recorda-nos esse lance: foi penalty ou não?
Nesse dia percebi aquilo que dantes não conseguia entender e que critiquei muito, refiro-me à atitude do Pedro Silva na final da Taça da Liga. Só quem passa por elas é que entende. Foi uma grande injustiça o que se passou. O Beré a 1 metro de mim com a bola a saltitar remata com força, eu ao ver que ele ia rematar ofereço o corpo à bola e viro a cara. A bola embateu-me com força na cabeça, na zona da orelha e o Senhor Arbitro assinalou penalty. Facto que agora entendo, senão vejamos o número de penaltys que determinadas equipas tiveram na 2ª fase. Foi um lance que decidiu o jogo, visto que ficámos com 10 e sofremos o 1-0. No entanto, felizmente nem assim nos conseguiram derrubar e, por muito que custe a muita gente, para o ano o Académico de Viseu Futebol Clube estará na 2ª Divisão Nacional.

Como era o ambiente no balneário no fim do jogo com o Cinfães na segunda fase? Onde é que foram buscar forças para os dois últimos jogos da época?
Foi de uma tristeza enorme. Sabíamos antes do jogo com o Cinfães que uma vitória nesse jogo seria um passo enorme para a subida de divisão. Não concretizámos algumas oportunidades, mas isto é o futebol. Como já referi, a quando de um resultado menos bom a nossa equipa respondeu sempre bem e de seguida fomos vencer à Tocha e ficámos a depender apenas de nós para subir.

Estavam à espera de ver o Fontelo tão bem composto no jogo com o Anadia? Já estavas em campo quando o Rui Santos fez o 2-0. Como foi viver aquele momento?
Aquele dia, 6-6-09, é um dia que jamais irei esquecer. Aliás a semana que antecedeu o jogo. Em conversas que tínhamos no balneário durante a semana, não havia outras palavras senão “vamos conseguir”. Tínhamos a informação da loucura que o jogo estava a causar em Viseu e de que muita gente viria ao jogo. Foi espectacular ver a confiança e a vontade de subir de divisão bem patente em todos durante a semana. E naquele dia, 6-6-09, tudo correu bem. Até o facto de ter estado a chover e minutos antes do jogo ter parado… Até pelo golo ter surgido aos 89 minutos soube ainda melhor. Recordo-me perfeitamente que segundos antes de o Costa fazer aquela obra de arte, o Tondela sofre o 2-0. Com este resultado estava tudo nas nossas mãos. Antes de entrar em campo, fiquei a saber que o Tondela tinha virado para 3-2. Meu Deus, passou-me tudo pela cabeça, lembrei-me nas conversas que tínhamos tido durante a semana; pensei que aquele estádio lindo com tanta gente, não poderia sofrer esta tamanha desilusão; aquele dia tinha sido feito para o Académico festejar; e sinceramente rezei, rezei e rezei… Até que aos 89 min quando vejo o Rui Santos com a bola nos pés, lembrei-me de que ele andava com o “pé quente” e gritei para dentro de mim “Chuta Rui”… Ao ver a bola a sair do pé dele e a subir, a subir e pelo ângulo em que me encontrava tive logo a percepção que ela “ia lá para dentro”. (Ruizinho, que banana!) De seguida chorei, chorei… Chorei porque eu sabia que havia alguém lá em cima que nos ia ajudar a não estragar este dia que estava predestinado a ser do ACADÉMICO…A partir daquele momento, todo o esforço, todos aqueles dias a treinar com chuva, neve, com 30ºC fizeram sentido…Todas aquelas noites sem dormir depois de uma derrota, valeram a pena… É um sensação incrível… Um dia que nunca irei esquecer.

Já contas com duas subidas no currículo. Qual foi a mais saborosa e porquê?
Em três anos de senior, subi duas vezes com o clube do meu coração. Hoje sinto-me muito, mas muito feliz já que ajudei, da melhor ou da pior forma, com que o Académico em 3 anos recuperasse o tempo perdido, após a extinção do CAF. Estas subidas significam muito para mim, porque eu recordo-me bem quando estava na distrital (sem desprezar os clubes dessa divisão) e ia jogar a determinados campos, pensar que o Académico de Viseu não merecia aquilo por que estava passando. O Álvaro e o Filipe Figueiredo sabem bem do que estou a falar. As duas subidas foram igualmente importantes.

Quais os objectivos – individuais e colectivos – para a época 2009/2010?
Quero trabalhar forte e bem para poder jogar o mais possível, para dessa forma ajudar o clube a atingir os objectivos. Tenho a perfeita noção de que é muito difícil, mas já que estamos “com o pé quente”, se der para subir melhor.

Continuas a estudar? Tem sido difícil conciliar as duas coisas? Se tivesses que apostar ou nos estudos ou no futebol, o que farias?
Felizmente sempre consegui conciliar os estudos e o futebol. Estou a 15 dias de acabar o curso de Enfermagem. Eu sinto-me feliz a jogar futebol. Sem os treinos e os jogos não saberia como ocupar o tempo.

Começaste no Mangualde. Se tivesses que escolher entre AVFC e Mangualde, qual era a tua opção e porquê? Sonhas, um dia, voltar a jogar no Mangualde?
“ Eu sou Academista com muito orgulho, com muito amor”… O Académico é e será o clube do meu coração. Ainda assim gosto muito do Mangualde, por ter começado a jogar lá até aos juvenis e pelos amigos que tenho no clube. Este ano e o ano passado houve essa possibilidade, no entanto como vi interesse da direcção do Académico em que eu ficasse tomei essa decisão. No entanto, gostava de realçar e de agradecer a “paciência” que a direcção do Mangualde teve para comigo, visto que eu sempre disse que não decidiria nada sem primeiro falar com o Académico. E desde já quero dar os parabéns ao Mangualde pelos seus êxitos, e espero que tudo corra bem este ano que aí vem. E se um dia tiver que voltar ao Mangualde será um enorme prazer, porque é um clube que também me diz muito.

Sabemos que nos acompanhas, A MAGIA DO FUTEBOL, quase desde o nosso início. Temos evoluído? Que sugestões nos dás para o futuro?
Conheci o Magia pelo meu amigo Negrete. Penso que o trabalho que têm feito é espectacular, e permite que as pessoas que não podem acompanhar os jogos, tenham uma noção do que se passa. Vocês são aqueles que eu considero de VERDADEIROS ACADEMISTAS! Muito obrigado pelo apoio e continuem. Para quê mudar o que está bem?!

Por fim deixa uma mensagem para os sócios e adeptos:
Obrigado a todos pelo apoio que nós deram e que foi extremamente importante para termos alcançado os nossos objectivos. No entanto, quero relembrar que o clube não vai passar só por êxitos… Nós vamos ter de sofrer, e para tal temos que sofrer todos juntos… Na vitória ou na derrota, temos de ser academistas.
Muito obrigado!

"Acabei por fazer uma época razoável"

Nome: Tiago Filipe Martins Gonçalves
Data de nascimento: 03/09/1986
Posição: defesa central
Local de nascimento: Viseu
Altura: 1.82
Peso: 77kg
Estreia pelo Académico de Viseu: Académico de Viseu 1 União de Lamas 2
1º golo pelo Académico de Viseu: Sátão 0 Académico de Viseu 2
Ídolo: Rio Ferdinand
Clube de futebol: Sporting Clube de Portugal
Morada: Viseu

Para começar aí vai a pergunta da qual todos os academistas aguardam a resposta: vais continuar no Académico?
Sim já está tudo acertado para continuar, falta só acertar a duração do contrato.

Conta-nos como foi a tua carreira nas camadas jovens e quais os clubes que representaste:
Fiz praticamente toda a formação no CAF. Fui três vezes campeão em diferentes escalões. Foi também ao serviço do CAF que consegui ser internacional pela primeira vez o que para mim teve um significado ainda maior. Depois apareceu o Braga, um desafio que tinha que agarrar para dar continuidade ao bom trabalho que tinha feito no Académico e continuar a ser opção na selecção.

Que recordações guardas da selecção? Sonhas um dia voltar a uma selecção? Com que jogadores actuaste e que agora “dão cartas” no futebol português?
Foi o concretizar de um sonho, que espero um dia repetir. A importância de vestir aquela camisola e ouvir o Hino foram momentos fantásticos e que já mais esquecerei. Tive o prazer de jogar ao lado de agora grandes jogadores como o Moutinho, o Veloso (fomos parceiros na defesa), Saleiro, Paulo Machado, etc.…

Quais as razões que encontras para não teres vingado no Sporting de Braga? Surpreende-te o evoluir deste clube nos últimos anos?
Não gosto muito de falar nesta questão, porque sinto que tudo fiz dentro do campo para ainda hoje poder fazer parte daquele clube, só que por vezes acontecem situações onde não podemos fazer nada e ai também tive culpa, deixei andar com medo de me impor como homem. Sinceramente não me surpreende em nada a evolução do Braga, pela ambição, rigor e exigência de quem comanda o clube, acredito que o clube crescerá ainda mais.

O Académico é já o 4º clube que representas como sénior. Fala-nos um pouco desses clubes:
Sporting de Braga B –
Uma equipa que o principal objectivo era fazer a ponte entre a formação e o futebol profissional e nos preparar para a equipa principal. Aprendi muito e fiz grandes amizades.
Moreirense – Um grande clube que é pena andar nestes escalões. Tive um ano dificil, onde não joguei praticamente, mas onde havia jogadores de 1´liga e me ensinaram muito e agora lhes agradeço por tudo.
Nelas – Depois de um ano difícil o Nelas foi uma aposta pessoal e para começar a jogar novamente. Acabei por ganhar confiança e fazer uma época melhor do que estava à espera. Em termos de clube aprendi que afinal o futebol não e assim tão fácil e quando aparecem problemas como os que apanhei, que nunca tinha apanhado e que depois se agravaram ainda mais este ano. Foi complicado.

No início da época foste algo criticado pelas tuas exibições mas com o decorrer da temporada foste “crescendo”. Concordas? A que se deveu o início menos positivo?
Sim concordo. Foi um início difícil se calhar devido a ansiedade que sentia de ter voltado ao meu clube e a vontade de mostrar que tinha capacidade para vestir esta camisola. E depois daquelas duas expulsões seguidas tive que ser forte para superar e dar a volta por cima, sabia que tinha qualidade e continuando a trabalhar ia voltar a melhor forma, foi o que aconteceu e acabei por fazer uma época razoável.

Qual é a tua opinião sobre mudanças na equipa técnica a meio da temporada? O que mudou no Académico com a “chicotada psicológica”?
São situações complicadas de analisar quando acontece no nosso clube mas nós, jogadores, temos que estar preparados. Faz parte do futebol. Mudaram algumas coisas mas o essencial manteve-se, o grupo de trabalho.

A quem se deveu o sucesso da última época: técnicos, jogadores ou direcção?
Quando se ganha o sucesso reparte-se por aqueles que fazem parte dele. Mas, para mim, muito do sucesso se deveu à união do grupo que foi fantástico e que já mais esquecerei.

Como era o ambiente no balneário no fim do jogo com o Cinfães na segunda fase? Onde é que foram buscar forças para os dois últimos jogos da época?
Era um ambiente difícil porque todos nos sabíamos que podíamos ter dado muito mais e sabíamos que a partir daquele momento já não dependíamos só de nós, mas continuamos acreditar que era possível. E foi!

Estavam à espera de ver o Fontelo tão bem composto no jogo contra o Anadia? Explica-nos o que sentiste quando Rui Santos fez o 2-0.
Sim, já esperávamos devido a importância do jogo. E só tenho que agradecer esse apoio porque sem vocês se calhar não era possível. Foi uma sensação fantástica que vou guardar para sempre e saber que tínhamos conseguido o objectivo e ver o delírio de todo o Estádio são momentos que não dão para descrever.

Foste por nós, A MAGIA DO FUTEBOL, considerado por 3 vezes, ao longo da época, como o melhor academista em campo: Sátão (0-2), São João de Ver (0-0) e Anadia (1-0). Concordas, ou queres destacar outros jogos?
Sim foram jogos em que me destaquei em termos individuais, mas houve outros jogos que acho que estive melhor mas em prol do colectivo.

Em Fevereiro elegemos-te como o melhor jogador do Académico no mês em causa. Teve algum significado para ti essa distinção?
Claro! É sempre bom ver o nosso trabalho reconhecido.

Vamos fazer um teste à tua memória. Recordas-te dos 4 golos que apontaste?
No Sátão abriste o marcador (0-2) – foi num canto em que apareço ao 2º poste e encosto de cabeça. Foi um golo importante devido aos últimos resultados e que nos deu alguma serenidade.
Fizeste o 3-2 final em Anadia – um golo algo confuso. No meio da confusão a bola veio parar aos meus pés e aí só tive que encostar.
Novamente ao Sátão, 3-0, desta vez no Fontelo (4-0) – novamente num canto apareço ao 2º poste sozinho, muito parecido com o primeiro.
Abriste o marcador na Tocha (1-4, 2ª fase) – num canto o Filipe aparece a desviar ao 1º poste e eu acompanho o desvio e encosto de pé esquerdo.

Qual o avançado que mais te custou marcar na época que agora acabou?
Os mais difíceis são aqueles que nos fazem golos, mas não me lembro de nenhum em especial.

Jogaste com vários jogadores ao teu lado no centro da defesa. Fala-nos deles:
Sérgio –
Do Sérgio tinha muito para falar, além do muito que me ajudou destaco o profissionalismo, o querer e a ambição como de um jovem se tratasse e sem duvida o GRANDE CAPITAO E LIDER QUE É.
Calico – É ainda um jovem, como eu, com qualidade e vontade de trabalhar. Jogamos juntos numa altura complicada mas gostei de jogar ao lado dele.
Filipe – um jogador com uma disponibilidade incrível, jogue onde jogar raramente compromete.
Lage – Este ano não joguei com ele a central, mas o ano passado em nelas chegamos a jogar juntos. Com a qualidade que tem torna-se fácil jogar com ele.

Já te explicaram quais são os objectivos para a próxima época? E a nível pessoal quais são?
Os objectivos têm que ser sempre os mesmos ganhar, ganhar e ganhar. Só com esse pensamento se pode jogar no Académico. A nível individual tentar fazer mais e melhor do que esta época.

Ultimamente tem-se falado muito da saída de jogadores experientes como são, por exemplo, o Sérgio e o Rui Lage. Até que ponto eles foram importantes no sucesso da época que agora terminou?
Foram jogadores de extrema importância, foram aqueles que nunca deixaram cair o grupo, verdadeiros líderes que no meu ver vão fazer muita falta. Mas o futebol e assim e tenho que aceitar a decisão de quem manda.

Com a subida de divisão uma boa parte dos adeptos já sonha com a subida à Liga Vitalis. Acreditas que tal seja possível ou é utópico pensar-se nisso? (Carlos Silva)
Tenho que acreditar que e possível e também faz parte dos objectivos do clube. Mas vamos com calma, não podemos dar passos maiores que as pernas.

Tendo em conta a qualidade de jogo que apresentas actualmente no eixo da defesa academista, pensas que o “salto” para um clube da Vitalis/Sagres poderá estar para breve?
Sim faz parte dos meus objectivos num futuro próximo dar o salto para os campeonatos profissionais. Se for ao serviço do Académico tanto melhor.

Achas que devíamos ter mais jogadores da região ou apostar em valores de fora? (Pedro)
É relativo. Quem vier, seja de Viseu ou de fora, tem que ter qualidade para jogar no académico.

Qual o melhor jogador com quem jogaste? Qual a tua referência como defesa central? (Pedro)
Já joguei com alguns jogadores com muita qualidade, mas não tenho nenhum como referencia. O jogador ao qual me identifico e que mais aprecio a jogar e o Ferdinand (Manchester).

De onde vem a alcunha “Óscar”?
Nem sei explicar bem. Acho que também não é bem uma alcunha mas sim mais uma brincadeira da obra do Rui santos e do Lage.

A vocês magia um grande abraço e parabéns pelo bom trabalho que tem feito.

"Voltei a casa, voltei ao Académico"

Nome: Fernando José Almeida Sequeira Ferreira
Data de nascimento: 20/1171986
Posição: médio
Estreia pelo Académico de Viseu: Académico de Viseu 1 União de Lamas 2
Local de nascimento: Viseu
Altura: 1.83m
Peso: 78kg
Ídolo: Zinédine Zidane
Clube de futebol: Sporting Clube de Portugal
Morada: Viseu

Sabemos que do CAF foste para o Sporting. Diz-nos quais os clubes que representaste na camadas jovens:
Clube Académico Futebol e Sporting Clube de Portugal, foram os meus únicos clubes nas camadas jovens.

Um dia destes folheando um jornal “Sporting”, já velhinho, deparei com a ficha de um jogo das camadas jovens do Sporting em que actuavas ao lado do João Moutinho. Que outro jogadores fizeram contigo a formação e que hoje dão cartas no futebol?
È verdade, sem dúvida tive o privilégio de conviver, treinar e jogar com vários jogadores que neste momento são grandes referências do nosso futebol, entre quais posso destacar o Moutinho, o Miguel Veloso, o Nani, o Mário Felgueiras, o Saleiro, o Yannick Djaló e também tive o privilégio de treinar algumas vezes com aquele que é considerado o melhor jogador do Mundo, Cristiano Ronaldo.

Quais as razões de não teres vingado no Sporting?
O futebol é o momento, e no meu caso específico acho que tive perto de conseguir vingar no Sporting, mas no momento que podia ser crucial na minha carreira desportiva, tive uma lesão grave no joelho, que aconteceu entre a minha passagem da formação para o futebol sénior, mas mais que isso acho que não consegui por culpa própria, o futebol é mesmo isto, por vezes pensamos que estamos bem e dum momento para outro as coisas invertem – se, essa lesão afectou muito aquilo que poderia ser hoje como jogador de futebol, mas não me lamento por isso, foram momento difíceis, mas foram momentos que também me ajudaram a amadurecer e a crescer, costuma – se dizer o que lá vai, lá vai.

Depois de saíres do Sporting passaste por alguns clubes na condição de emprestado. Fala-nos dessas experiências:
Casa Pia – Encontrei um clube a degradar – se aos poucos, começou a viver momentos que atormentavam muitos clubes nessa altura, ordenados em atraso e jogadores a rescindirem contrato em Dezembro, o treinador também tinha saído, ou seja uma equipa quase toda nova em Dezembro, altura em que cheguei ao clube depois da minha lesão estávamos nos lugares cimeiros, mas acabámos por descer de divisão, foi o meu primeiro ano no futebol sénior e também começava totalmente do zero, aquela lesão fez com que isso acontecesse, guardo amigos, boas e más recordações desse clube histórico no nosso futebol.
Sporting de Espinho – O Espinho foi uma aposta pessoal, no qual não consegui vingar, encontrei um clube com grandes aspirações, que ambicionava a subida de divisão, plantel com muita qualidade e experiência, e prevaleceu a experiência para o facto de não de ter jogado mais, mas como disse não lamento, porque foi uma aposta minha, e por culpa própria também não vinguei. Guardo também grandes amigos.
Real Massamá – Cheguei ao clube em Dezembro, ou seja numa época e meia já tinha no meu currículo 3 clubes, o que não abonava muito a meu favor, mas vinha com a fome de bola e vontade de ajudar este clube que tem umas condições enormes para chegar a patamares superiores, o treinador conhecia – me e apostou em mim comecei a jogar mais regularmente e sentia – me a renascer de novo, a equipa também tinha resultados o que fizeram com que conseguíssemos, ir disputar o Play – Off com o Fátima, mas mais uma vez como tinha acontecido anteriormente não consegui disputar esses jogos e dar o meu contributo dentro de campo pois tinha tido uma recaída da minha lesão no joelho, ainda tentei recuperar em contra – relógio pois tinha também voltado a ser chamado a Selecção, mas não consegui, e fiquei de fora da Selecção e dos 2 jogos mais importantes da época. No 2º ano sentia – me mais confiante e as coisas pareciam voltar de novo, o clube perdeu o treinador, e muitos jogadores, e começou – se do zero, estava bem mas o clube não conseguia resultados o treinador foi despedido, veio outro que não apostou tanto em mim e joguei menos vezes. Este clube marcou – me bastante porque deixei lá grandes amigos e também porque as pessoas foram sempre muito correctas comigo.

Como é que vieste parar ao Académico de Viseu? Tinhas outras soluções para a tua carreira?
Os contactos eram regulares com o Académico, e só não aconteceu mais cedo porque o clube tinha sido extinto, e na altura também ainda estava ligado contratualmente ao Sporting. Depois de acabar contrato, num dos contactos habituais que tinha com o Monteiro, ele perguntou – me se queria ir para o Académico, eu disse – lhe que aguentasse um pouco, pois tinha algumas situações que poderiam ser vantajosas para mim, mas também disse para não se prenderem por mim, mas ele disse sempre que para mim havia sempre espaço, tinha outras soluções mas achei que não valiam a pena e voltei a casa, voltei ao Académico.

Ser filho do Presidente da Associação de Futebol de Viseu facilita ou complica a tua afirmação no futebol?
Não complica nem facilita, é o meu pai e tenho orgulho nele faça ele o que fizer, sendo Presidente da Associação seja ela qual for a sua tarefa, sabe que vou sempre apoiá-lo.

Foste por nós distinguido por 3 vezes como o melhor do Académico em campo: Vizela (Taça de Portugal), Tondela (1-1) e Avanca (3-0). Foram mesmo estes os teus melhores jogos ou queres destacar outros?
Penso que sim, foram mesmo os meus melhores jogos.

E aquele golo ao Vizela! Quem viu – e nós vimos – não o esquece! Ainda és capaz de o descrever?
Podem não estar a par disso, mas foi o primeiro golo como sénior em competições oficiais, e foi um golo realmente muito especial, e de facto lembro – me como se fosse hoje recuperei a bola a meio campo junto à linha, veio um jogador do Vizela ao meu encontro meto – lhe a bola por debaixo das pernas, e no momento que arranco para a bola depois de ter passado, olho para a baliza e vejo o guarda-redes adiantado dois passos, foi nesse momento que não parei mais e chutei para a baliza e quando vejo o guarda-redes a correr para trás vi que não chegaria. Valeu de pouco pois não conseguiríamos passar a eliminatória depois de um grande jogo da nossa parte.

Qual é a tua opinião sobre mudanças na equipa técnica a meio da temporada?
São decisões que não nos cabem a nós, mas sim à direcção.

A quem se deveu o sucesso na última época: técnicos, jogadores ou direcção?
O sucesso deveu – se a todos aqueles que trabalharam em prol dos objectivos, os jogadores, os técnicos, a direcção, o departamento médico, os roupeiros, sócios e simpatizantes, e como se viu juntos somos fortes e isso é que foi decisivo no sucesso. A união de todos em volta de um só objectivo.

Vais continuar no Académico? Porque é que continuas? Já te explicaram quais são os objectivos para a próxima época? E os teus objectivos?
Sim vou continuar no Académico, e continuo neste clube porque me sinto bem onde estou e mais do que tudo que fique bem claro, fico por amor ao clube, pus de parte interesses pessoais e fiz com que os interesses do clube fossem mais importantes. Quanto aos objectivos dum clube com as potencialidades do Académico, os objectivos é entrar, seja onde for, e sair de lá vitorioso. Vai ser um campeonato onde a regularidade vai ser fulcral para podermos aspirar a grandes objectivos, quanto aos meus objectivos é jogar o maior número de jogos possível, depois o resto virá com trabalho e dedicação.

Estavam à espera de ver o Fontelo tão bem composto no jogo contra o Anadia? Dizem que a sofrer por fora se sofre mais: como viveste esse jogo?
Sim esperávamos que o Fontelo tivesse uma boa moldura humana, já que sentíamos uma grande euforia em volta desse jogo, ainda tememos porque a chuva ameaçava, mas até S. Pedro nos ajudou. O jogo foi impróprio para cardíacos, de fora sofre – se muito mais e sinceramente sentia que a união prevalecia no grupo e esse foi o factor mais importante para o sucesso.

No início da época quando se ouviu falar de que um jogador formado no Sporting viria para o Académico toda a gente ficou animada. A qualidade (presente) apareceu apenas a espaços marcada pelas expulsões e no fim pela lesão. A que se deveu esta época irregular? (Rafael)
Deveu – se a isso mesmo, a lesão e castigos. Estando de fora é muito mais difícil as pessoas saberem o que realmente vale o Fernando, mas tenho a certeza que vai ser uma época mais tranquila e com o Fernando a mostrar as suas qualidades em prol da equipa e do clube.

O que podes prometer para a próxima época? (Sprees)
Prometo trabalhar para ajudar o clube a conseguir os seus objectivos.

Em que ponto se encontra a tua lesão?
A lesão está debelada, claro que deixa sempre marcas, mas agora resta – me esperar pela pré época para conseguir restabelecer os níveis de confiança.

És da opinião que os jogadores mais experientes deviam ficar no Académico?
Eu sou da opinião que os interesses do clube devem ser aqueles que têm de ser postos à frente de qualquer outro tipo de interesse. Por isso eu defendo o clube na qualidade de jogador. As outras pessoas com mais responsabilidades são as que têm de tomar as decisões.

Em 2009/2010 vamos ter um Académico a lutar em todos os jogos, em casa e fora, a lutar pela vitória, assumindo desde o início pois temos os níveis que nenhum clube tem nesta divisão. Concordas?
Sim, sem dúvida, aliás o Académico não pode sequer pensar doutra forma senão essa.

Tendo em conta a tua técnica, a meu ver claramente acima da média, achas que podes ser o mágico do meio campo que faltou um pouco ao Académico na época passada?
Eu vou ser tão importante como qualquer outro jogador, não vou ser mais ou menos, acho que no momento em que estiver dentro de campo irei tentar colocar as minhas capacidades ao serviço da equipa.

Na tua opinião o Académico pode estar em 2/3 anos na II Liga novamente ou deve manter a estabilidade e a calma e assegurar experiência e peso na II B? (Pedro)
Todos nós sabemos que este clube merece muito mais que uma 2ª Divisão mas agora estamos nessa divisão, só temos que trabalhar para conseguir chegar ao lugar onde clube merece, este cidade e as pessoas da cidade merecem muito mais, trabalharemos para que isso aconteça o mais rápido possível.

Tu que jogaste nas camadas jovens do Sporting ainda te achas capaz de chegar a um grande do futebol português? (Pedro)
Se me derem essa oportunidade irei a segurar com unhas e dentes, mas para isso terei que trabalhar muito. Resta – me trabalhar, depois as coisas vão tomando o seu rumo natural, se estiveres bem é sempre bom seres reconhecido pelo trabalho que desempenhaste, se assim for ficarei extremamente contente.

Qual o principal problema e a especial virtude do Académico desta época?
Irregularidade exibicional e a união de grupo.

Qual o melhor jogador com quem jogaste? (Pedro)
João Moutinho, sem dúvida alguma. Jogámos lado a lado nas camadas jovens e de facto é um jogador fora de série.

Rui Santos, em directo…

Nome completo: Rui Manuel Pereira dos Santos
Data de nascimento:
22/02/1980
Local de Nascimento: Viseu
Altura: 1.77
Peso: 76
Ídolo: Rui Costa


1- Historial( clubes e épocas, títulos ganhos)

Camadas jovens, no Académico de Viseu
Como Sénior: Épocas 1999/2000; 2000/2001; 2001/2002; 2002/2003; 2003/2004 – Clube Académico de Futebol – Viseu
Época 2004/2005 – Clube Desportivo Portossantense
Épocas 2005/2006; 2006/2007; 2007/2008 – Sport Lisboa e Nelas
Ultima Época 31 jogos 8 golos

2 – Como, e onde, começou a tua vida futebolística?

Começou nos treinos de captação nos infantis do Académico, vim treinar e fiquei.

3- Quem foi o teu primeiro treinador, e qual foi o que mais te marcou pela positiva?

Na altura nos infantis do Académico foi o Prof. Pina, quando cheguei aos seniores foi o mister Cavaleiro, o treinador que mais me marcou em termos futebolísticos e pessoais foi o mister António Borges sem desprimor para nenhum dos outros mas foi com o que mais me identifiquei.

4- Como estão a ser os primeiros dias com o Prof. Miguel Borges?

Já conhecia o Prof. Miguel Borges no tempo em que trabalhei com ele no CAF e foi sempre uma pessoa que admirei, estes primeiros dias com ele ao comando da equipa só vêm confirmar a minha opinião, de que ele é o homem certo para recolocar o clube num patamar superior, já que é uma pessoa que conhece o clube e tem todas as qualidades para tornar isso realidade.

5- Como te defines como jogador?

Deixo isso ao vosso critério para durante a época me definirem, mas basicamente sou um jogador rápido, gosto de arriscar o um-para-um, e gosto de ganhar a linha de fundo para servir os meus colegas na área.

6- Qual foi a nível individual o melhor jogo que realizaste?

Não sei, talvez o jogo em casa o ano passado contra o Covilhã.

7- Como surgiu o convite para voltares ao Académico?

Foi um convite que surgiu da parte do Sr. Albino e do Sr. Monteiro, o qual me agradou o projecto e a humildade das pessoas e decidi aceitar.

8- Chegas esta época, que agora se avizinha, ao Académico de Viseu Futebol Clube. É o regresso a um clube que bem conheces ou a um clube que tem apenas 3 anos?

A realidade é essa o clube tem apenas 3 anos, mas para mim é o regresso a um clube que conheço bem, com algumas pessoas novas, mas que joga num estádio que conheço treina num campo que conheço, equipamos no mesmo balneário por isso é o regresso a uma casa onde passei bons momentos.

9- Com o fim do CAF, ficaste a perder muito dinheiro? Por outras palavras quanto te ficou a dever monetariamente o Académico?

No meu caso eu saí um ano antes do fim do clube, nesse ano tive a sorte de receber a maior parte daquilo que o clube me devia. Agora de anos anteriores alguns dos pagamentos foram-me feitos em acções, ou seja dinheiro que de nada veio a valer, e quantias importantes.

10- Achas possível o Académico voltar a ser um nome conhecido do futebol português?

Claro que sim, o Académico tem tudo para que isso volte a acontecer, excelentes condições de trabalho, uma cidade cada vez maior que gosta de futebol, agora as pessoas que trabalham para que isso aconteça têm que servir o clube, e não servirem-se dele como aconteceu no passado. Com a ajuda de todos o Académico vai voltar a ser falado no panorama do futebol português desta feita pelas melhores razões.

11- Qual achas que é o principal motivo para os viseenses não irem aos jogos do Académico, uma vez que está provado, que as gentes de Viseu adoram futebol?

Não sei se não vão aos jogos visto que não estive presente estes anos, mas ouvia dizer que em alguns jogos no ano passado iam bastantes pessoas ao Fontelo. Mas talvez com o fim do CAF as pessoas sentiram muito isso e desligaram-se um pouco deste novo clube. Mas se a equipa andar bem a jogar bom futebol e a ganhar as pessoas irão de certeza apoiar a equipa e fazerem as romarias do passado para ver jogar o clube. E essa ligação clube-adeptos é que vai fazer cada vez mais forte o Académico.

12- Achas os dirigentes do Académico capazes de levar o clube a outros voos?

Ainda não posso responder muito concretamente a essa pergunta porque ainda não conheço muito bem as pessoas, mas o que posso dizer é que num momento em que o clube estava foram elas que tomaram posse e deram novo ânimo ao clube e novas esperanças aos adeptos de voltar a ter uma equipa competitiva que consiga levar o clube num futuro próximo a divisões superiores. Logo por isso deverão ser capazes de levar o clube a outros voos.

13- Ainda te lembras de ver o Estádio do Fontelo composto de muita gente?

Lembro-me perfeitamente como adepto e mesmo como atleta do clube de ver grandes enchentes no Estádio do Fontelo. Eram outros tempos, mas todos esperamos que isso se repita o mais rápido possível.

14- Tiveste mais convites de outros clubes? Algum deles de um escalão superior?

Tive mais alguns clubes interessados, de escalão superiores mas tomei a opção de regressar.

15- Passaste pelo calvário das lesões, achas que está na hora de “explodires” para outro patamar no futebol português?

È o pior que pode acontecer a um atleta estar privado de fazer o que mais gosta, sofri bastante com as lesões numa altura em que poderia ter chegado a outro patamar. Mas nunca é tarde para isso acontecer, espero ter a sorte de tornar isso realidade.

16- Qual o teu onze preferido, de jogadores que jogaram ou jogam contigo?

Por respeito principalmente aos meus actuais colegas, e também aos que tive o prazer de jogar não vou fazer a equipa.

Em todas as entrevistas pedimos aos nossos entrevistados para nos dizerem de sua justiça o que acham do blogue A MAGIA DO FUTEBOL. Costumamos até dizer que essa é a oportunidade de se vingarem de nós das vezes que falamos mal deles. No teu caso ainda não tivemos tempo de falar mal mas o desafio fica também: dizer o que achas do blogue sendo certo que aceitamos todos os elogios e críticas também. Aceitas o desafio?

No meu entender é um blog bem estruturado que acompanha a par e passo o Académico, dando todas as noticias sobre o clube e isso é importante principalmente para os muitos academistas que habitam no estrangeiro ou noutras partes do país, todas as pessoas têm direito a dar a sua opinião no blog o que também é interessante. Muitos Parabéns pelo excelente trabalho e muita força para o continuarem.

Perguntas dos leitores

1 – O que o levou a trocar o nelas pelo académico?(Anónimo)

Principalmente o projecto que me foi apresentado, que é o de recolocar o Académico num patamar superior do futebol português. E depois porque fui formado no Académico e sempre pensei em voltar, essa oportunidade surgiu agora e decidi trocar de clube.

2- O que achas desta nova equipa tecnica? Estão confiantes com a luta pela subida?(Anónimo)

Estamos confiantes que pode ser possível a subida, mas também sabemos que não vai ser tarefa fácil, vai ser preciso a ajuda de todos desde os adeptos a direcção, jogadores e equipa técnica, só todos juntos é que poderemos ultrapassar as dificuldades que nos serão apresentadas durante a época para conseguirmos o nosso objectivo que passa pela subida. Como já disse atrás a equipa técnica é composta por pessoas que conhecem bem o clube, são pessoas muito competentes e trabalhadoras, têm tudo para levar o clube á subida de divisão.

3 – Rui Santos, antes de mais queria-te demonstrar toda a satisfação dos academistas por teres regressado a esta casa, que bem conheces. Quais são as tuas ambições pessoais para esta época? E a nível colectivo, até onde te parece que pode chegar este novo Académico?(João Monteiro)

A nível pessoal é estar sempre em perfeitas condições para poder ajudar o grupo a conseguir o nosso objectivo, que passa pela subida de divisão, espero que isso seja possível e que tudo corra bem.

4 – O Académico foi ao fundo e agora começa a erguer-se. O que em tua opinião falta, para de facto termos um Clube com a grandeza de um V. Guimarães, por exemplo, pois estamos numa Região em que as pessoas adoram Futebol, e em que o único Clube que poderá chegar À 1ª Liga, é claramente o Académico, pois só Viseu tem dimensão para que tal aconteça.(Carlos Silva)

Na minha opinião o que falta é o Académico estar na 1ª Liga, porque já tivemos essa prova anteriormente que quando clube estava entre os maiores do futebol português o Fontelo estava sempre cheio, acho que a seguir aos 3 grandes era o que mais pessoas levava ao estádio, nem V. Guimarães nem Belenenses. Agora para isso acontecer é preciso ir queimando etapas para recolocar o Académico junto dos grandes clubes, e também para isso é preciso a ajuda dos adeptos neste momento em que o clube está, e não só quando ele se encontra noutros patamares. Porque Viseu já merece uma equipa numa liga profissional, se todos os academistas se unirem e apoiarem a equipa sem reservas essa tarefa será mais fácil e de certeza mais rápida.

5 – A tua vinda para o Académico, pode considerar-se como um ponto de viragem na tua carreira? ou seja, achas que ainda é possível dares ‘o salto’ para outras paragens, caso as coisas te corram bem aqui por Viseu?(Joao Monteiro)

Como já o referi atrás nunca é tarde para isso acontecer, e se as coisas correrem bem com a equipa e subirmos de divisão nunca se sabe se isso pode acontecer. Vamos todos trabalhar com esse objectivo pessoal e colectivo.

6 – Quais as vantagens a nivel pessoal para teres voltado ao Nosso académico?? Muita gente diz que os antigos jogadores do Académico veem ganhar mais do que ganhavam no anterior clube(Nelas) e por isso regressam, o factor financeiro foi importante na escolha do Académico de Viseu para a nova época??(Sprees)

Posso falar por mim, não foi o factor financeiro que me influenciou a regressar, muito pelo contrário se só tivesse isso em conta não voltaria. As vantagens que posso vir a ter é se o projecto do Académico der certo e tenho todas as esperanças que vai tudo correr pelo melhor.

Entrevista a Rui Santos

Aí está a terceira entrevista academista! Depois de João Miguel e Rui Lage chega a vez de Rui Santos nos conceder o privilégio de nos dar uma entrevista. Nos comentários a este post deixe as suas perguntas para o Rui Santos. Têm até segunda-feira para o fazerem.

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