Quem não se lembra de Pedro Mesquita?

O árbitro nomeado para o jogo de domingo entre Ac.Viseu FC x AD Nogueirense é o “velho” conhecido Pedro Mesquita, da A.F. Vila Real (vi várias vezes a página da FPF para ver se era mesmo verdade). E quem não se lembra deste “habilidoso”? Estávamos na época 2007/2008, Estádio do Fontelo, jogava-se a 4ª jornada da fase de subida, frente ao Arouca, e foi seguramente a arbitragem mais tendenciosa, habilidosa (ou chamem-lhe o que quiserem) que vi em toda a minha vida, tal foi a trapaça deste senhor.

Estou certo que domingo não irá acontecer o mesmo, e creio que esse senhor não quererá ser novamente o (pior) protagonista, mas permitam-me este desabafo, além de academista, luto pela justiça e pela verdade, e há coisas que não se esquecem, e naquele domingo solarengo toda a gente que se deslocou ao Fontelo viu a forma megalómana como esse árbitro agiu…

Recordar: Ac. Viseu 5-1 GD Peniche

Estádio do Fontelo, 13 de Setembro de 1987

2ª Jornada da II Divisão Zona Centro

Árbitro: Xavier de Oliveira (Porto)

Ac. Viseu: Sardinha; Morgado, Rui Manuel, Carlos Manuel e Amadeu; Delgado, Abel e Cruz; Rui Madeira (Quim, 72), João Luís (Matos 82) e Leal. Treinador: Carlos Alhinho.

Peniche: Paulo Renato; Pedroso (Paulino 57), Rui Rodrigues, Paulinho e Ricardo (Paulo Matoso 72); Tuna, Balacó e Larsen; Xavier, Dé e Viola.

Golos: Delgado 23 (1-0), Carlos Manuel 41 (2-0), João Luís 44 (3-0), Tuna 45 (3-1), João Luís 64 (4-1), Morgado 67 (5-1)

Avançados perdulários: Actuando em autêntico bloco, a turma viseense quis provar ao seu público que é uma equipa bastante ofensiva e disposta a lutar pelo título da zona centro.
A pesada goleada aplicada ao frágil conjunto do Peniche, fica muito aquém do resultado histórico que se poderia ter registado tantas foram as oportunidades flagrantes desperdiçadas pelos perdulários dianteiros academistas.
Boa arbitragem.
Carlos Costa, in A Bola 14/10/1987

Nota: O segundo passo da caminha gloriosa da época de 87/88 foi uma goleada frente ao Peniche. O Académico subia assim 6 posições até ao 7º lugar da tabela a dois dos líderes Beira-Mar (1-0 em casa ao Marialvas), Mirense (2-1 em casa ao Estarreja), Oliveira do Bairro (1-0 em casa ao Leiria) e Mangualde (vence fora o Marinhense 0-1). Seguia-se uma visita até a Oliveira do Bairro. Na baliza do Peniche estava o futuro academista Paulo Renato,

Oliveirense 5-2 AC. VISEU – Notas Individuais

A exibição foi colectivamente muito boa,´mas aqui seguem as notas individuais:

Nuno Oliveira: 4 – Muito seguro, interventivo, boas defesas entre os postes a evitar golos e algumas saídas também positivas. Deu confiança à defesa. Penso que terá abusado do pontapé longo à procura dos avançados que sao baixinhos..
João Casal: 2 – Apanhar Rui Lima e Sassá pela frente nao foram tarefa fácil. Exibição razoável. Saiu ao intervalo
Canelas: 4 – Muito seguro, uma torre na defesa, secou Adriano e ainda tentou empurrar a equipa
Tiago Gonçalves: 4 – Muito muito importante na defesa, pelo ar, pelo chão e a tentar sair jogar, com a bola nos pés com qualidade. Só nao dou 5 porque se sofremos 5 golos, a defesa nao pode estar isenta de culpas…
Tiago: 3 – Lateral esquerdo certinho, nao dá nas vistas. Pé esquerdo afinado e nao se deixou ultrapassar muito pelos avançados contrários. Penso até que o lado direito da nossa defesa foi mais frágil que o lado do Tiago.

Álvaro: 3 – Bem a girar a bola no meio campo, faltou talvez alguma componente mais ofensiva na 1ª parte e na única altura que podia rematar escorregou. Na 2ª parte teve um remate com perigo e deu alguma dinâmica. Em boa forma.
João Paulo: 4 – Nao o conhecia, foi o primeiro jogo que vi e gostei bastante. Dinâmico, bons pés, boa leitura de jogo e várias antecipações ao meio campo da Oliveirense.
Ricardo Ferreira: 3 – Bons pés, boas combinações com Luisinho na esquerda do ataque, principalmente na 2 ªparte. na 1ª parte esteve mais apagado.

Luisinho: 4 – Sempre rápido, bola colada aos pés, deu muita velocidade e profundidad . A melhorar, talvez o facto de algumas vezes o ataque ter ficado um pouco “travado” devido à tentativa do 1 contra 1.
Dedé: 2 – Penso que nao fez um remate, embora tenha lutado e cabeceado entre os centrais. Mas algumas recepções de bola menos boas e algum isolamento na frente, fizeram de Dedé meio perdido e sem grandes oportunidades de mostrar valor. Precisa de ser trabalhado ou ter alguem mais perto na área.
Marco Almeida: 3 – Na 1ª parte a extremo, esteve rápido e quase marcava numa recarga.

Hélder Rodrigues: 4 – Mudou muito o ataque do Académico, dando velocidade e perigo para a defesa da Oliveirense. O golo é uma boa desmarcação e tentou várias vezes furar a defensiva. Temos reforço!
Filipe Simões: 2 – Já nao conseguiu mudar o rumo dos acontecimentos e praticamente nao tocou na bola.
Vitinho: – Nao tocou na bola, jogou 3 minutos

Melhor em campo: JOAO PAULO. Foi o mais consistente durante os 90 minutos, foi com ele que começámos a ganhar o meio campo e a distribuir jogo pelos flancos. As segundas bolas, os ressaltos de meio campo eram muitas vezes ganhos por ele e com isso o Académico conseguiu várias vezes empurrar a Oliveirense. Rematou também e tentou o golo.

Oliveirense 5-2 AC. VISEU – Fotos

Equipa a formar barreira para um livre perigoso da Oliveirense:

 Equipa com zoom 🙂 a formar barreira para o mesmo livre perigoso da Oliveirense:

 Nesta foto pode-se ver quase toda a equipa do Académico:

O nosso Guarda Redes Nuno Oliveira sozinho em campo… mas nao estava a jogar sozinho. Estava a dar instruções ao lado direito:

Lance na defesa do Académico em evidência. Tiago Gonçalves, Canelas e Álvaro a ajudar

Adriano sozinho no ataque e a pensar “na vida” 🙂

O nosso treinador a dar instruções:

Nuno Oliveira a comandar a defesa e a preparar-se para um pontapé para a outra área:

Adriano tenta receber a bola, mas Canelas cortou.

Festejos da Oliveirense após o 2-0:

Resultado ao intervalo:

Entrada da equipa na 2ª parte:

Dedé num passo de bailado a tentar desmarcar-se do seu defesa:

Festejos do Académico após o 2-2!!

O placard esteve bem equilibrado:

Quase golo após livre perigoso do Académico:

Fim do jogo:



Oliveirense 5-2 AC. VISEU (Taça Portugal 2ª eliminatória 2011-2012)

Estádio Carlos Osório, 11 de Setembro de 2011
2ª Eliminatória da Taça de Portugal
Árbitro: Manuel Mota (Braga)
Oliveirense: Bruno; Nuno Lopes, Laranjeira (c), Banjai e Xico Silva; Zé Pedro, Rui Lima (Ivan Santos, 57) e Oliveira; Sassá (Pedrinho, int), Barge e Adriano (Clemente, 57). Treinador: Pedro Miguel.
Ac. Viseu: Nuno; Casal (Hélder Rodrigues, int), Canelas, Tiago Gonçalves e Tiago; Álvaro (c) (Filipe, 81), João Paulo, Ricardo Ferreira e Marco Almeida (Vitinho, 88); Luisinho e Dede. Treinador: António Lima Pereira.
Golos: Barge 5 (1-0), Nuno Lopes 25 (2-0), Marco Almeida 43 (2-1), Hélder Rodrigues 54 (2-2), Oliveira 77 gp (3-2), Clemente 85 (4-2), Ivan Santos 90 +1 (5-2)

A festa da Taça em Oliveira de Azeméis. O Académico de volta a jogos oficiais com equipas da II Liga, o que é sempre bom para matar saudades.. e ainda por cima com um rival de muitos anos na II B Zona Centro.
O estádio, mais um deste país, é muitíssimo inferior ao Fontelo, que tem melhores condições para receber as pessoas… mas isso nao faz as equipas nem faz subir de divisão, por isso fica só o comentário.

O Académico começou a partida com o seguinte onze:
GR – Nuno Oliveira
DD – Casal
DC – Canelas
DC – Tiago Gonçalves
DE – Tiago
MC – Álvaro
MC – Ricardo Ferreira
MC – João Paulo
AE – Luisinho
AD – Marco Almeida
AC – Dedé

No banco estavam Augusto, Calico, Filipe, Vitinho, Hélder Ferreira, Cabido e Jorge.
Do lado da Oliveirense, destaque para jogadores como o avançado Adriano (Ex-FC Porto), Bruno Vale (Ex-FCPorto e Selecção Portuguesa, que ficou on banco hoje), Rui Lima (Ex-Boavista) e Banjai (defesa Central já muito experiente na II Liga, também das escolas do FC Porto). O “nosso” Guima, ex-Ac. Viseu, nao jogou.

– O jogo nao podia ter começado pior. Logo aos 4 minutos, golo de Barge, um jogador muito rápido, ex-Belenenses. 1-0.
– A Oliveirense continuava a pressionar, muito por obra de Nuno Lopes (Ex-Boavista e Alverca), Sassá (Ex- Setúbal) e um trio de ataque muito rápido a trocar a bola, muito móvel, com excepção de Adriano, que foi uma presa relativamente fácil para Tiago e Canelas. Adriano está com um peso considerável e a mobilidade é para esquecer. Velhos tempos os do Nacional, do FCPorto e dos golos decisivos.

– Aos 15 minutos, o Académico dá um ar da sua graça, com o 1º remate por Luisinho, que passou por cima da baliza.
– Aos 20 minutos, um livre directo perto da área da Oliveirense, e que quase deu golo ao Académico (nao consegui perceber quem marcou o livre), passando só um pouco ao lado.
Aqui o lance:

– Depois , aos 24 minutos, Nuno Lopes de fora da área flecte da direita do seu ataque para o centro e remate colocado ao poste esquerdo de Nuno Oliveira, sem hipótese de defesa. Estava feito o 2-0 e aí confesso que pensei que iamos assistir a uma possível goleada…

– No entanto, a partir daí, o Académico equilibrou e bem o jogo, começou a pressionar, a ganhar as segundas bolas e a flanquear bem o jogo para os extremos Marco Almeida e Lusinho. Dedé estava um pouco “preso” lá na frente, falta-lhe capacidade de explosão talvez, mas esforçou-se.
– Por volta da meia hora, o Académico ganha 2 cantos seguidos que sao marcados sem grande perigo. No entanto, parece notar-se algum trabalho a nível das bolas paradas.
– Aos 35 minutos, após uma boa jogada de envolvimento do meio campo, Álvaro remata em frente à baliza, de fora da área, mas escorrega e o remate perde-se.
-Aos 37 minutos, novo lance de perigo do Académico, após boa envolvência do ataque, com remate de João Paulo para boa defesa do GR Oliveirense, sobrando a bola para Marco Almeida que à boca da baliza remata para um corte na hora H de um defesa para canto. “ai jazuuuuuuuuuuss gritou-se nas bancadas”
O Académico mostrava segurança, consistência, trocas de bola com entreajuda, ganhava as segundas bolas e com isso empurrava a Oliveirense para a sua defesa.

– Aos 43 minutos, mais um canto e um cabeceamento de Marco Almeida para o GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLOOOOO. No fundo das redes, após ainda bater do lado de dentro do poste!! Estava feita a redução para 2-1.
No entanto, o intervalo estava a chegar e terminou com 2-1.

– Para a 2ª parte, o treinador Lima Pereira tirou Casal e colocou o mais recém reforço Hélder Rodrigues a extremo direito, descendo Marco Almeida para a defensiva.
– E de facto o novo jogador trouxe maior agressividade e perigo ao ataque.
Luisinho, João Paulo, Ricardo, Hélder e Álvaro faziam circular a bola, bem trocada, com profundidade e numa dessas jogadas uma desmarcação na meia lua de Hélder Rodrigues, que passa entre 3 defesas locais ..a bola parece ficar enrolada atrás dele… mas ele com um toque poe-na na frente do pé direito e dispara por cima do GRedes local. GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLO ACADÉMICOOOOOOOOOOOOO!
Boa jogada, bom golo, muito festejado!!! (Estávamos apenas meia dúzia de academistas e ao festejarmos fomos logo insultados por meia dúzia de adeptos da Oliveirense que nao sabem perder.. mas enfim.. é futebol)

-Aos 60 minutos, a Oliveirense tenta novamente marcar a Nuno Oliveira defende.
– Aos 64 minutos, Luisinho desce pela esquerda, entende-se e desmarca-se a passe de Ricardo Ferreira e centra para o cabeceamento que seria de João Paulo. Mas o GRedes antecipa-se e soca para fora da área. Álvaro apanha a bola e remata mas a bola bate em cheio num defesa e sai da área.. O perigo rondou e o 2-3 esteve por perto.
Este lance pode-se ver aqui:

– Aos 65 minutos, Pedro Miguel, treinador da Oliveirense tirou Adriano. O jogador nao gostou, chegando ao banco atirou a garrafa de água para o relvado.. nao deve ser fácil de facto mas parece um caso tipo “Jardel” após cair em decadência.
A Oliveirense mostrava dificuldades na progressão, o Académico agora estava um pouco mais retraído mas a controlar o jogo. Alguns adeptos da casa até assobiavam.

– Aos 70 minutos, boa defesa de Nuno Oliveira após remate de um jogador (penso que o nº 77 Ivan Santos)
Este jogador começou a querer mostrar serviço e trouxe uma dinâmica maior ao ataque da equipa local.
– Aos 75 minutos, canto com Banjai a cabecear por cima.
– E PRONTO, JA CÁ FALTAVA ISTO: numa jogada em que há um ressalto do lado direito da área a bola vai ao peito de Tiago, segundo se consta. Ainda nao vi as imagens, mas espero ansiosamente pela Sport tv que terá filmado o jogo.
O árbitro assinala penalty contra o Académico e de nada valeram os protestos dos nossos jogadores.
O penalty foi marcado por Oliveira e estava desfeita a igualdade. 3-2

O golo de penalty aqui:

– De seguida o treinador do Académico troca Álvaro por Filipe para o meio campo.
– Poucos minutos depois, ainda o Académico estava a recompor-se do golo, há um atraso infeliz do Marco Almeida para o centro da área, surgindo Clemente a antecipar-se ao Nuno Oliveira e a fazer o 4-2. Azar para o nosso Marco, que fez um bom jogo.
– A equipa, como é natural foi um pouco abaixo, mas ainda deu para ver um bom remate de João Paulo para boa defesa do GRedes da Oliveirense.
– Aos 88 minutos, sai Marco Almeida entra Vitinho, numa substituição talvez para dar minutos a Vitinho, já que nao se percebeu bem a intenção e a verdade é que também nao teríamos ninguem de ataque no banco…
– Aos 89 minutos, um livre perigoso à entrada da área da Oliveirense, mas o GRedes defende novamente e no minuto seguinte é a equipa da casa que manda uma bola ao poste após boa jogada do tal Ivan Santos.
– Pouco tempo depois do lado esquerdo, um remate bem colocado e em arco, faz o 5-2, por intermédio do mesmo jogador.

Final do jogo, com um resultado mau é um facto. Mas tudo se resolveu nos 10 minutos finais, com o penalty. Caso ´contrário, parecia que tinhamos capacidade de ganhar ou pelo menos irmos a prolongamento.
O desempenho, na minha opinião claro, foi excelente e mostrou que temos equipa. Claro que agora falta saber se esta organização, esta motivação, garra e qualidade que demonstraram contra uma equipa de II Liga se mantém contra equipas da III. O treinador do Alba esteve no estádio a “espiar” e espero que fique bem preocupado 🙂
Parabéns a toda a equipa!

Fotos e crónica individual já de seguida

Recordar: Ac. Viseu 3-0 BC Branco

Estádio Municipal do Fontelo, 11 de Setembro de 1977
1ª Eliminatória da Taça de Portugal
Árbitro: Manuel Vage (Coimbra)

Ac. Viseu: Maia; José Manuel (Adelino), Braga, Gomes e Penteado; Pelezinho (Eduardito), Albasini e Pedro Paulo; Toyobe, Rodrigo e Basto. Treinador: José Moniz.

BC Branco: José Alberto; Vítor, Centeio, Quim e Teixeira; Duarte, Peres II (Fradique) e Baltasar (João); Cruz, Belo e Roxo.

Golos: Penteado 59 (1-0), Penteado 80 (2-0), Albasini 85 (3-0)

O primeiro jogo da época foi a contar para a Taça de Portugal com o Académico a bater o Benfica albicastrense. Curiosamente nesta mesma eliminatória o Viseu e Benfica também jogou com uma equipa de Castelo Branco (Desportivo). O jogo foi na cidade albicastrense, o SVB alinhou com Caçador; Filipe, Amaro, Lourenço e Manuel; Sousa, Ferrão (A. Carlos) e Diogo; Pais (Carvalho), Vitó e Loureiro. Perdeu 1-0.

"Académico de Viseu quer ser uma espécie de eucalipto"

Um adepto chamou-nos atenção, e colocamos agora na integra a noticia do jornal Publico, intitulada porAcadémico de Viseu quer ser uma espécie de eucalipto”:

Clube beirão foi um dos que deu o pontapé de saída em mais uma época do futebol não-profissional. O emblema parte para a prova com ambições.

O final da temporada de 1988/89 representou para o Clube Académico de Futebol o ponto de partida para um percurso infernal. Nessa época, aquele que era vulgarmente conhecido por Académico de Viseu, mas que na realidade respondia pelo nome de Clube Académico de Futebol, abandonou a elite do futebol português. Seguiram-se despromoções consecutivas e um acumular de dívidas que obrigaram o Tribunal Judicial de Viseu a decretar, em 2006, a insolvência da colectividade. O clássico estádio do Fontelo ficou vazio. Por pouco tempo. O clube renasceu, numa fusão com um clube de uma freguesia do concelho, o Grupo Desportivo de Farminhão, com o nome por que foi sempre conhecido: Académico de Viseu. Passou pelos distritais, já chegou à II Divisão, mas não resistiu. Hoje, quando iniciar a participação na III Divisão (Série C), os seus responsáveis acreditam que será o primeiro passo para uma caminhada que deverá levar o emblema às provas profissionais.

“Estivemos a fazer um trabalho de credibilização para que as empresas voltem a confiar e a apostar no clube, essa fase acredito que está conseguida”, explica António Silva Albino, que assumiu a liderança da colectividade em 2007 e fez questão de colocar nos estatutos da nova colectividade um artigo que obriga todas as direcções a deixarem o passivo a zero. “Acredito que a partir deste momento estão reunidas as condições para o AC Viseu se transformar no grande clube representante da Beira Interior”, sublinha este dirigente que, para esta temporada, tem 200 mil euros de orçamento. “Tudo de forma sustentada”, enfatiza, referindo que o seu grande sonho é disputar as provas profissionais já em 2013/2014.

Ao seu lado o vice-presidente Pedro Ruas salienta o facto de, mesmo na III Divisão, a assistência média no Estádio do Fontelo (com capacidade para 15 mil espectadores e propriedade da autarquia) atingir os 1300 espectadores. “Aqui temos várias vantagens. Temos uma cidade em crescimento, com bons acessos, boas infra-estruturas e a inexistência em termos de futebol. O AC de Viseu terá de ser uma espécie de eucalipto, no bom sentido, que seca tudo à sua volta criando potencial para oferecer a toda a Beira Alta futebol do mais alto nível”, frisa este responsável da colectividade que tem todos os escalões de formação e movimenta em várias modalidades cerca de 500 atletas.

Potencial de I Liga

O empresário de futebol Jorge Manuel Mendes, que ainda tentou, em 2005, evitar o fim do clube, é um dos nomes que continuam a acreditar que Viseu tem potencialidade para ter uma equipa na Liga principal. “Estou convencido que poderia lutar pelos lugares europeus. Estamos a falar de uma região que adora futebol, que tem infra-estruturas e não tem praticamente passatempos alternativos. Quando tentei ajudar, num projecto que poderia posteriormente incluir o empresário Jorge Mendes [representante de Cristiano Ronaldo e Mourinho], verificámos que com a quantidade de dívidas existentes qualquer projecto seria inviável”, diz. Mas ainda não desistiu. “Agora é diferente. O clube não tem passivo e tenho falado nele a potenciais investidores que se mostram agradados”, continua o empresário, recordando que está a falar de “uma região que vive futebol e que na época de 1988/89, a última que esteve na I Divisão, conseguiu assistências só superadas pelos três grandes”. Esta época, conta, já lá levou a Viseu três ex-jogadores portugueses internacionais que se mostraram muito satisfeitos com aquilo que viram e promete “continuar os esforços” para conseguir investidores.

Jorge Manuel Mendes recorda até que na derradeira época, antes da insolvência, na II B, o clube conseguiu vender camarotes de empresa a 25 mil euros. “Quantos clubes conseguem isso? Poucos, muito poucos”, assegura.

Para já, o principal apoio vem do Grupo Visabeira, através do patrocínio do Centro Comercial Palácio do Gelo. Mas não vai muito além disso, apesar de o agregado empresarial investir em projectos de infra-estruturas desportivas de estágios e preparação de alta competição, apoiadas num hotel onde se concentrou a selecção nacional antes do Euro 2008 ou o FC Porto, quando foi pentacampeão. “Não estamos vocacionados para tomar conta de um clube. No que respeita ao AC Viseu, colaboramos dentro do possível”, justificou o responsável de comunicação do grupo, José Arimateia.“

in jornal Publico

Recordar: UD Leiria 3-2 Ac. Viseu

Estádio Municipal de Leiria, 8 de Setembro de 1987

1ª Jornada da II Divisão, Zona Centro

Árbitro: Francisco Caroço (Portalegre)

União de Leiria: Rodrigues; Sérgio, Dias, Orlando e Leonel; Pires, Faria (Artur, 63), Russiano (Hernâni, 61) e Álvaro; Mendes e Farid. Treinador: ?

Ac. Viseu: Sardinha; Morgado, Rui Manuel, Carlos Manuel e Hélder; Abel, Cruz, Leal (Amadeu 83) e Delgado; Rui Madeira (Quim, 77) e João Luís. Treinador: Carlos Alhinho.

Expulsões: Hélder 79

Golos: Mendes 1 (1-0), João Luís 36 (1-1), João Luís 56 (1-2), Mendes 71 (2-2), Mendes 75 (3-2)

“Se há vitórias que são arrancadas no “banco” esta, conquista pela União de Leiria, foi, sem dúvida, uma delas, de facto, depois de um início.
De facto, depois de um início de jogo fulgurante, culminado com a obtenção do seu golo inaugural, os leirienses permitiram, aos poucos, que o seu adversário virasse por completo o rumo do encontro com a zona nevrálgica do terreno a ser tomada de assalto pelos homens de Carlos Alhinho, o que provocou um desnorte acentuado nas hostes locais.
Só nos 20 minutos finais, alguns minutos, portanto, após as substituições operadas por Félix Mourinho a equipa de Leiria recuperou o discernimento partindo então para uma exibição de luxo premiada com a obtenção de mais dois golos, as bastantes afinal, para a conquista de uma preciosa e merecida vitória.
Destaque para as exibições de Farid, Dias e Mendes na União de Leiria e para Abel e João Luís nos viseenses.
Arbitragem de bom nível.
Ângelo Gomes in A Bola, 07/09/1987

Nota: Começava mal uma época que acabaria em glória. Isto numa jornada em que os grandes destaques foram o Marialvas que bateu em casa o Guarda (4-0) e o Estrela de Portalegre que, também em casa, bateu o União de Almeirim (5-1). Como curiosidade diga-se que o Mangualde ganhou no seu terreno ao Caldas (1-0). O Académico iniciava assim a época no 13º lugar. No União de Leiria destaque para o futuro academista Faria!

Tiago Gonçalves o criativo

Augusto – 2 – Tenho dificuldades em saber se foi mal batido no primeiro jogo onde deve ter sido traído pela trajectória da bola já que caiu para o lado contrário. Teve duas más reposições de bola com os pés tendo numa delas colocado a bola nos pés de um adversário.

Casal – 2,5 – Não apoiou muito o extremo direito como tão bem o sabe fazer. Na segunda parte numa defesa a três esteve bem.

Canelas – 2 – O golo do adversário foi pelo seu lado. Teve alguns cortes que deram calafrios aios adeptos.

Tiago Gonçalves – 2,5Para mim foi o melhor em campo. Dou-lhe essa distinção porque na segunda parte, numa defesa a três com ele na esquerda, foi ele que empurrou a equipa para a frente assumindo-se como o criativo da equipa.
Tiago – 1,5 – Pareceu-me muito nervoso e quando pressionado denotou muitos problemas a dar a bola jogável. Saiu ao intervalo.

Álvaro, João Paulo e Ricardo Ferreira – 2

– Agrupo estes 3 jogadores na mesma nota e no mesmo comentário porque nenhum deles assumiu o jogo do Académico. Precisava-se de um rasgo de génio e ele não apareceu.

Luisinho – 2- Teve o azar do defesa direito do Canas de Senhorim ser o João Miguel – atenção claque academista o 9 “gordinho” como o apelidavam foi campeão no Académico! – que lhe deu muito trabalho. Foi sempre o mais solicitado dos extremos mas nem sempre teve as melhores decisões.

Marco Almeida – 1,5 – Nada lhe saiu bem no jogo de ontem, nem os cruzamentos nem os remates à baliza e teve uma grande oportunidade para marcar.

Dede – 2- Foi ele o marcador do golo e festejou-o “à Nani”. Na primeira parte teve uma grande oportunidade para marcar mas teve uma recepção de bola tão má, mas tão má, que se gorou a melhor oportunidade do Académico em todo o jogo. È difícil saber o que vale ao certo este avançado porque me lembro de um pormenor delicioso dele na pequena área, mas ao mesmo tempo lembro-me de outras intervenções no jogo nada “agradáveis”. A rever.

Zito – 1,5 – Um dia antes de fazer um ano que se estreou no Académico voltou a jogar. Foi fazer companhia no ataque a Dede mas poucas bolas lhe chegaram jogáveis

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