Chegou o zagueiro!

Nome: Gladstone Pereira Della Valentina
Data de nascimento: 29 de Janeiro de 1985
Posição: defesa central
Percurso: Cruzeiro, Juventus, Verona e Cruzeiro

Há muito anunciado mas apenas agora confirmado, chega a Alvalade Gladstone. É mais um que chega por empréstimo mas com uma opção de compra exorbitante que será por certo inatingível para os depauperados – apesar do encaixe com Nani – cofres leoninos. A sua passagem pela “Vechia Signora” confere-lhe um estatuto de jogador interessante apesar de não ter actuado com a camisola da Juventus. Com a ajuda deste blogue dedicado ao Cruzeiro ficamos a saber que há quem o considere dispensável outros há – a maioria -, que o consideram um jogador com enorme brio, que deixa tudo em campo em suma um lutador. Pelo que dá a entender Gladstone não estava em grande no Cruzeiro porque “a cabeça” pedia uma nova aventura. Essa aventura chegou e é meu desejo que faça do Sporting um clube ainda melhor. Bem-vindo zagueiro!

O capitão dos juniores em entrevista

NOME: Tiago Jorge Laires Fraga Morais de Pina
DATA DE NASCIMENTO: 22 de Junho de 1988
LOCAL NASCIMENTO: Viseu
MORADA: Mangualde
POSIÇÃO: Médio centro
UM CLUBE SEM SER O ACADÉMICO: Sport Lisboa e Benfica
CLUBE ESTRANGEIRO DE SONHO: não tenho

Há quanto tempo estás no Académico?
Completei este ano a 5ª época de Académico.

Conta-nos como tem sido a tua carreira até aqui:
Comecei a jogar no Grupo Desportivo de Mangualde quando tinha 9 anos de idade. Joguei neste clube durante 5 anos. Na passagem do 1º para o 2º ano de iniciados vim para o Académico pela mão do Mister Vasco. Fiz no Académico os restantes escalões de formação. De referir também o regresso ao Grupo Desportivo de Mangualde por empréstimo, que se concretizou devido à situação que o clube viveu há cerca de um ano e meio.

Qual o melhor momento da tua carreira até agora? E o Pior?
O pior penso que é previsível. A situação que vivemos há ano e meio foi má demais. Por tudo, mas essencialmente no que me tocou a mim, pelo grande grupo de bons amigos que tínhamos e que foi “obrigado” a desmembrar-se e a resignar-se à impossibilidade de lutar pelo objectivo que tínhamos em comum.
Como melhor momento, entre as duas épocas que mais me marcaram no Académico, que foram a primeira (2º ano de iniciados) e a última, elejo a última. A primeira foi uma época em que chegámos à 2ª fase do campeonato nacional de iniciados, apurando-nos em primeiro na nossa série que contava com equipas como a Académica de Coimbra, a União de Coimbra ou o Feirense e jogando na 2ª fase com o FC Porto, o Vitória de Guimarães e o Leixões. Marcou-me pela grandeza das equipas contra quem joguei, mas principalmente pela grande equipa que tínhamos onde jogavam jogadores que ainda agora, tal como eu, estão no clube como o Marcelo Pais, o Zé Luís, o Carlos Marques ou “Carlitos”, o Rafael, o Micael, o Joel ou o João Aguiar, e outros que já não estão no clube como o Fábio Santos ou o Alexandre.
A última foi a época que acabou agora. E são muitas e boas as razões para a considerar marcante. Apesar de não termos jogado com clubes de topo em Portugal, como o já tínhamos feito noutras alturas, considero que o nível de dificuldade associado à nossa missão esta época não fica abaixo, muito pelo contrário, do nível de dificuldade duma época como a minha primeira de Académico. É complicado conseguir reunir as condições necessárias para se poder, nas circunstâncias em que nos encontrámos, realizar uma época como a que realizámos. Não o digo em termos desportivos, porque aí nós conhecíamo-nos e sabíamos que éramos os mais fortes, como ficou mais que comprovado: fomos campeões, sem derrotas, com mais golos marcados e menos golos sofridos que qualquer outra equipa. A dificuldade de que eu falo é a de juntar um grupo com a qualidade do nosso num campeonato distrital, é a de fazê-lo entrar para cada jogo com a motivação de quem joga a final da Liga dos Campeões, é a de jogar contra equipas super-motivadas que faziam dos jogos contra o Académico os jogos das suas vidas (relembro jogos como o de Penalva ou o de Lamego), é a de gerir um grupo que tem elementos a estudar e a viver fora e que não puderam treinar com a equipa durante todo o ano (eu o Marcelo Pais e o Carlos Marques ou “Carlitos”). São dificuldades que não se encontram quando se joga a um nível mais alto e que só com a dedicação e competência do nosso grupo onde englobo jogadores, treinadores, directores e todos aqueles que estiveram por detrás do trabalho destes, a darem todo o apoio necessário, se conseguem ultrapassar. Não falo de ninguém em específico porque não faz sentido, uma vez que o objectivo dessas pessoas não foi o de serem reconhecidas, foi o de ajudarem e elas sabem que ajudaram. Assim evito esquecimentos escusados. Por tudo isto, como já disse, elejo a última época como o meu melhor “momento” de Académico.

Qual o treinador que mais te marcou até agora?
São os treinadores que me treinaram nas duas épocas para mim mais marcantes. Na primeira o mister Vasco, porque foi o treinador que me trouxe para o Académico e porque fiquei admirador da forma de treinar e de liderar. O mister Pipo e a restante equipa técnica, da qual fazem parte o mister Carlos Moreira e o mister Filipe Pipo, porque para além de ter sentido prazer em treinar sob as suas orientações, são técnicos que mantém uma relação fortíssima com o todo o grupo o que permitiu contornar algumas dificuldades que mencionei na resposta anterior.

Como foi viver por dentro o fim do CAF?
Foi mau demais como já disse. Penso que é fácil de perceber a frustração que invade um grupo que de um momento para o outro, por razões completamente alheias porque em nada contribuiu para o que aconteceu, deixa de poder fazer o que mais gosta. O ficarmos privados de defender o nosso grupo e o Académico em campo, o percebermos, mais do que o nosso sofrimento, o sofrimento do que está ao nosso lado, o constatarmos que as pessoas que sentem o Académico acabam da forma como acabaram sem culpa nenhuma, revolta.

CAF e AVFC são para ti a mesma coisa? Porquê?
Absolutamente. Para mim, o que era o Clube Académico de Futebol continua-o a ser o Académico de Viseu Futebol Clube. Pode-se dizer que o CAF morreu em corpo mas não em alma. A alma do CAF continua viva no AVFC. E isso deve-se àqueles que sempre estiveram no Académico de forma desinteressada. Falo de jogadores, treinadores, directores e adeptos que continuaram e fizeram renascer o CAF como AVFC.

Se fosses tu a escolher, optavas pela “fusão” do CAF com o Farminhão ou começavas do zero?
Não me compete a mim julgar esse tipo de decisão. Acredito que quem decidiu fê-lo considerando o melhor para o Académico e por isso fico descansado. No que a mim diz respeito nunca senti “fusão” nenhuma. Fui sempre jogador do Académico.

Na tua opinião que características deve ter um atleta para ser o capitão?
Acima de tudo penso que deve ter uma noção de grupo, de equipa, de colectivo muito e bem definida. Não se espera dum capitão que seja o melhor jogador da equipa, nem que marque mais golos. Espera-se que seja a cara do que o treinador pretende da equipa dentro de campo. Quando se está a jogar, é tão importante sentir a liderança do treinador como a de alguém que se encontra nas mesmas condições de quem está a jogar. Quem joga sente o jogo duma maneira, quem está fora sente doutra completamente diferente. A barreira que se pode estabelecer dentro da cabeça dum jogador entre aquilo que o treinador pretende e o que ele consegue fazer dentro de campo compete ao capitão ajudar a derrubar. Por isso é que digo que este tem de ter a perfeita noção daquilo que são os interesses da equipa, tem de ter a perfeita noção do que é o melhor para a equipa em cada momento e tem de estar preparado para em qualquer momento sacrificar o individual em prole do colectivo, seja esse individual o próprio ou outro elemento da equipa. Ao capitão compete a missão de transportar a racionalidade para cada momento, para cada situação do jogo e transmiti-la à equipa.
Penso ser isto o mais importante num capitão. Depois existem uns capitães mais efusivos do que outros. Não encontro, de forma descontextualizada, qualquer vantagem dum tipo em detrimento do outro. Penso antes que essa efusividade, essa emotividade deve ser definida pelas características dos elementos que compõem o grupo. Por exemplo na nossa equipa penso que o meu papel podia pôr um bocado de parte essa componente, graças ao papel que o Marcel desempenhava no grupo. É claro que em alguns momentos a equipa precisa de ouvir “berros” de vozes que não está costumada a ouvir para perceber que determinado comportamento ou situação é mesmo importante, mas isso são casos mais pontuais. Aí o capitão volta a ser preponderante.

Tens essas características?
Creio que reúno características que me tornam num possível capitão de equipa. Depois a decisão cabe ao treinador e àquilo que ele pretende que seja a equipa.

O capitão é apenas mais um ou deve dar o exemplo?
Não creio que as duas coisas sejam incompatíveis. Aliás, penso mesmo que é fundamental que as duas estejam reunidas no capitão. Se o capitão é a cara do que se quer que a equipa seja, ele tem que dar o exemplo sendo apenas mais um, porque é exactamente isso que se pretende para a equipa.

Como vais ser o teu futuro em termos futebolísticos?
Neste momento sei muito pouco a esse respeito. Terei de falar com as pessoas do Académico para decidir o que fazer. Estando a estudar fora há uma série de condições que se impõem. Essa questão será tratada na altura certa e com as pessoas certas. O que posso dizer é que a minha prioridade neste momento é o curso de Ciências do Desporto que frequento em Lisboa. Como gosto de jogar futebol pretendo conciliar uma coisa com a outra, mas isso, para além de ter que ser bem ponderado, não depende só de mim. Vou decidir o que seja melhor para mim.

Como se sente um jogador das camadas jovens do clube ao ver tantos jogadores nos seniores que passaram pelos escalões mais novos?
Sente-se motivado e encorajado a trabalhar para um dia atingir o que outros já conseguiram. Se a aposta em jogadores jovens no Académico não for apenas uma consequência da situação que se viveu e for para continuar, penso que o Académico está no caminho certo, até porque na minha opinião há gente competente à frente das camadas jovens. Políticas que privilegiam a contratação de jogadores de fora do clube em detrimento do aproveitamento dos recursos humanos que advém das camadas jovens são completamente descabidas, a meu ver. Principalmente quando o motivo mais vezes mencionado é a falta de qualidade. Se não existe qualidade nas camadas jovens de um clube é porque o trabalho a esse nível não está a ser bem feito. E se o trabalho não está a ser bem feito isso é uma falha do clube que tem de ser colmatada, não pela compra de jogadores caríssimos, mas pelo investimento nas camadas jovens, de forma a que o trabalho seja bem feito e dê frutos para que o clube possa ser auto-suficiente. Utopia? Sim, até alguém o conseguir fazer.

Tens algum jogador que possas considerar o teu ídolo?
Não conheço nenhum suficientemente bem para o considerar como ídolo mas creio que se conhecesse o Rui Costa não ficaria desiludido. De resto, como ídolo tenho o meu pai.

Próximas entrevistas na MAGIA DO FUTEBOL

Depois de acabar a época tínhamos algum receio que o blogue parasse por falta de informação para aqui colocar, no que ao Académico de Viseu diz respeito. No entanto graças a muita boa gente – eles sabem quem são, não é preciso referi-los -, as coisas por aqui não param. Sendo assim podemos anunciar que na próxima segunda-feira teremos aqui a entrevista ao Tiago Pina, capitão da equipa júnior que se sagrou campeã distrital. Garanto-vos que é uma entrevista bem interessante. Mas não vamos ficar por aqui, brevemente teremos também neste espaço uma entrevista ao novo jogador do clube… Lopes!
Lanço aqui o desafio: façam perguntas ao Lopes – deixem-nas nos comentários a esta postagem ou então enviem-nos um mail – e nós faremos chegar essas perguntas ao destinatário.

As Contratações confirmadas do AVFC.

O Académico já concretizou duas contratações para a próxima época. Tratam-se de Lopes e Vitor “Mégane”, dois atletas que curiosamente, alinharam a época passada no Penalva do Castelo, e ambos foram jogadores das camadas jovens do Académico.

Para já não se confirmam as possiveis vindas de Nuno Simões, e de Rodrigo Moura ambos do Sátão, conforme foram noticiadas há uns dias atrás pelo Jornal de Noticias.

Teimosia ou falta de jeito?

Dizem que Scolari é teimoso mas Couceiro bate-o aos pontos. Em 2004 o seleccionador brasileiro da selecção nacional “necessitou” de perder o primeiro jogo para apostar na espinha dorsal do Campeão Europeu com os resultados que todos sabemos. Em 2007 José Couceiro com um elenco de luxo e com três jogadores como Nani, Miguel Veloso e Moutinho que foram o motor do meio campo do Sporting tão elogiado, até por adversários, resolve começar o Euro de Esperanças com um 4-3-3 absolutamente ridículo e só deu um ar da sua graça quando optou pelo 4-4-2. Quando todos pensávamos que teria aprendido a lição eis que o técnico resolve de novo inventar. Porque não aproveita(ou) Couceiro o trabalho de Paulo Bento no Sporting? Veloso a trinco, Nani na esquerda, Moutinho na direita, depois só lhe faltaria arranjar um dez e aí parece-me que tanto Organista como Paulo Machado são boas opções… que não são aproveitadas. A teimosia – ou quem sabe a falta de jeito – de Couceiro pode já ter deitado tudo a perder e não lhe fica bem se ter atirado ao árbitro – apesar de ter alguma razão – e não ter assumido os seus erros.

Os testemunhos…

A Magia do Futebol, pediu o testemunho de dois antigos juniores do Académico, que foram treinados pelo Mister Pipo, e que são actualmente atletas dos séniores. São dois bons exemplos do trabalho realizado pelos técnicos, directores e responsáveis pelas camadas jovens do clube. O futuro começa na formação, e o futuro é já amanhã.

O Mister Pipo é um treinador com grandes qualidades tanto humanas, como técnico-tácticas, é um treinador que consegue sempre formar boas equipas e que tem vindo a realizar um trabalho notável nas camadas jovens do nosso Académico. Se hoje temos 5 jogadores, na equipa sénior, formados recentemente no clube, ele tem a sua quota parte de responsabilidade. È um mister amigo, que sabe gerir um grupo e ter uma relação fantástica com os jogadores. Tive muito prazer em ser treinado por ele, e sei que cresci muito com a sua ajuda. Obrigado Mister, um grande abraço.”
Fábio Santiago ( Ex -Junior CAF/AVFC, atleta do AVFC)

“Mister, obrigassímo por tudo… consigo aprendi muito.. aprendi que cada lance é o ultimo das nossas vidas… que em campo são onze contra onze! Consigo passei grandes momentos como, a fase final do Campeonato Nacional de Juniores e um ano e meio na 1ª Divisão de Juniores, em que o “nosso” Académico estava no meio daqueles “tubarões”. Para além de um grande treinador é um grande amigalhaço, que me ajuda sempre que necessário. Parabéns pelo campeonato. Abraço enorme.”
Calico ( Ex -Junior CAF/AVFC, atleta do AVFC)

Entrevista a José Pipo ( treinador de Juniores do AVFC )

Quando e como começou o futebol?
Comecei a jogar futebol aos 8 anos, nos Infantis dos Pupilos da Avenida, em torneios que a Câmara Municipal e a A.F.V. organizava. Na altura, fui recrutado pelo agora, meu amigo, Fausto Formoso que na altura era o treinador da equipa. Mais tarde, tornei-me jogador federado e o meu 1º clube foi o Viseu Benfica, em Iniciados.

Qual foi o momento desportivo mais importante da sua carreira futebolística? E o Pior?
O melhor foi, sem dúvida, a minha 1ª convocatória para seniores, na altura ainda na 1ª Divisão Nacional, em que fiz a minha estreia durante alguns minutos num jogo com o Portimonense. Vivi um ambiente fantástico com o estádio do Fontelo cheio. O pior foi, sem dúvida nenhuma, quando vivi a descida de divisão do Lusitano de Vildemoinhos, clube pelo qual joguei e sinto um carinho muito especial.

Fale-nos um pouco da sua carreira de jogador, quais os clubes por onde passou…
A minha carreira começou no distrital como iniciado no Viseu Benfica. Fui para o Repesenses, onde estive 2 anos no Nacional de juvenis e participei numa fase final fazendo parte de uma equipa fantástica com jogadores como Paulo Sousa, Rebelo (estes transferidos para o Benfica), Feijão, guarda-redes que ingressou a equipa do Sporting, o Coelho para a Académica, entre outros com muita qualidade.
Nos juniores, passei para a Académico de Viseu onde estive 6 anos. No meu último ano de júnior já era convocado e jogava com alguma regularidade nos Seniores, contribuindo na altura o CAF a subir à, então criada, Divisão de Honra. No ano seguinte, foi criado o Viseu Futebol Clube (equipa satélite do CAF). Fui Capitão de equipa nos 2 anos que o clube viveu, e nessa fase foi-me proposto um novo contrato que tive de recusar, visto ter que passar a treinar de manhã e de tarde, e isso era incompatível com o meu trabalho. Foi uma fase decisiva da minha vida futebolística, em que recebi inclusivamente várias propostas para sair de Viseu, pela mão do Saudoso Álvaro Carolino. Devo dizer que a minha cabeça falou mais alto do que o meu coração e, sob orientação dos meus pais, fiquei por aqui, optando por jogar no Lusitano de Vildemoinhos, que na altura disputava a 3ª Divisão.
Permaneci neste clube 7 fantásticos, tive o prazer de ser capitão de equipa 6 anos, fiz grandes amigos neste grande clube, com um treinador especial, Mister Joca, que foi a pessoa que me incutiu o gosto pelo treino, bem como a outros que estão a orientar equipas, como por exemplo, Silvério (Lusitano), Paulo Chaves (juniores do Viseu Benfica) Zé Chaves (Viseu Benfica) Santana (Lamelas), entre outros.

Fale-nos um pouco da sua carreira de Treinador, quais os clubes que já treinou?
A minha carreira de treinador começou nas Escolinhas do CAF, onde no 1º ano fomos Campeões Distritais. No 2º ano, acumulei os Juniores do Lusitano de Vildemoinhos com as Escolas do CAF. Foi um ano de loucos: aos sábados tinha jogo de Escolas e aos domingos os Juniores. Foi, no entanto, uma fase da minha vida que me deu muito prazer e proporcionou-me experiências a todos os níveis. No ano seguinte, recebi o convite para treinar os Juniores do CAF, que disputavam o Campeonato Nacional. É como se sabe um campeonato exigente, com um nível e qualidade de jogo fantásticos, mas conseguimos no 1º ano a manutenção a 2 jogos do fim. Depois veio uma época histórica para o clube, em que fomos à Fase Final com equipas como: o F. C. Porto, o Boavista, o S. C. Braga e o Leixões. No campeonato apenas perdemos um jogo e empatámos os dois jogos com o F. C. Porto: um em casa, no campo de Ranhados com o estádio a abarrotar, e o outro no Centro de Estágio de Gaia. Alcançámos 11 vitórias consecutivas e foi nesta fase que tive o prazer de ver convocados dois atletas para a Selecção Nacional, o Tiago Gonçalves e o Luís Costa, onde se tornaram internacionais pela 1ª vez.
No ano seguinte foi criada a 1ª liga de Juniores, onde só figuravam os melhores. Equipas como o F.C. Porto, o Boavista, o V. Guimarães, o SC. Braga, o Rio Ave, o Gil Vicente, o Leixões, a Académica, o Beira-mar, o Penafiel, Leiria entre outras grandes equipas. Nessa época tive o orgulho e a alegria de ver sair da minha equipa para o S. L. Benfica dois jovens jogadores, o Fábio Santos e o Filipe (ainda com idade de juvenis, embora fossem titulares nos juniores).
Na época 2004/2005, uma equipa inexperiente e muitos jogadores novos, começámos mal o campeonato e na penúltima jornada da 1ª volta éramos últimos, com apenas 8 pontos. Tivemos uma recuperação fantástica com 8 vitórias consecutivas, que nos projectou para o 7º lugar, tendo descido de divisão nessa época as equipas da U. Leiria, Penafiel, Beira-mar e Famalicão.
Na época seguinte, 2005/2006, veio a período dramático do clube, que culminou com o fim do CAF. Tínhamos uma boa equipa em construção mas aconteceu o pior…

Como foi viver por dentro o fim do CAF?
Foi o pior momento na minha curta carreira. Foi horrível, foi dramático o dia em que comunicámos aos atletas o fim do Clube. Vivi momentos difíceis, testemunhei a infelicidade e a angústia de mais de 100 crianças e jovens, que nada contribuíram para aquele triste desfecho, mas que se viam repentinamente impossibilitados de fazer aquilo que mais gostavam: jogar futebol e representar o clube do seu coração.
Devo realçar e acima de tudo agradecer a confiança que alguns jogadores manifestaram no novo projecto que é hoje este clube, na firmeza e até atrevimento ao desafiarem o “provável” fim do CAF e acreditarem no novo desafio que já se esboçava, mantendo-se de pedra e cal.
Quero, ainda referir jogadores que foram jogar noutros clubes até acabarem o campeonato e que na época seguinte regressaram ao clube: Marcelo Pais, Tiago Pina, assim como Zé Luís, Carlitos, Mika, Márcio entre outros, que esperaram que começasse o campeonato,

Com o fim do CAF porque é que aceitou abraçar o projecto AVFC?
Aceitei, acima de tudo, porque a estrutura e os jogadores das camadas jovens se mantiveram praticamente todas e assim poderíamos dar continuidade ao nosso trabalho. Embora competindo no Campeonato Distrital, foram-me dadas garantias, por parte da direcção, que a equipa seria preparada com as mesmas condições que tínhamos no Nacional.

Do que é que mais gosta na carreira de treinador? O que é que o motiva?
O que mais me dá prazer é de facto todos os anos construir praticamente uma equipa nova e ver no final a forma como os atletas evoluíram dentro da organização Táctica/Técnica, física e psicológica em equipa.

Treinar uma equipa sénior é um objectivo?
Ainda estamos a festejar o sucesso do nosso clube, para mim, como treinador e na afirmação do que quero ser. Para já, a minha grande opção para os próximos anos passa apenas por uma aposta clara e firme na formação. Quanto ao futuro… esse apenas a Deus pertence.

Como e onde é que descobriu os jogadores brasileiros que reforçaram o plantel júnior, já com a época a decorrer?
Esses dois atletas, depois de tentarem integrar outros planteis, viram as suas aspirações frustradas. Foram-me apresentados por um amigo. Treinaram com a equipa durante duas semanas, vimos o potencial que tinham e integrámo-los no plantel. Revelaram-se ao longo da época determinantes no sucesso da equipa júnior. O Marcel, inclusivamente, tornou-se bicampeão uma vez que também esteve praticamente em todos os jogos dos Seniores, marcando até um importante golo no jogo em Cinfães. São dois jogadores de qualidade, sei que o Professor Idalino gosta destes jovens e penso que estes, assim como outros atletas deste plantel, podem ser úteis num futuro próximo.

Depois de empatar em casa com o Vale de Açores passou-lhe pela cabeça não subir de divisão?
Penso que terá sido esse o jogo-chave para o nosso sucesso. Nesse jogo, os meus atletas perceberam e aprenderam que numa fase final nunca se deve facilitar e não pode haver margem para erro. É obvio que ficámos todos muito tristes e apreensivos, mas tornou-nos mais fortes e determinados, vencendo todos os jogos até ao final do campeonato, tendo alcançado, também, o melhor ataque e a melhor defesa.

Qual o segredo para não sofrer uma única derrota em toda a época?
Foi de facto um campeonato estupendo acabando sem derrotas, para isto não há segredo, é o resultado de muito trabalho desenvolvido por todos: atletas, directores, equipa técnica, massagistas e até pais de alguns jogadores. É óbvio que esse situação não nos estava a passar ao lado e a determinada altura passou a ser um objectivo a alcançar pela a equipa. Quero aqui agradecer ao meu “Adjunto e preparador físico” Prof. Carlos Moreira com o seu profissionalismo, competência, carácter e espírito de sacrifício. De facto, não é fácil morar em Fornos de Algodres, treinar 3 vezes por semana em Viseu, jogar aos Sábados, sem nunca ter faltado. Juntamente com o Filipe formamos uma equipa técnica que encara todos os treinos e jogos com muita seriedade, humildade e respeito pelo adversário.

Olhando para o plantel júnior acha que existem muitos jogadores que podem vingar nos seniores?
Sem qualquer duvida. Há jogadores que podem aparecer já na próxima época e outros que terão que rodar mais um ou dois anos para que possam estar preparados para a equipa sénior. Acredito, e viu-se nesta época, que um dos objectivos da direcção e da equipa técnica dos seniores, passa por apostar em jogadores da formação, que acima de tudo são jogadores que adoram o Clube.
Esperamos que este trabalho conjunto possa ter continuidade e que não se verifiquem erros cometidos no passado em que muitos dos nossos atletas foram dispensados e esquecidos, ficando por outros clubes adversários aqui tão próximos

Como é a sua relação profissional com a equipa técnica sénior?
Sempre foi uma relação normal, falei muitas vezes com o Prof. Idalino sobre os jogadores dos Juniores e sei que esteve atento ao nosso campeonato. O Prof. Idalino o Prof. Raposo assistiram a muitos jogos, o que certamente contribuiu para a convocatória de vários jogadores do plantel Júnior para alguns jogos da equipa sénior. Foram, por exemplo, convocados o Marcel, o Carlitos, o Celso e o Márcio, sendo motivo de grande satisfação e orgulho para todos nós, já que é para isso que trabalhamos todos os dias. Fiquei satisfeito por, no último jogo, o Prof. Raposo ter se dirigido ao balneário e ter dito que a equipa técnica, para a próxima época, contaria com todos os atletas que passariam a seniores, o que os deixou mais tranquilos e confiantes para o futuro.

Sentiu por parte dos dirigentes do Académico, todo o apoio necessário para cumprir os objectivos desportivos?
Nós, treinadores, queremos vitórias e sucesso nos jogos que disputamos, mas sabíamos que este seria um ano difícil, o chamado “ano zero” na formação. Tivemos diariamente o apoio do Sr. Nelson e do Sr. Neves que foram pessoas extraordinárias e, desde já, deixo aqui uma palavra de agradecimento aos dois.

Que podemos esperar da próxima época dos juniores?
Como é de conhecimento público, vão realizar-se eleições no Clube. Depois veremos o que a nova direcção quererá para o futuro. A equipa terá que ser composta com alguns jogadores recrutados a outros clubes para que possa ter um plantel mais equilibrado e possa fazer um campeonato Nacional tranquilo.

Como se sente ao ver jogadores que passaram pela formação serem tão importantes na subida do clube à III Divisão Nacional?
É de facto uma alegria, um orgulho e uma sensação de missão cumprida apercebermo-nos que o nosso trabalho deu frutos. Foi evidente o empenho e o interesse desta Direcção do clube e da equipa técnica dos Seniores na aposta nestes atletas, sabendo à partida que era um ano importante para o clube e que o objectivo a alcançar era a subida de divisão. Não cometeram os erros do passado, apostando em contratações de jogadores caros, mas com qualidade duvidosa, e esquecendo-se destes nossos jovens atletas que têm este Clube no coração e que são 100% profissionais. Foram sem dúvida importantes na subida e nos próximos anos poderão ser símbolos da equipa Sénior. Desde já, um grande e especial abraço ao Álvaro, ao Simões, ao Santiago, ao André e ao Calico.

Vamos lançar-lhe um desafio: elabore um onze de jogadores que “passaram pelas suas mãos”, e pelo CAF, e que agora são seniores.
Esta é sem duvida a pergunta mais difícil e acredito que possa ser injusto com alguns Atletas, em vez de um onze, vou elaborar um plantel:

Guarda Redes. – Batista e André
Defesas Direitos – Fabiano e Zé luís
Defesas Esquerdos – Bruno Gouveia e Fábio Santos
Defesas Centrais – Tiago Gonç. Simões, Santiago e Marcelo
Medios Defensivos – André Baixote, Calico e Miguel Ângelo
Médios – L. Costa, Bruno Madeira, Álvaro, Tiago Pina
Alas Direito – Ito, Márcio e Titá
Alas Esquerdo – Lopes, Carlitos
Pontas de Lança – Jardel (Parma), Caudio, Filipe, Marcel e Celso

Este seria um plantel de sonho e teria, com certeza, grandes dores de cabeça para fazer a equipa!!!

Qual é a sensação de ver os seus filhos entrar em campo com a camisola do Académico vestida?
A sensação é fantástica, o Gonçalo disputa o campeonato de Infantis e o João irá pela 1ª vez, na próxima época, disputar o campeonato de Escolas. São muito diferentes um do outro, futebolisticamente falando: o Gonçalo, no campo, é um jogador mais preocupado em fazer jogar a equipa, mais tecnicista e o João é um jogador mais agressivo e rápido. No entanto, neste momento da vida deles, a minha principal preocupação é fazer todos os possíveis para que eles se sintam bem no futebol, que pratiquem desporto e que se desenvolvam como atletas, independentemente do jeito que tenham ou não. O envolvimento dos meus filhos ajudou-me também a perceber melhor as reacções dos pais dos meus atletas, quando não concordam com as minhas opções.

Sabemos que é um leitor assíduo dos blogs que falam do futebol em Viseu, acha que estes são úteis no desenvolvimento do desporto do distrito?
É um meio de informação desportiva para todos, onde diariamente nos actualizamos e podemos dar a nossa opinião acerca de todas as informações que vocês nos proporcionam sobre o futebol nacional e distrital. Como todos nos sabemos, no nosso distrito, a informação desportiva não é muita, principalmente a escrita, assim, os blogs vieram colmatar essa falha.

Que acha do Blog A Magia do Futebol?
Sou um leitor assíduo da Magia, é um blog que acompanha os acontecimentos futebolísticos mais relevantes e dá preferência ao futebol do Académico de Viseu e do Sporting. Quero aqui dar-vos os parabéns pela qualidade do blog. Em relação ao Académico de Viseu têm tido um acompanhamento estupendo, quanto ao “outro Clube”, meus amigos, na vida nem tudo é perfeito!!! PARABÉNS e um Grande Abraço.

A Magia do Futebol, na Revista J do Jornal OJogo.

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Foi com grande satisfação, que os autores deste blog, viram o seu trabalho reconhecido, pela Revista J de 10 de junho de 2007. Esta revista é parte integrante do Jornal OJogo, um dos três maiores diários desportivos do nosso País.

A Magia do Futebol, recebe mais um prémio, no espaço de duas semanas, uma vez que a semana passada, conseguimos chegar ás 20.000 visitas no prazo de um ano de vida, este domingo fomos considerados O Blog Da Semana, para esta revista.

SPORTING 2 Boavista 1 (Juniores)

Rui Patrício, João Gonçalves, Tiago Pinto, Marco Lança e Daniel Carriço, João Martins (André Pires 45), Marco Matias (Sebastião Nogueira 55), Yannick Pupo (Vivaldo 60), Ricardo Nogueira, Adrien Silva e Alison Almeida.

Trigueira; Ivan Dávila, Victor Brun, Rui Raínho, Diogo Oliveira, Carneiro (Alex Cruz 77), Jaime Machado, Moreira, Julien (Hugo Silva 69), Ivan Santos, (Nóbrega 80) e Magalhães.
Golos: Victor Brun 40 g.p. (0-1), André Pires 66 (1-1), Daniel Carriço 90+4 (2-1)

Vitória “insuficiente” do Sporting uma vez que o FC Porto venceu por 1-0 e sagrou-se campeão nacional. Na última jornada o Sporting recebe o líder campeão. Parabéns ao FC Porto.

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