Milheiroense – Académico de Viseu (antevisão)

Milheiroense e Académico de Viseu chegam ao terceiro jogo da segunda fase com uma vitória e uma derrota. A equipa de Milheirós de Poiares iniciou-se com uma vitória caseira frente ao Valecambrense (2-0) e na última jornada vendeu bem cara a derrota em São João da Madeira (1-0). Não é bem por nós conhecido se o Milheiroense tem ou não ambições de subida – deve ter até porque dista apenas 2 pontos do Académico – mas a tê-las este encontro reveste-se de um carácter decisivo já que uma derrota os atrasará, quiçá definitivamente, na luta pela subida. Posto isto não será descabido dizer que não terá vida fácil o Académico de Viseu.
O Milheiroense desde o início do campeonato que não cede duas derrotas consecutivas. Em casa nunca perdeu e cedeu 6 empates. Um desses empates foi com o Académico de Viseu (3-3) recuperando de uma diferença de três golos quando actuava com menos um elemento. Os restantes empates foram com Tocha (0-0), Tondela (1-1), Oliveira do Hospital (1-1), Arouca (0-0) e Sanjoanense (1-1).
O Académico de Viseu perdeu apenas um dos últimos 12 jogos e, curiosamente, sempre que passou por um ciclo mau, com derrotas, esteve uma dezena de jogos sem perder. A única excepção situa-se entre a 13ª e a 16 ª jornada onde depois de perder consecutivamente com União de Lamas e Figueirense venceu o Tocha por 2-0 e voltou às derrotas frente ao São João de Ver. Se o Milheiroense é forte em casa, não é menos verdade que o Académico fora de casa não tem sido extraordinário com 5 vitórias, 4 empates e 4 derrotas mas já não perde na condição de visitado há 5 jogos e vem de duas vitórias consecutivas nessa condição

Sporting 5 Benfica 3

Foto: Associated Press (Steven Governo)

Um jogo épico que vale duas finais

Um grande amigo, sportinguista como eu, mandava-me uma mensagem escrita ao intervalo dizendo que Vukcevic estava a jogar fora do sítio, que Romagnoli e Yannick estavam a mais e que Paulo Bento podia fazer as malas. Eu acérrimo defensor desta equipa e, sobretudo, de Paulo Bento atónito com o que estava a ver apenas balbuciei algo em defesa do treinador do Sporting. Posso agora tentar aflorar algo mais o assunto. Que culpa teria Bento de Abel ficar parado a colocar o “maestro vermelho” em jogo? Que culpa tinha o Paulo Bento de num dérbi de grandes obrigações ser “obrigado” a lançar mão a um ex júnior – Adrien? Foi, no entanto, uma primeira parte em que Paulo Bento não ficou bem na fotografia com a equipa a parecer algo confusa com as movimentações de Di Maria, o Benfica marcou dois golos, podia ter marcado mais, tudo isto quando o Sporting teve 66% de possa bola contra os restantes 34% do Benfica. Estava tudo assim encaminhado para amanhã ser ler nos jornais que Chalana tinha dado um banho táctico em Paulo Bento, quiçá – tal como Carvalhal – para um dia destes vermos Chalana explicar como tramou Bento. Triste era a sina do Sporting…
Sempre acreditei que o Sporting na segunda parte fosse capaz de chegar ao empate para isso seria necessário marcar um golo cedo. Nunca imaginei que o jogo fosse o que veio a ser, épico! E agora pouco há a dizer. Só uma equipa com uma grande personalidade (não é graças a Bento porque esse não é treinador para o Sporting) é que era capaz de fazer o que o Sporting fez. Só uma grande equipa é que era capaz de dar o “baile de bola” que o Sporting deu – mesmo com um treinador como Paulo Bento. O que se assistiu hoje em Alvalade foi 28 minutos de absoluto delírio. Mérito dos jogadores e de quem sempre acreditou nesta equipa.
Aos benfiquistas quero dizer que sou incapaz de dizer algo que goze com a vossa tristeza. Foi um espectáculo lindo demais para isso. A vitória do Sporting foi grande porque acima de tudo – por muito que pareça ridículo dizer agora – do outro lado esteve uma equipa que soube abrilhantar o espectáculo.
Vem aí a final frente ao justo campeão, o FC Porto. Este jogo demonstrou que não há impossíveis no futebol. Que seja um grande jogo é o que se espera. E em Agosto há outro Sporting – FCP para a supertaça. Sim, porque este jogo deu acesso a duas finais.

Izmailov foi o clique para um jogo épico

Foto: Sporting.pt
Izmailov -4- para mim, foi o melhor do Sporting. Não marcou nenhum dos golos mas colocou a bola bem redondinha nos pés de Derlei que apenas teve que encostar para o 3-2. Mas o russo foi muito mais que isso. Foi com a sua entrada em jogo que o Sporting cresceu e Marat Izmailov esteve verdadeiramente endiabrado na segunda parte, não falhando um único passe, colocando a cabeça em água aos “pobres” benfiquistas. Já o havia mostrado frente ao FCP mostrou-o agora com o Benfica: é jogador para grandes jogos.

Rui Patrício -3- Apesar de sofrer 3 golos e do outro lado ter estado Quim que sofreu 5, teve muito menos trabalho que o seu companheiro de selecção. Sem hipóteses nos golos sofridos.

Abel -2- Dormiu no pedaço e colocou Rui Costa em jogo para a abertura do marcador. Imensas dificuldades a defender, bem apenas a combinar com Izmailov.

Tonel -3- Foi o melhor elemento da defensiva demonstrando estar a atravessar uma boa fase.

Miguel Veloso -2- Demasiados lapsos defensivos para se poder considerar a sua actuação positiva. Aquele corte muito mal feito que permitiu o Benfica fazer o 3-3 podia ter deitado tudo a perder.

Grimi -2- Deu a sensação de ter jogado preso por arames e teve culpas no golo apontado por Nuno Gomes.

Adrien -1- Completamente perdido em campo. Ainda é júnior embora alguns pareçam não querer reconhecer. Ainda não é solução para este tipo de jogos. Naturalmente substituído.

João Moutinho -4- o seu remate á barra foi o mote para aquela ponta final diabólica. Sempre em grande mesmo com aquele monte de jogos nas pernas.

Vukcevic – 4 – Estava a dar razão a Liedson quando este – embora indirectamente – o acusou de excesso de individualismo. Compôs e bem a sua actuação ao dar o 1-2 a Yannick e ao marcar o 5-3.

Romagnoli -1 – Nota inflacionada pelo facto de ter envergado a camisola do Sporting. Exibição má demais para ser explicada.

Yannick -4- Estava a fazer um jogo tão mau que ninguém esperaria que marcasse dois golos. Continua com a pontaria afinada.

Liedson – 4- Trabalhador incansável mereceu ter feito o gosto ao pé num golo deveras importante. Vale ouro.

Derlei -3- Fez um golo e obrigou Quim a mais uma extraordinária defesa. Bem-vindo sejas!

Gladstone -1- Entrou para segurar e segurou

A 6ª internacionalização de Leal

Depois de um interregno de mais de 3 meses, devido à falta de tempo, retomamos hoje a rubrica em que recordamos as 15 internacionalizações do viseense José Leal que actuou, além de outros, nos dois clubes que aqui são defendidos. Recordemos então a sua 6ª internacionalização no jogo 295 da selecção de quase todos nós.
Foi a 20 de Fevereiro de 1991, uma quarta-feira, no Estádio das Antas, a contar para o apuramento para o Euro 92 e a selecção adversária era Malta que saiu vergada da cidade invicta com uma goleada (5-0), com Leal a apontar o segundo golo da selecção nacional a passe de Paulo Futre. Portugal, que estreou Paulo Madeira, alinhou da seguinte forma:

PORTUGAL: Vítor Baía (FC Porto); João Pinto (FC Porto) (Cadete – Sporting – 45), Veloso (Benfica), Venâncio (Sporting) (Paulo Madeira – Benfica – 67) e Leal (Sporting); Oceano (Sporting), Paneira (Benfica), Paulo Sousa (Benfica) e Semedo (FC Porto); Rui Águas (Benfica) e Futre (Atlético de Madrid)

Golos: Rui Águas 4 (1-0), Leal 34 (2-0), Vitor Paneira 40 g.p. (3-0), Scerri 48 p.b. (4-0), Cadete 81 (5-0)

O cartão vermelho e as suas consequências

Muito se tem falado da disciplina – ou da falta dela – dos jogadores do Académico de Viseu por isso vamos recordar quais os cartões vermelhos visto pelos academistas e quais as consequências práticas desses mesmos cartões.
Tudo começou na 4ª jornada mais aí curiosamente foi ao contrário, ou seja, em Milheirós de Poiares – a próxima deslocação do Académico – a turma viseense ganhava já por 0-3 quando aos 42 minutos foi expulso um jogador da casa. Na segunda parte o Milheiroense chegou ao empate (3-3)!
Na jornada seguinte, a 5ª, o Académico quis imitar o Milheiroense. Com o resultado em branco Zé Bastos é expulso mas o Académico vence em Arouca, com um golo de Carlos Santos já perto do fim. Aqui não houve consequências. Também convém dizer que na jornada seguinte mesmo sem o homem golo o Académico venceu o Valonguense por 1-0.
Na 9ª jornada a segunda expulsão da temporada – sem contar a Taça de Portugal. O Académico de Viseu vencia por 0-1 em Tondela, com golo de Valério, quando esse mesmo jogador foi expulso. As consequências práticas foram nulas pois o Académico de Viseu venceu mesmo pois o resultado não se alterou.
Na jornada seguinte – a 10 ª – sem Valério, castigado, nova expulsão. Cardoso por simular uma grande penalidade viu o segundo amarelo aos 57 minutos. O Académico de Viseu vencia por 1-0 – golo de Marcos – e o resultado não se alterou. Mas quem estava no estádio – e eu estava – lembrar-se-á do grande sofrimento que foi ver o Académico aguentar a vantagem conseguida. Na jornada seguinte, sem Cardoso, o Académico empatou em Oliveira do Hospital (1-1).
Na 12ª jornada, a 4ª expulsão. Agora é a vez de Tiago – que já não faz parte do plantel – que é expulso. O adversário era o Dragões Sandinenses e Tiago acabava de fazer o 7-1 quando é expulso. O Académico ainda chegou ao 9-1.
13ª Jornada em Santa Maria de Lamas, sem Tiago, Calico é expulso aos 71 minutos. A União de Lamas havia inaugurado o marcador aos 68 minutos e o Académico, com um a menos, foi incapaz de inverter o resultado. Na jornada seguinte, sem Calico, o Académico perdeu em Figueira de Castelo Rodrigo (2-1).
Na 16ª jornada duas expulsões e derrota em São João de Ver (2-0). Negrete é expulso aos 35 minutos (0-0), grande penalidade, golo do SJ Ver, e o Académico não mais recuperou. Quando aos 78 minutos Manuel Fernandes foi expulso o resultado era e foi de 2-0. Na jornada seguinte sem os expulsos o Académico bateu no Fontelo o Milheiroense (2-0).
As expulsões voltaram na 23ª jornada na deslocação a São João da Madeira. Marcos é expulso aos 39 minutos. O resultado já era o final. O Académico jogou 51 minutos com menos um jogador. Como seria sem a expulsão. Na jornada seguinte, sem Marcos, o Académico venceu o Oliveira do Hospital no Fontelo (2-1).
Na primeira jornada da segunda fase, Megane e Zé Bastos foram expulsos. A de Megane decorreu numa altura em que o Académico empatava (1-1) e o resultado final foi aquele que todos conhecemos. Zé Bastos foi expulso nos descontos
Na última jornada, sem Megane e Zé Bastos, Sanny foi expulso quando o Académico vencia por 1-2. Com muito esforço e dedicação o resultado manteve-se.
Em resumo: 28 jornadas, 11 expulsões não são orgulho para ninguém. Apenas por uma vez o Académico conseguiu passar de um empate para um resultado melhor, a vitória em Arouca. Por duas vezes o Académico empatava e acabou por perder. Nas restantes ocasiões o resultado manteve-se com excepção à recepção ao Dragões Sandinenses em que a diferença aumentou de 7-1 para 9-1. Toda a gente tem emitido opinião sobre isto e eu também quero “botar faladura”: este é um problema colectivo, logicamente. Culpar o árbitro nem sempre é a melhor maneira. Os jogadores têm que ser mais conscientes. Mas que manda também não se pode demitir das suas responsabilidades. Um líder nunca se pode demitir das atitudes dos seus subordinados. O pedido é apenas um: deixem de ver cartões vermelhos

Neste dia

A 14 de Abril de 2005, passaram 3 anos, o Sporting recebia em Alvalade o Newcastle para a 2ª mão dos quartos-de-final. Na primeira mão o Sporting perdeu por 1-0 mas, num jogo épico, deu a volta á eliminatória. Resultado final: 4-1.
Sporting: Ricardo; Rogério, Beto (c), Polga e Rui Jorge; Rochembak; João Moutinho, Sá Pinto (Custódio 88) e Carlos Martins (Pedro Barbosa 66); Douala e Niculae (Pinilla 74). Treinador: José Peseiro.

Newcastle: Given; Carr, Taylor, Bramble (O´Brien 56), Babayaro, Jenas (Milner 45), Bowyer, Faye, N´Zgobia, Dyer (Kluivert 59) e Shearer (c). Treinador: Graeme Souness

Golos: Dyer 19 (0-1), Niculae 40 (1-1), Sá Pinto 70 (2-1), Beto 77 (3-1), Rochembak 89 (4-1).
Outros resultados europeus da época 2004/2005:

Sporting 2 Rapid Viena 0
Rapid Viena 0 Sporting 0
Sporting 4 Panionios 1
Dynamo Tiblissi 0 Sporting 4
Sporting 0 Sochaux 1
Newcastle 1 Sporting 1
Sporting 2 Feyenoord 1
Feyenoord 1 Sporting 2
Middlesbrough 2 Sporting 3
Sporting 1 Middlesbrough 0
Newcastle 1 Sporting 0

Outra vez Tonel

Foto: Sporting.pt
Tonel -3- O melhor do Sporting. Frente ao Glasgow Rangers também tentou este golo mas a bola saiu perto do poste, ontem tudo foi diferente. Sortilégios do futebol. Para além do golo, que foi decisivo, esteve impecável a defender. Está bem encaminhado para ser considerado o melhor jogador do Sporting no mês de Março.

Outras notas:

Rui Patrício 3

Abel 2

Gladstone 3

Ronny 2

Miguel Veloso 3

Farnerud 2

Izmailov 3

João Moutinho 3

Yannick 2

Liedson 3

Pereirinha 1

Adrien Silva 2

Pedro Silva 1

Site no WordPress.com.

EM CIMA ↑